Entenda como funciona para receber um aporte financeiro de investidor internacional, quais as vantagens, os procedimentos e as declarações necessárias para a operação
O investimento estrangeiro em empresas brasileiras é uma constante. Os aportes financeiros são significativos e chegaram a 17,9 bilhões de dólares no segundo trimestre de 2019. A quantia se refere a 36 projetos.
Do total, 28 deles têm valor aproximado de 15 bilhões de dólares. Boa parte é enquadrada como startups, sejam unicórnios — ou seja, que valem mais de 1 bilhão de dólares —, sejam tradicionais. O investimento nesses negócios aumentou 51% em apenas um ano.
Diante desse contexto, fica claro que há boas oportunidades no mercado. Como receber os valores de fora do país e aproveitar esse momento? Explicamos as alternativas neste artigo. Continue lendo!
O conceito de aporte financeiro de investidores de fora do Brasil
Aporte financeiro representa uma contribuição ou um subsídio realizado em valores. No mundo dos investimentos, está diretamente relacionado a um reforço de capital para as companhias, a fim de alcançar um objetivo estratégico.
Para as startups, a ideia do aporte é obter dinheiro para escalar o negócio. Desse modo, é possível alcançar melhores resultados em termos de receita, lucro e base de clientes.
O aporte financeiro para startups, geralmente, é classificado como Investimento Estrangeiro Direto (IED). Isso significa que os recursos financeiros de uma empresa ou indivíduo de outro país são aplicados em um negócio específico para fomentar seu crescimento.
De modo geral, o IED consiste na compra de parte de uma empresa brasileira por uma companhia de outro país. O acúmulo de capital nessa modalidade é chamado de estoque de investimento estrangeiro. Essas movimentações internacionais se concretizam em:
- criação de operações, como a abertura de uma filial;
- fusão entre companhias;
- compra de parte de uma organização;
- construção de instalações;
- reaplicação de lucros.
Os benefícios de realizar esse investimento
O aporte financeiro é um bom negócio, especialmente o IED, porque os recursos são direcionados para o capital produtivo. Somente em maio de 2019, essa modalidade somou 7,070 bilhões de dólares em maio. No acumulado do ano até esse mês, o total chegou a 35,137 bilhões de dólares.
O motivo para esse montante é a capacidade de desenvolver o negócio — algo difícil apenas com recursos próprios. Além disso, obter investimentos no próprio país é difícil. Portanto, o capital estrangeiro é a melhor forma de melhorar o fluxo de capitais.
Ao realizar essa operação, vários benefícios são alcançados. Entre os principais estão:
- geração de empregos;
- acesso a redes de marketing internacionais;
- realização de balanço de pagamentos;
- transferência de tecnologias, de desenvolvimento e de capacidades técnicas;
- origem de financiamento externo;
- melhoria da economia local;
- aperfeiçoamento da infraestrutura organizacional.
Em suma, com as aplicações financeiras, o crescimento da empresa se torna mais rápido. Por isso, o aporte é essencial para as startups, que têm por definição a escalabilidade e o desenvolvimento acelerado.
Os diferenciais de empresas que conseguem aporte financeiro
Ao optar pelo aporte estrangeiro, a companhia amplia seu know-how e tecnologia utilizada. Novas técnicas são apresentadas pela disseminação e compartilhamento do conhecimento. Isso se reflete em conquista de vantagem competitiva e fortalecimento do negócio.
A empresa consegue aumentar sua capacidade produtiva e captar mais clientes. Em troca, precisa apenas cumprir as regras determinadas pelo Banco Central (Bacen). As diretrizes incluem o registro dos capitais estrangeiros de forma declaratória e individualizada.
Esse procedimento é obrigatório antes do primeiro ingresso de recursos, assim como a inclusão do investidor no Cadastro Declaratório de Não Residentes (CNDR). Outras obrigações a serem cumpridas são:
- atualizações periódicas e anuais da gestão do quadro societário, quando houver alteração na participação societária ou nos casos em que receberem IED com ativos ou patrimônio líquido inferior a R$ 250 milhões;
- elaboração de Declaração Econômico-financeira (DEF), de acordo com as datas-base, se tiverem IED com ativos ou patrimônio líquido igual ou acima de R$ 250 milhões;
- realização do censo de capitais estrangeiros, sendo realizado anual ou quinquenalmente, conforme determina a legislação.
As soluções para empresas que buscam aportes financeiros
O aporte de finanças pode ser obtido de diferentes maneiras. As duas principais maneiras são as que listamos a seguir.
Investimento direto
O capital é usado para abrir uma empresa — modalidade greenfield — ou adquirir 10% ou mais de uma companhia brasileira, estatal ou privada — formato brownfield. O primeiro modelo é o mais positivo para o País, porque abrange obras de engenharia e contratação de colaboradores.
Aqui, também está incluída a parcela de lucro que as multinacionais ganham no Brasil e é reinvestida no Brasil, por exemplo, na compra de máquinas, fábricas ou realização de pesquisa e desenvolvimento. Parte dos valores retorna ao país de origem da aplicação por meio de remessa de lucros e royalties.
Investimento em carteira
Nesse caso, a aplicação é feita pela compra de títulos financeiros ou na bolsa de valores. O aporte é difuso, em vez de ficar concentrado a uma única companhia. Por isso, o investidor não se compromete com uma organização específica.
Há benefícios indiretos nessa modalidade, apesar de oferecer menos impacto para o país. A vantagem é a valorização das ações, o que ajuda o negócio a levantar o capital necessário para realizar as ações.
Quais as declarações para quem recebe aporte financeiro
A empresa que recebe aporte financeiro precisa fazer o Registro Decaratório Eletrônico (RDE). Existem quatro tipos de RDE:
- Investimentos Estrangeiros Diretos (RDE-IED), para empresas que recebem aporte de capital;
- Registro de Operações Financeiras (RDE-ROF), para empréstimos internacionais, financiamentos, arrendamento mercantil e royalties, entre outros;
- Investimentos em Portfolio (RDE-Portfolio), para investimentos em títulos negociados em bolsa;
- Capitais Brasileiros no Exterior (RDE-CBE), para investimentos brasileiros no exterior.
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Agora que você entendeu mais sobre o IED, que tal conhecer melhor o assunto? Aproveite e veja como resgatar investimentos do exterior!