Os últimos dias no mercado americano foram de altos e baixos. O dólar se valorizou diante da possível trégua comercial entre Estados Unidos e China, mas processo de impeachment de Trump coloca mercado em alerta.
O dólar está sob escrutínio. A cada semana que passa, o processo de impeachment do presidente Donald Trump avança e, ao que tudo indica, o peso desse processo já começa a recair sobre suas costas.
Nesta semana, o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg declarou considerar a possibilidade de entrar na corrida pela candidatura presidencial democrata de 2020.
Bloomberg é uma figura bastante conhecida e respeitada tanto nos EUA quanto no mundo. Sua candidatura pode desorganizar a disputa apenas três meses antes das primárias iniciais e dificultar ainda mais a reeleição de Trump.
Outro elemento importante para o dólar foi a “virada” que as negociações comerciais com a China tomaram. Nas últimas duas semanas, muito se falou sobre o acordo entre as potências para equalizar as questões comerciais. Isso tem sido um vetor importante para equilibrar a economia internacional.
Por outro lado, o Real trouxe surpresas que fizeram a cotação ir do céu ao inferno em poucos dias. Na terça-feira (5/11), o ministro da economia Paulo Guedes anunciou o Plano Mais Brasil, com um conjunto de reformas e ajustes para colocar o país na rota do crescimento.
O Plano agradou profundamente o mercado não à toa, o dólar chegou a ser negociado a R$ 3,9747 na mínima desta semana. Mas após o fracassado leilão da cessão onerosa do pré-sal, o Real voltou a perder valor e o dólar ultrapassou os R$4,00 novamente.
Nesse contexto, a moeda americana saiu de R$ 3,9886 na segunda-feira e abriu o pregão de sexta-feira (8) negociada na casa dos R$ 4,1143. O Real acumula, portanto, uma depreciação de aproximadamente 3,15%.
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André Galhardo é economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, professor e coordenador universitário nos cursos de Ciências Econômicas. Mestre em Economia Política pela PUC-SP, possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, com passagens pelo setor público.
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