CDB: o que é, como funciona e quanto custa investir nesse título de renda fixa?

Ao procurar um investimento conservador, você provavelmente vai se deparar com o CDB. O Certificado de Depósito Bancário é um título privado emitido por empresas, que costuma ter uma rentabilidade pós-fixada.

Ainda que seja um papel conservador, há cenários em que o rendimento do CDB se destaca. Inclusive, pode ter uma rentabilidade maior do que a da renda variável, como aconteceu em 2022. No ano, o percentual de ganhos dos investidores teve uma média de 10,35%. Esse resultado foi maior do que o Ibovespa, que registrou 4,69%, e que o índice small cap, com -15,06%, por exemplo.

Esse é apenas um dos motivos que mostra por que você deve conhecer mais sobre esse título de renda fixa de emissão privada. Neste post, vamos explicar as principais informações sobre o tema. Continue lendo!

O que é CDB?

O CDB é um título de renda fixa emitido pelos bancos para garantir o financiamento de suas atividades de crédito. Na prática, o investidor adquire parte desse papel e “empresta” dinheiro para a instituição financeira. Ela utiliza esse dinheiro para conceder financiamentos, pagar dívidas etc. Em troca, paga o valor inicial mais uma taxa de juros na data de vencimento.

Por ser um título de renda fixa, você já sabe quanto vai ganhar ao final do período. Por exemplo, 5% ao ano ou 100% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Ou seja, o Certificado de Depósito Bancário sofre pouca volatilidade.

O CDB é uma forma de captar recursos de forma barata. Ou seja, a instituição financeira comercializa esse título e consegue o dinheiro necessário. Essa quantia é investida em projetos ou crescimento. Também serve para conceder linhas de crédito ou pagar dívidas. O ponto-chave é que o banco cobra taxas de juros mais altas do que paga aos investidores. Portanto, ele ganha, o que faz essa captação de recursos ser barata.

Ainda é importante destacar que esse produto financeiro tem a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Isso significa que, em caso do banco emissor do título não pagar sua dívida, essa entidade privada pode ser acionada para cobrir o calote de até R$ 250 mil por CPF.

Todos os CDBs têm suas próprias características. Por isso, é importante analisar as opções para definir qual é a melhor para a sua realidade financeira e seus objetivos.

Como funciona o CDB?

O CDB funciona como uma espécie de empréstimo feito por você para uma instituição financeira. Em contrapartida, você recebe uma rentabilidade predefinida, isto é, uma taxa de juros definida já no momento da compra do título. Além disso, tem um prazo definido e um possível indexador — provavelmente o CDI —, que vai determinar o seu ganho no vencimento.

Aliás, saber quanto se vai ganhar é uma das principais diferenças entre renda fixa e variável. Ainda assim, dentro da categoria dos CDBs, existem várias características. Por isso, é fundamental entender o valor mínimo a aplicar, a liquidez, a rentabilidade e mais.

Qual o valor mínimo de aplicação do CDB?

É possível encontrar instituições com valor mínimo de aplicação do CDB em R$ 100. Porém, há outras que requerem R$ 10 mil de investimento mínimo. Portanto, existem títulos de Certificado de Depósito Bancário bastante acessíveis, enquanto outros exigem um valor de aplicação mais elevado.

Qual a liquidez do CDB?

Há CDB com liquidez diária e liquidez no vencimento. O CDB com liquidez diária permite fazer o resgate a qualquer momento, sem perda de rendimentos. Já o CDB com liquidez no vencimento, o investidor só receberá os rendimentos do valor aplicado na data de vencimento.

Para entender melhor, é preciso saber que todo título privado é emitido com uma data de liquidação, quando o resgate será feito de forma obrigatória. A rentabilidade prometida é válida para esse prazo.

No entanto, muitas instituições financeiras oferecem a chamada liquidez diária. Ela permite que você resgate o valor a qualquer momento, recebendo o dinheiro na sua conta em D+0 ou D+1 (no mesmo dia do saque ou no seguinte).

Nesse caso, a rentabilidade é paga de forma proporcional. Além disso, é aplicada a chamada carência. Esse é um período em que o dinheiro deve se manter investido. Só depois disso é válida a liquidez diária.

Por exemplo, o CDB tem liquidez diária, com carência de 90 dias. Portanto, nesse período de 3 meses, é impossível resgatar os valores. Depois desse prazo, o saque pode ser realizado sem problemas.

De toda forma, os prazos de vencimento variam bastante. Por isso, vale a pena atentar a esse detalhe.

Qual a rentabilidade do CDB?

A rentabilidade do CDB depende do que estiver definido em contrato. Existem 3 opções: prefixado, pós-fixado e híbrido. O prefixado tem uma taxa de juros predeterminada. Já o pós-fixado, uma alíquota que varia conforme um indexador, geralmente o CDI. O híbrido combina os dois modelos e rende a inflação mais uma taxa fixa.

Os prefixados são mais indicados quando a taxa de juros está elevada. Por sua vez, os híbridos permitem proteger o patrimônio no longo prazo, porque você sempre terá um ganho real. Já os pós-fixados são estáveis e tendem a ser boas alternativas para quem precisa de liquidez.

Vale destacar que não há uma indicação de investimento neste artigo. É importante que qualquer tipo de aplicação seja feita com a assessoria de um profissional especializado. Além disso, o risco deve ser calculado por cada investidor, de acordo com seu perfil de investimento.

Quais são os tipos de CDB?

1. CDB prefixado

O CDB prefixado tem uma taxa de juros definida e fixa. Ou seja, se ele for de 4,5% ao ano, você sabe que o seu capital terá esse rendimento bruto ao longo de 12 meses, independentemente da situação do mercado.

2. CDB pós-fixado

O CDB pós-fixado é o mais comum. A sua rentabilidade depende de um indexador, normalmente, o CDI. Esse título costuma render um percentual do Certificado de Depósito Interbancário.

Por exemplo, 110% do CDI. Isso significa que vai render a mesma quantia mais 10 pontos percentuais acima. Agora, se for 90% do CDI, a rentabilidade será menor do que a do indexador.

Portanto, o modelo de rentabilidade pós-fixado é aquele em que a variação do indicador fará toda a diferença. Assim, é importante que você saiba como acompanhar os valores do CDI hoje. Até mesmo porque o ideal é que o título pague 100% ou mais desse índice.

3. CDB híbrido ou atrelado à inflação

O modelo híbrido significa que o rendimento do CDB está vinculado a um indicador de inflação. Geralmente, utiliza-se o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ou o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M).

Qual a diferença entre CDI e CDB?

A diferença entre CDI e CDB é sua função. O CDI é um índice econômico que serve como referência das operações de empréstimos entre os bancos. Ele também pode ser usado como base para a rentabilidade da sua aplicação financeira. Já o CDB é um investimento de renda fixa, isto é, um título privado no qual você efetivamente investe.

Na prática, é impossível investir em CDI. Você investe em CDBs ou em Letra de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCI e LCA), por exemplo, que podem ser indexados pelo Certificado de Depósito Interbancário.

Porém, existem títulos privados prefixados, que nada têm a ver com o Certificado de Depósito Interbancário. Por isso, a diferença entre esses dois termos precisa ficar bem clara. No caso do mercado financeiro, é fácil de entender: você investe em CDB e pode ter a rentabilidade definida pelo CDI.

Qual é o custo de investir em CDB?

O custo de investir em CDB se refere à tributação. Há incidência de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), que varia entre 22,5% e 15%, conforme o tempo de aplicação. Ainda pode ser aplicado o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que vai de 96% a 3%, se o resgate for feito em menos de 30 dias.

Portanto, os Certificados de Depósito Bancário não estão incluídos na lista dos investimentos isentos de Imposto de Renda. Vale a pena destacar que a tabela regressiva varia de 22,5% para aplicações de até 6 meses a 15% para períodos superiores a 2 anos.

Os títulos sofrem essa cobrança, mas é, basicamente, a única que existe. Isso porque a maioria das corretoras deixa de cobrar as taxas de corretagem e de custódia. Portanto, esse é um benefício para o investidor.

O que pode acontecer é que a rentabilidade um mesmo título de CDB mude do home broker de uma corretora de valores para outra. O motivo é que cada instituição financeira cobra uma margem de ganho sobre essa alíquota, então, o seu ganho pode ficar um pouco menor ou maior, dependendo do caso.

Ainda tem o IOF. Esse é outro tributo aplicado, mas ele só incide em investimentos resgatados com menos de 30 dias. A alíquota varia conforme o tempo e vai de 96% (1 dia) a 3% (29 dias). Ou seja, basta se programar e você não terá que pagar nenhuma quantia relativa a esse tributo.

É seguro investir em CDB?

Sim, é seguro investir em CDB. Existem 3 motivos para isso: o fato de ser uma aplicação financeira de renda fixa, a proteção do FGC e o rating do banco. Com ele, você sabe quanto vai ganhar, tem cobertura em caso de calote da instituição financeira e pode analisar a saúde financeira do emissor. Portanto, o CDB é um dos investimentos mais seguros.

Na prática, o risco de um investimento em CDB é próximo a zero. De toda forma, o rating é uma forma de reduzir ainda mais a chance de não receber a rentabilidade esperada.

Quais as vantagens de investir em CDB?

1. Basta ter acesso à internet e conta em uma instituição para investir

Você só precisa de acesso à internet e uma conta em uma corretora de valores para investir em CDB. As ordens de compra e venda são feitas pelo home broker e você pode analisar todos os detalhes de cada título antes de tomar sua decisão.

2. A rentabilidade é atrativa, podendo pagar mais que 100% do CDI

Um investimento de renda fixa tem uma rentabilidade já conhecida, que pode ser menor do que os ganhos na renda variável. Contudo, isso nem sempre acontece. Na verdade, tudo depende muito da taxa Selic. De modo geral, quanto mais alta ela estiver, maior será o seu rendimento no Certificado de Depósito Bancário.

Agora, se a sua comparação ocorrer somente entre ativos da renda fixa, esse produto financeiro também é válido. Isso porque é relativamente fácil encontrar títulos que pagam mais de 100% do CDI. Então, são bem atrativos, especialmente para o perfil de investidor conservador.

3. É uma das aplicações mais seguras do mercado financeiro

Além de fazer parte da renda fixa, o CDB tem a proteção do FGC. Portanto, a chance de você perder o valor aplicado acrescido de juros é muito pequena. Basta deixar até R$ 250 mil nesse produto financeiro por banco. Assim, você protege seu capital.

4. O CDB permite diversificar sua carteira de investimentos

A diversificação de investimentos trata de potencializar o rendimento com redução dos riscos. Por esse motivo, ela é considerada a regra de ouro do mercado financeiro.

Na prática, diversificar a carteira significa escolher diferentes ativos para garantir que a sua rentabilidade geral seja positiva. Tendo o CDB, você traz previsibilidade, com uma rentabilidade interessante e segura. Isso é importante para barrar o impacto das oscilações do mercado.

5. Você pode escolher um título com alta liquidez

As opções de CDBs são bastante variadas e é possível encontrar diferentes títulos com liquidez diária. Isso é importante, porque há poucos papéis com prazo de resgate pequeno. Então, considere o que precisa e faça a sua escolha.

Quais são as desvantagens de investir em CDB?

1. Há cobrança de Imposto de Renda

Apesar de, geralmente, não ter outras taxas, a cobrança do IR pode impactar bastante sua rentabilidade. Especialmente, se você olhar para o CDB como um título de curto prazo. O ideal é considerar um horizonte de tempo mais longo para ter aplicada uma alíquota mais baixa.

Além disso, lembre-se do IOF. Por isso, evite fazer o resgate dos valores em um prazo inferior a 30 dias. Caso contrário, terá um desconto maior.

2. O valor da aplicação inicial pode ser elevado

Você pode encontrar títulos privados por R$ 500 ou menos. Existem opções de até R$ 100. No entanto, nem sempre é possível conseguir um valor tão baixo. Alguns emissores exigem R$ 10 mil ou mais.

3. A liquidez pode ser apenas no vencimento

Alguns CDBs exigem que você faça o resgate somente na data de vencimento. Por isso, se você tem dúvidas de quando vai precisar do dinheiro, observe esse fator e a carência para evitar problemas.

4. O resgate antecipado interfere na rentabilidade

Você sempre sabe quanto vai receber no final do prazo de um CDB. Porém, se fizer um resgate antecipado, sofrerá influência da marcação a mercado, uma oscilação dos títulos de renda fixa.

Ou seja, mesmo na renda fixa, há a atualização diária dos preços dos títulos pós-fixados. Isso porque esses ativos seguem um indexador, que costuma variar ao longo do tempo. Portanto, quando há oscilação, o preço dos ativos também varia.

Na prática, pode ser que você faça o resgate antecipado e ganhe um pouco mais do que o proporcional. No entanto, também pode acontecer de receber um pouco menos do que o esperado.

Quais são os riscos de investir em CDB?

O risco de investir em CDB é a possibilidade do banco deixar de pagar os investidores, isto é, o risco de crédito. Portanto, há certa incerteza com relação ao recebimento dos valores. Apesar de existir essa possibilidade, você conta com o FGC e pode analisar o rating para conferir a solidez e a reputação do emissor.

Portanto, o risco de crédito é real, mas você consegue minimizá-lo. Afinal, você protege seu capital com a ajuda do FGC, desde que deixe R$ 250 mil por banco.

Além disso, você pode analisar o rating para verificar se a instituição financeira é uma boa pagadora. De modo geral, quanto melhor for a classificação de risco, menor será a rentabilidade.

De toda forma, você sabe que, nesse caso, tem uma proteção maior. Então, vale a pena conferir esses critérios antes de optar por esse investimento.

O CDB é uma opção para quem busca segurança em investimentos

O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é uma boa opção para quem quer começar a investir seu dinheiro. Mas existem outras possibilidades que podem complementar os resultados obtidos com esse produto financeiro.

Ainda assim, você percebeu que o Certificado de Depósito Bancário é um bom produto financeiro para ter na sua carteira de investimentos. Isso porque ele traz uma rentabilidade sólida, poucos riscos e amplos benefícios, como possibilidade de liquidez alta e custos baixos.

Com isso, você consegue decidir se o CDB é a melhor alternativa para o seu portfólio. Agora, é possível considerar essa possibilidade e ainda verificar outras alternativas de investimento para potencializar os seus ganhos, com a ajuda de especialistas.

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