O índice DXY atingiu seu maior nível em cerca de dois anos, impulsionado pela ampliação do conflito entre Ucrânia e Rússia, o fraco desempenho econômico da União Europeia e incertezas sobre a política de Donald Trump, que sugerem cautela do FOMC quanto aos juros. Na Zona do Euro, o PMI Composto de 48,1 pontos indica retração, a inflação controlada de 2% e a queda na confiança do consumidor pressionam o BCE a reduzir juros, desvalorizando ainda mais o euro frente ao dólar. Internamente, no Brasil, o corte de gastos estruturais a ser anunciado deve melhorar o clima de incerteza, enquanto globalmente, a força do dólar reflete sua resiliência diante de um cenário econômico instável e a fragilidade estrutural da economia europeia.
Acompanhe as nossas análises a seguir.
Real x dólar
Começamos a semana com o dólar cotado a R$5,7947 na segunda-feira (18/nov), um nível 0,3% superior à abertura da semana anterior (11/nov). A cotação da moeda estrangeira registrou valorização ao longo desta semana e o dólar abriu o pregão desta sexta-feira (22/nov) cotado a R$5,8142, patamar 0,4% superior à abertura da sexta-feira anterior (15/nov). Entre as aberturas desta sexta-feira (22/nov) e da segunda-feira da semana anterior (11/nov), vimos uma valorização do real em relação ao dólar de 0,7%.
O índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de moedas fortes, alcançou na sexta-feira (22) o maior nível em praticamente dois anos. Este cenário é favorecido por três fatores principais, sendo eles a ampliação do conflito entre Ucrânia e Rússia, o desempenho ruim da União Europeia em gerar crescimento e a leitura do mercado quanto à gestão de Donald Trump.
A amplificação do conflito armado torna os investidores mais receosos e para se proteger, procuram o dólar. Paralelamente, o PMI Composto da Zona do Euro alcançou apenas 48,1 pontos, sugerindo retração da atividade econômica. Neste sentido, é provável que ocorram cortes de juros mais intensos na Zona do Euro, o que favorece o dólar.
Além disso, a tendência de um governo expansionista e protecionista por parte de Trump, gera insegurança no mercado, que projeta uma política de juros mais cautelosa por parte do FOMC.
Por fim, o cenário interno brasileiro é ligeiramente favorável, tendo em vista que o corte de gastos estruturais que o Ministério da Fazenda se comprometeu a executar deve ser anunciado no começo da próxima semana, entre segunda e terça-feira.
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Real x euro
O euro abriu o pregão de segunda-feira (18/nov) cotado a R$6,1082. Na abertura desta sexta-feira (22/nov), a cotação foi de R$6,0901. Portanto, houve uma valorização de 0,3% do real frente à moeda europeia, mantendo a tendência que foi observada na semana anterior.
Com relação ao dólar, a moeda europeia perdeu força esta semana, mantendo a tendência da semana anterior. A cotação do euro na moeda estadunidense passou de US$1,0533 na segunda (18/nov) para US$1,0469, nesta sexta (22/nov). Portanto, vimos uma desvalorização do euro de aproximadamente 0,61% (leia-se: é preciso menos dólares para comprar um euro).
A situação econômica da Zona do Euro permanece delicada, com a moeda europeia enfrentando rápida desvalorização frente ao dólar e outras divisas. O cenário atual alimenta especulações sobre a possibilidade de uma nova paridade com a moeda americana.
Os dados mais recentes reforçam essa perspectiva. A inflação acumulada em 12 meses é de apenas 2%, refletindo uma redução significativa nas pressões de preços. Paralelamente, a balança comercial de setembro apresentou um superávit robusto de €12,5 bilhões, sugerindo que a demanda interna permanece enfraquecida. Esse quadro é corroborado pela queda no índice de confiança do consumidor, que atingiu -13,7 pontos em novembro, sinalizando um sentimento pessimista em relação à economia.
Com a atividade econômica ainda em desaceleração e uma inflação controlada, o Banco Central Europeu (BCE) enfrenta pressão para continuar reduzindo as taxas de juros. Essa postura acomodatícia torna o euro menos atrativo e sustenta sua trajetória de desvalorização.
Como resultado, o dólar continua ganhando força sobre o euro, com a moeda europeia atingindo seu menor nível em relação à americana desde outubro de 2022. Esse movimento reflete não apenas a fraqueza estrutural da Zona do Euro, mas também a resiliência do dólar em um ambiente global incerto.
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Real x libra esterlina
A libra esterlina abriu o pregão de segunda-feira (18/nov) cotada a R$7,3251, patamar mais alto que o registrado nesta sexta-feira (22/nov), R$7,3227. Trata-se de uma valorização de 0,03% do real em relação à moeda britânica. Portanto, a semana foi marcada por um movimento de valorização da moeda brasileira em relação à libra esterlina.
Em relação ao dólar, a moeda inglesa perdeu força no decorrer da semana, mantendo a tendência de desvalorização registrada na semana anterior, e abriu esta sexta-feira (22/nov) cotada a US$1,2591 após ter iniciado a semana cotada a US$1,2620, uma desvalorização de 0,2% da moeda britânica em relação ao dólar.
O Reino Unido apresenta uma trajetória econômica distinta da observada na Zona do Euro, destacando-se pelo maior ímpeto de crescimento e uma inflação ligeiramente mais elevada. Esses fatores têm sustentado a força da libra frente a outras moedas.
A inflação ao consumidor (IPC) avançou 0,6% em outubro, acumulando alta de 2,3% nos últimos 12 meses. Paralelamente, o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre registrou crescimento anual de 1%, indicando uma resiliência econômica em comparação aos desafios enfrentados por seus pares europeus.
Em resposta a esse cenário, o Banco da Inglaterra (BoE) tem adotado uma postura mais cautelosa e dependente de dados, mesmo operando cortes de juros recentemente. Essa abordagem contrasta com a política mais expansiva do Banco Central Europeu (BCE), que deve continuar cortando juros para estimular uma economia debilitada.
A combinação de fundamentos econômicos mais sólidos e uma política monetária relativamente conservadora deve garantir que a libra permaneça valorizada frente a outras moedas, incluindo o euro e o real.
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Perspectivas
Para a próxima semana é esperada alguma valorização da moeda brasileira. Apesar do dólar seguir forte em termos globais, o real segue depreciado em demasia por conta de fatores internos. Caso o pacote de corte de gastos seja forte e exequível, é esperado que a pressão perante a moeda brasileira diminua.
Em relação ao Euro, a leitura das últimas semanas segue válida. A deterioração da economia da Zona do Euro favorece o cenário de queda de juros na região, que por consequência, deixa a moeda menos atrativa. Em contrapartida, a Libra segue com indicadores interessantes de crescimento, a despeito dos últimos números de PMI, o que ajuda a sustentar a valorização da moeda dado que o BoE deve ter uma postura relativamente cautelosa em relação aos juros.
Seguimos de olho.