A Binance anunciou nesta quinta-feira (2) que o Banco Central (BC) autorizou a conclusão do processo de aquisição da corretora brasileira Sim;Paul. Com essa licença, a corretora de criptomoedas pode operar no Brasil, oferecendo valores mobiliários aos seus clientes. Esse é um grande passo para a Binance, que busca expandir suas operações no mercado brasileiro.
A Sim;Paul já possui licenças para emissão de moedas eletrônicas (EMI) e para a distribuição de valores mobiliários, ambas reconhecidas pelo BC. Com a aquisição, a Binance pretende ser “mais eficaz no cumprimento dos avanços regulatórios em andamento”. O processo de aquisição começou em 2022 e, com a conclusão da compra, a Binance pode “localizar” suas operações, processando diretamente todas as operações financeiras por meio da plataforma da Sim;Paul.
A compra da Sim;Paul representa uma grande vitória para a Binance, que agora pode operar de forma mais integrada no Brasil. Até o momento, a corretora usava intermediários financeiros para processar diferentes tipos de operações, como transferências bancárias via Pix. Com a nova licença, todas essas operações serão processadas diretamente pela plataforma da Sim;Paul, aumentando a eficiência e reduzindo custos.
Richard Teng, CEO da Binance, comentou que a aquisição é “mais uma conquista relevante em nossa expansão global. Como um mercado efervescente na adoção de criptomoedas, o Brasil representa uma comunidade vibrante e dinâmica que está abraçando o futuro das finanças.” Ele parabenizou os reguladores locais pelo compromisso em definir regras claras para essa indústria em crescimento.
Guilherme Nazar, vice-presidente regional da Binance para a América Latina, destacou que a licença “representa um marco significativo no compromisso contínuo da Binance de expandir seus produtos e serviços no Brasil.” Ele ressaltou a dedicação da empresa à conformidade e à excelência regulatória, enquanto aprimora a capacidade de fornecer soluções financeiras seguras e inovadoras para sua crescente base de usuários no país.
A Binance anunciou a aquisição como seu 21º marco regulatório global, somando-se à obtenção de licenças para operação em diversos países entre 2023 e 2024, incluindo França, Japão, Argentina, Índia e Indonésia. A expectativa da exchange é oferecer novos tipos de produtos e serviços, alinhados às licenças da Sim;Paul, como negociação de títulos e ações, distribuição de fundos e criação de conta digital.
Apesar do sucesso no Brasil, a Binance enfrenta desafios legais. A FTX, uma empresa falida de criptomoedas, está processando a exchange de ativos digitais e o ex-CEO e fundador, Changpeng Zhao, sob alegação de “operação fraudulenta”. O caso envolve o envio de US$ 1,76 bilhão (R$ 9,8 bilhões) em criptomoedas em 2021 para a recompra de ações da companhia.
A FTX argumenta que a operação foi fraudulenta, pois o grupo liderado por Sam Bankman-Fried já enfrentava problemas financeiros e de insolvência. A FTX também acusa o então CEO da Binance, Changpeng Zhao, de fazer publicações “falsas, enganosas e fraudulentas” nas redes sociais para impulsionar a falência da exchange.
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