Resultados negativos do índice de gerente de compras industrial no Brasil e fatores externos relacionados a geopolítica americana elevam cotação do dólar. Leia a análise de André Galhardo.
Se no último pregão de 2019 (30/12), o Dólar fechou cotado a R$ 4,0195, no primeiro pregão de 2020 (02/01), a moeda norte-americana chegou a valer R$ 4,0413, mas fechou ligeiramente acima do pregão anterior, aos R$ 4,0251.
O movimento é ambíguo, uma vez que reflete preocupação com a economia brasileira após o ano começar com o resultado negativo do índice de gerente de compras industrial, calculado pela consultoria IHS Markit.
Segundo a IHS Markit, a produção industrial brasileira recuou de 52,9 pontos em novembro para 50,2 pontos em dezembro.
Complementarmente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que a primeira fase do acordo comercial entre EUA e China deve ser assinado no dia 15 de janeiro. A notícia aliviou o mercado.
Contudo, na noite de quinta-feira (2), Trump autorizou um ataque que levou a óbito o equivalente ao ministro da justiça do Irã, Qasem Soleimani. As consequências ainda são incertas, mas os reflexos no câmbio são garantidos.
Isso posto, sem grandes novidades e com as festividades de ano novo desta semana, a moeda americana saiu dos R$ 4,0484 na abertura do pregão de segunda-feira (30) e fechou o ano cotado a R$ 4,0195.
Na abertura do pregão desta sexta-feira (3), o Dólar americano foi negociado a R$ 4,0254, mas rapidamente atingiu a cotação de R$ 4,0588, uma depreciação de 0,27% do Real.
Leia também as análises da semana para o Euro e para a Libra Esterlina.
André Galhardo é economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, professor e coordenador universitário nos cursos de Ciências Econômicas. Mestre em Economia Política pela PUC-SP, possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, com passagens pelo setor público.