O risco de recessão na Europa afeta a cotação do euro, que fechou em alta essa semana com os investidores buscando mais segurança
Pode parecer meio repetitivo, já que temos falado disso há semanas, quiçá meses, mas há uma forte recessão que se aproxima da Europa e deve abalar o Euro muito em breve.
O Brexit, indicadores ruins na Alemanha e na Itália, além dos próprios conflitos políticos pelos quais os italianos estão enfrentando, enfraquecem os leves sinais de recuperação econômica na França. Desse modo, as grandes economias europeias se veem em um verdadeiro mato sem cachorro.
O Banco Central Europeu já ampliou os estímulos monetários, com medidas bastante “agressivas”, como uma forte recompra de títulos públicos e corporativos na ordem de 20 bilhões de Euros ao mês, para injetar dinheiro novo na economia.
Além desta medida, o BCE também reduziu ainda mais a taxa de depósitos, de -0,4% para -0,5%. Em suma, se os bancos comerciais deixarem dinheiro parado em suas reservas, eles recebem de volta -0,5% dessa grana. A tentativa também é de fazer com que os bancos emprestem mais e movimentem a economia.
Assim sendo, o Euro abriu a semana cotado a R$ 4,4897, mas o Real perdeu força frente ao em relação ao Euro, também em busca de segurança e oportunidades, chegando a ser cotado a R$ 4,6132 nas primeiras horas do pregão de sexta-feira (20).
Na abertura do pregão, contudo, o Euro foi cotado a R$ 4,6035, uma depreciação semanal do Real de aproximadamente 2,5% em relação à moeda europeia. Em relação ao Dólar americano, o Euro perdeu 0,4% do valor era semana.
Veja também a análise sobre o dólar e a libra esterlina.
André Galhardo é economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, professor e coordenador universitário nos cursos de Ciências Econômicas. Mestre em Economia Política pela PUC-SP, possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, com passagens pelo setor público.