A última semana foi marcada por grandes falências bancárias nos Estados Unidos. Primeiro foi o Silicon Valley Bank e, posteriormente o Signature Bank, representando a segunda e a terceira maiores falências bancárias da história dos Estados Unidos. Estes eventos acabaram produzindo uma forte queda no preço das ações de outros bancos locais como o First Republic, que deve ser salvo por outros agentes do mercado financeiro. O temor em relação à saúde bancária do sistema financeiro chegou até a Europa com as dificuldades materiais apontadas pelo Credit Suisse. Tudo isso, obviamente, interrompeu um ciclo de valorização da moeda brasileira em relação ao dólar e trouxe muita volatilidade ao mercado de câmbio.
Perspectivas
Apesar das falências e resgates de bancos americanos e da dificuldade do Credit Suisse, o Fed não deve arredar o pé do seu ciclo de ajuste da taxa de juros. O aumento da aversão ao risco e um potencial espraiamento desse problema para outros bancos acabou trazendo à tona a possibilidade de o Fed interromper os aumentos de juros sem operar os ajustes residuais já precificados para março e maio.
No entanto, o recente comportamento da inflação e da própria atividade econômica americana, continuam prescrevendo (no olhar do Fed) mais aumentos de juros. Vamos lembrar que uma semana atrás o mercado discutia exatamente o oposto: a necessidade de acelerar o ritmo de aumento de juros.
Com tudo isso, ainda que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresente o novo arcabouço fiscal na semana que vem, e que este seja bem recebido pelo mercado, os efeitos sobre o câmbio podem ser reduzidos se esse quadro financeiro se agravar ao longo da semana.
Seguimos de olho.