Em um momento histórico, Joe Biden foi eleito presidente eleito dos Estados Unidos no dia 07 de novembro de 2020. O país é a principal economia mundial e, por isso, a eleição norte-americana promove mudanças em todo o mundo. Diante disso, a eleição de Biden certamente vai impactar a economia mundial, incluindo o cenário econômico brasileiro.
Quer entender melhor como a eleição de Joe Biden afeta o cenário econômico no Brasil e no mundo? Acompanhe o artigo abaixo e descubra quais são as mudanças que devem acontecer. Vamos lá?
Cenário econômico nos Estados Unidos
Apesar de o colégio eleitoral fazer a votação oficial apenas em dezembro e a posse em janeiro de 2021, Joe Biden já é considerado o presidente eleito americano. Sendo assim, certamente espera-se que o democrata tenha diferentes posturas em relação ao mandato de Donald Trump. Ao menos, a esperança de todo o mundo é na mudança na forma de liderar.
A expectativa é que o país conviva com uma menor alta de impostos, com previsão de 21% a 28% de acordo com a campanha do presidente eleito. Apesar de um pacote de estímulo fiscal mais modesto, as medidas serão capazes de dar um novo fôlego à economia. Mesmo com um montante abaixo dos US$ 2 trilhões propostos por Trump, o pacote é visto como positivo para a dívida pública, com uma menor pressão sobre o endividamento do país.
Com isso, a previsão é de um crescimento da economia americana, o que deve estabelecer um ambiente externo favorável a países do mundo todo, principalmente os emergentes.
Como a eleição de Biden vai impactar o mundo?
A eleição do democrata Joe Biden traz mudanças positivas, e esperançosas, para o cenário econômico no mundo todo principalmente porque o presidente eleito é considerado mais aberto ao diálogo. Além disso, Biden quer manter as relações internacionais em bom nível, diferente do seu antecessor, o atual presidente Donald Trump.
Relações internacionais
Na era Trump, o multilateralismo, antes defendido pelos Estados Unidos, foi diminuído drasticamente com o rompimento de relações entre o país e órgãos mundiais como a Organização Mundial do Comércio (OMC).
Dessa forma, algo importante para o governo Biden, e que afeta diretamente os possíveis cenários econômicos, são as relações internacionais do país. Diferente do que aconteceu no governo de Trump, com o democrata espera-se que o país volte ao multilateralismo, incluindo a participação dos EUA na OMC e em outras instituições internacionais.
Ainda, com a diminuição do multilateralismo de Trump, as tensões comerciais e incertezas políticas afetaram a confiança, o comércio internacional, os investimentos e o crescimento norte-americano. Sendo assim, a volta das boas relações internacionais no governo Biden deve proporcionar um melhor e mais aberto ambiente de negócios e o comércio justo.
Não é só isso. Os europeus também esperam a retomada das negociações do acordo comercial com os americanos. O que também é um alerta para o Mercosul acelerar o seu acordo com os europeus.
Outra mudança aguardada é a redução dos conflitos entre os EUA e a China, que deve melhorar as negociações comerciais, certamente algo positivo para a economia global.
Políticas ambientais
Uma das maiores preocupações políticas de Joe Biden são as questões ambientais. Em 2019, o presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos do Acordo Climático de Paris, tratado que conta com a assinatura de quase 200 países em que cada um fornece seus próprios objetivos para reduzir as emissões de gases que levam à mudança climática.
Biden deve chegar à Casa Branca com o maior plano ambiental já apresentado por um presidente no país. Sua promessa é investir ambiciosos US$ 2 trilhões em energias limpas, além de criar mais de dez milhões de empregos verdes. Biden também deve reduzir e acabar com subsídios aos combustíveis fósseis e proibir as novas licenças para extração de petróleo e gás em terras públicas.
O presidente deve restaurar os planos para tornar a matriz energética dos EUA mais ecologicamente correta e reduzir a dependência de combustíveis poluentes.
Bolsas de valores no mundo
A vitória de Joe Biden representou altas históricas nas Bolsas de Valores no mundo todo. Após anunciada a vitória do democrata, a soma de todas as Bolsas do mundo bateu um novo recorde e chegou a valer US$93.557 trilhões.
Além disso, é provável que os Republicanos continuem no controle do Senado americano, o que é visto com bons olhos pelos economistas.
Joe Biden, Covid-19 e a economia
O presidente eleito também terá de lidar com a segunda onda da pandemia causada pelo coronavírus. O país é um dos mais afetado em todo mundo, com mais de 10 milhões de casos de Covid-19 e quase 240 mil mortes. A gestão de Donald Trump foi muito criticada pela comunidade internacional.
Durante sua campanha, Joe Biden também havia prometido reverter a decisão de Trump de retirar os Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS). Aliás, essa deve ser umas de suas primeiras atitudes após ser empossado presidente, já que sua promessa é que isso seja feito em seu primeiro dia na Casa Branca.
Por isso, o democrata já anunciou que o controle da pandemia será uma das prioridades iniciais de sua gestão. Ele montará uma equipe com 12 integrantes para definir ações com o objetivo de conter crescimento de casos no país, já que o controle da pandemia é fundamental para a recuperação da economia e do emprego para os norte-americanos.
Joe Biden e o cenário econômico no Brasil
Assim como já tem impacto no cenário econômico mundial, as eleições americanas também afetam a economia do Brasil porque as relações diplomáticas entre os países são muito importantes.
Apesar do relacionamento pessoal do presidente Jair Bolsonaro com Donald Trump e até sua torcida declarada nos últimos dias, o presidente brasileiro vem mudando o discurso e amenizando as situações, apontando que as relações entre os países é mais importante que relações pessoais.
Por outro lado, Joe Biden, tem um bom relacionamento com o Brasil. Enquanto era vice-presidente de Barack Obama, o democrata visitou o Brasil e teve boas relações com a então presidente Dilma Rousseff. Da mesma maneira, ele manteve um relacionamento cordial com o ex-presidente Michel Temer.
No entanto, apesar do histórico, algumas questões importantes podem estremecer as relações comerciais entre Estados Unidos e Brasil e a economia brasileira sofrerá impactos negativos e positivos. Porém, as relações diplomáticas e os acordos já realizados devem se manter.
Meio ambiente
Como falamos anteriormente, Biden têm diversas pautas ambientais importantes como foco de sua gestão, o que pode atingir o Brasil significativamente. O presidente eleito deve colocar pressão política no Brasil com o objetivo de que o país tome medidas para proteger a Amazônia, o pantanal, os povos indígenas e os direitos humanos porque esses assuntos são politicamente importantes para o presidente.
Joe Biden já sinalizou durante a campanha os problemas ambientais no Brasil. O presidente espera reunir internacionalmente um fundo de US$ 20 bilhões para ajudar o Brasil na preservação da Amazônia, porém, se o Brasil não aceitar, haverá consequências.
Esse é um tema importante para Biden e a postura do governo brasileiro em relação à causa ambiental pode ditar outros negócios, inclusive econômicos. Sendo assim, se o governo brasileiro mudar sua postura em relação às questões ambientais, essas políticas podem ser benéficas para o país.
Nesse sentido, espera-se que uma das primeiras atitudes seja a demissão do atual ministro do meio ambiente Ricardo Salles. Por outro lado, se a postura do governo brasileiro for contrária às causas ambientais, como tem sido, o país pode sofrer sanções e desestabilizar o relacionamento econômico com os Estados Unidos.
Se Biden ganhar, Brasil deve crescer mais em 2021 e 2022.
Exportação
As relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos também devem sofrer mudanças. Durante o governo de Donald Trump, houve o aumento das tarifas sobre o aço e o alumínio brasileiros. A expectativa é de que as barreiras ao Brasil sejam menores, até porque a balança comercial entre os dois países beneficia os americanos há muitos anos e se concentra em produtos industrializados e matérias-primas.
O presidente Donald Trump havia prometido valorizar a produção interna no país, reduzindo as exportações. No entanto, com a vitória de Biden, as relações internacionais devem ser valorizadas e o presidente deve investir em políticas para melhorar o relacionamento dos Estados Unidos com outros países, entre eles o Brasil.
Moeda brasileira
Uma das expectativas com a eleição de Biden é a baixa do dólar. Com a vitória projetada do candidato, assim como a expectativa do partido Democrata ser maioria na câmara norte-americana, especialistas avaliam que pode haver queda da moeda americana.
O partido Democrata tem um histórico de ter gastos públicos mais altos, o que impacta em mais dívida pública e, consequentemente, diminuição de valor da moeda norte-americana. Assim, o dólar deve sofrer quedas após a eleição, favorecendo outras moedas, como o real. Estima-se que a moeda brasileira deve se valorizar de 5% a 7% até o fim do ano de 2020, o que é uma boa notícia, uma vez que o real já desvalorizou 25% desde janeiro.
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