A fim de diminuir a influência do dólar na economia, Brasil e China fecham acordo para realizar transações comerciais com suas moedas. A parceria tem previsão para começar em julho de 2023, e será mediada por uma instituição autorizada pelo governo chinês a atuar no sistema econômico do país.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil e representa mais de 20% de todas as importações brasileiras. Além disso, cerca de 1/3 de todas as exportações também são chinesas. O acordo espera diminuir os custos das operações comerciais e estreitar relações Brasil-China.
Entenda melhor o que muda com o novo acordo entre Brasil e China a seguir.
O que é o acordo comercial entre Brasil e China?
O acordo comercial entre Brasil e China é uma parceria econômica entre os países para diminuir a dependência do dólar nas exportações e importações entre si. O tratado vai permitir que as operações financeiras não precisem fazer a conversão de câmbio do dólar. As transações serão feitas diretamente do real para o yuan chinês, sem precisar da moeda norte-americana.
O acordo foi firmado entre o Banco Central do Brasil e o Banco Central da China para aperfeiçoar e estreitar as relações financeiras entre os países. Com o tratado, a expectativa é de um aumento da liquidez brasileira de yuan, além de uma expansão da moeda chinesa na reserva cambial do Brasil.
Atualmente, para importar da China, o brasileiro é obrigado a comprar dólar para realizar pagamentos ao exportador chinês. Com o acordo e a transação sem uso da moeda norte-americana, os custos de exportação tendem a diminuir. Consequentemente, o preço dos produtos para o consumidor brasileiro também deve ser menor.
Quando começa o acordo entre Brasil e China?
O Banco credenciado para realizar os pagamentos em yuan, o Bocom BBM, projeta que o novo acordo terá início em julho de 2023. O Bocom BBM foi eleito como a 1ª instituição credenciada pelo China Interbank Payment System, o Cips, para atuar nas transações financeiras do sistema chinês.
Como o acordo entre Brasil e China afeta o mundo?
Com o novo acordo entre Brasil e China, os chineses ganham força política na corrida pela economia mundial. A redução da dependência do dólar e a consequente maior circulação do yuan fazem parte da agenda econômica da China. Isso porque o governo chinês visa à instauração de um mundo pluri-monetário. Ou seja, eles querem que as operações econômicas sejam feitas por outras moedas internacionais, e não apenas pelo dólar.
Essa é uma tentativa da China de bater de frente, mesmo que timidamente, com o monopólio econômico norte-americano. Afinal, o dólar é utilizado em 88% de todas as operações internacionais. Enquanto isso, a moeda chinesa configura apenas 7% desse total, segundo a última pesquisa trienal do Bank for International Settlements.
Qual o principal setor que tem se beneficiado dos acordos comerciais entre Brasil e China?
Os principais setores que se beneficiam de acordos comerciais entre Brasil e China são de soja, tecnologia, infraestrutura, minérios e óleo e gás. Além disso, carnes, tecidos e itens farmacêuticos também fazem parte dos mercados beneficiados. Esses segmentos da indústria ajudaram a atingir os mais de US$ 150 bilhões entre relações comerciais envolvendo os países em 2020.
O uso do dólar pode não estar com seus dias contados na economia mundial, mas certamente começa a ser questionado. O acordo entre Brasil e China é mais um passo na corrida econômica mundial, que, com players tão grandes, mostra-se imprevisível.
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Resumindo
O acordo comercial entre Brasil e China é uma parceria econômica entre os países para diminuir a dependência do dólar nas exportações e importações entre si. O tratado vai permitir que as operações financeiras não precisem fazer a conversão de câmbio do dólar. As transações serão feitas diretamente do real para o yuan chinês, sem precisar da moeda norte-americana.
O Banco credenciado para realizar os pagamentos em yuan, o Bocom BBM, projeta que o novo acordo comece em julho de 2023. O Bocom BBM foi eleito como a 1ª instituição credenciada pelo China Interbank Payment System, o Cips, para atuar nas transações financeiras do sistema chinês.
Os principais setores que se beneficiam de acordos comerciais entre Brasil e China são de soja, tecnologia, infraestrutura, minérios e óleo e gás. Além disso, carnes, tecidos e itens farmacêuticos também fazem parte dos mercados beneficiados. Esses segmentos da indústria ajudaram a atingir os mais de US$ 150 bilhões entre relações comerciais entre os países em 2020.