Veja como o acordo sobre o Brexit impactou a cotação do euro e da libra esterlina e os avanços no conflito entre EUA e China afetaram o dólar na semana.
Avanços no conflito comercial – e avanços no acordo para o divórcio entre e impactaram positivamente o mercado. Por outro lado, os conflitos políticos no Brasil estão jogando contra essa maré positiva. Acompanhe o desenrolar desses acontecimentos.
em alta mediante avanços na guerra comercial
O Dólar comercial começou a semana cotado a R$ 4,1073. Ao longo da semana, a moeda se desvalorizou fortemente devido aos problemas políticos envolvendo o presidente Jair Bolsonaro e seu partido. A crise instaurada trouxe um conjunto de incertezas a moeda.
Soma-se a isso o fortalecimento do Dólar devido aos avanços no acordo comercial com a China e isso explica o movimento da moeda.
e parecem finalmente estar se acertando e colocando todo esse conflito em rota de resolução. Na sexta (18), o assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, apontou para o fórum da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) em novembro, no Chile, como uma ocasião chave para formalização da “fase um” do acordo entre os dois gigantes.
Nesse contexto, a moeda americana saiu de R$ 4,1073 na segunda-feira e abriu o pregão de sexta-feira (18) negociada na casa dos R$ 4,1616. O Real acumula, portanto, uma depreciação de aproximadamente 1,32%.
Libra Esterlina sofrendo os impactos do Brexit
Após avanços importantes do primeiro-ministro do , Boris Johnson, junto ao em Bruxelas na quinta-feira, o desafio agora é aprovar sua lei de retirada da na Câmara dos Comuns que votou três vezes contra a versão de sua antecessora. A sessão extraordinária para votação do projeto que chancela o Brexit está marcada para o sábado, 19/10.
Com o acordo sendo desenhado especialmente desde a semana anterior, a Libra abriu a semana cotada a R$ 5,1847. A moeda britânica seguiu trajetória de apreciação em relação ao Real que, por sua vez, tem perdido força por conta da crise política entre o presidente e seu partido.
Contudo, muitas incertezas ainda rondam os termos do divórcio. Diversos parlamentares do Partido Trabalhista – que até então estavam contra o Brexit – começam a declarar apoio ao acordo de Johnson (similar ao de sua antecessora, Theresa May). Contudo, Johnson não tem maioria no Parlamento. E isso pode fazer com que o acordo ainda seja revertido até sua concretização.
Em meio a essas incertezas, a Libra Esterlina se manteve em uma trajetória de depreciação, sendo negociada no patamar de R$ 5,3549 na primeira hora do pregão de sexta-feira (18). Na semana, a depreciação do Real em relação à moeda britânica é de aproximadamente 3,28%.
segue valorizado
Com relação ao Euro, a semana também foi bastante pautada pelos avanços no Brexit. A moeda Europeia abriu a semana cotada a R$ 4,5354, e ganhou força de modo bastante expressivo em relação ao Real até sexta-feira.
Novamente, a exemplo da semana passada, boa parte do movimento parece ter sido pautado pelo Brexit, mas também combinado aos avanços da Guerra Comercial. O impulso maior certamente foi dado pela crise política brasileira que fez com que a moeda brasileira perdesse força.
É importante destacar que a Área do ainda se encontra em uma situação econômica bastante delicada. O otimismo que fortaleceu a moeda de fato veio pelos avanços com o Brexit e com o conflito comercial. Devemos manter em mente, contudo, que ainda é cedo para estimar os impactos desses avanços.
Assim sendo, na primeira hora do pregão desta sexta-feira, o Euro foi cotado a R$ 4,6311, uma depreciação semanal do Real de aproximadamente 2,11% em relação à moeda europeia. Em relação ao , o ganhou 0,75% do seu valor na semana entre segunda e sexta.
Perspectivas
O cenário que se abre é de incerteza para o Real. As moedas dos países desenvolvidos devem voltar a ganhar força, graças ao desenrolar dos conflitos.
Não obstante, ainda há muita água pra rolar embaixo da ponte. O que nos parece claro é que o Real pode continuar perdendo força nas semanas que se seguem.
Seguimos de olho.
André Galhardo é economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, professor e coordenador universitário nos cursos de Ciências Econômicas. Mestre em Economia Política pela PUC-SP, possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, com passagens pelo setor público.