Há grande preocupação com o desempenho das contas públicas brasileiras. A expectativa de que a dívida pública pode estourar está condicionando o comportamento do mercado e as perspectivas de analistas.
A pandemia foi o catalisador das preocupações, mas as contas públicas já estão se deteriorando há tempos – particularmente desde 2016. O Brasil iniciou 2020 com uma dívida bruta do governo geral (DGBB) em torno de 75,8% do PIB e deve encerrar o ano com um percentual próximo aos 96% do PIB.
Olhando para o exterior, com a aproximação das eleições americanas, o imbróglio entre Republicanos e Democratas a respeito de um novo pacote de estímulo fiscal se aprofunda. Essa é uma preocupação que pode colocar em xeque uma eventual reeleição de Trump.
Por outro lado, os questionamentos de Trump sobre a lisura das eleições podem levar a definição dos resultados à Suprema Corte. Nunca é demais lembrar que, além dos erros de política econômica no Brasil, o questionamento sobre o resultado das eleições trouxe grande instabilidade institucional.
Em meio a estes problemas, a moeda americana abriu a segunda-feira (5), cotada a R$ 5,6498, patamar 2,47% maior em comparação com a abertura da semana anterior. Por outro lado, nesta sexta-feira (9), a moeda americana abriu cotada a R$ 5,5964.
Com isso, vimos uma apreciação do Real de 0,95% ao longo desta semana. Em grande medida, o resultado mostra maior preocupação com a situação estadunidense do que com a brasileira neste momento.
Confira o De Olho no Câmbio #92, a relação Real vs Euro e do Real vs Libra Esterlina.