Em um cenário de incertezas e espera por definições, os gatilhos para derrubar o dólar não são disparados e ficamos oscilando no mesmo patamar já visto de R$ 3,70 (como eu já havia comentado por aqui na dia 11).
Guerra Comercial: Estados Unidos e China
Após as conversas da última semana, o mundo todo ficou carente por um comunicado da evolução no acordo. O desenrolar da conversa foi prometido, mas ninguém ficou sabendo o que realmente foi firmado.
Agora, a expectativa é de um encontro entre os grandes líderes dos dois países. Mas só no final do mês.
Enquanto isso, Donald Trump não alivia nem cede um pouquinho em relação à construção do muro na divisa com o México. Por isso, o governo segue em meio à paralisação, o shutdown, mais longo de sua história. Ou seja, a segunda indefinição em nível global.
Theresa May e a derrota durante a votação do Brexit
A semana também não foi fácil para a primeira ministra britânica, Theresa May. Ela sofreu uma baita derrota no Parlamento durante a votação do Brexit; a maior em mais de um século. Ao menos conseguiu uma vitória mais apertada no dia seguinte: seguirá como premier e tem até a próxima semana para apresentar uma nova proposta em relação ao caso.
Este placar final demonstra que o Parlamento ainda tem confiança na capacidade de May para seguir no cargo e mais do que isso, que poderá conduzir com destreza a saída do Reino Unido da União Europeia.
Portanto, ficamos com mais este ponto em compasso de espera no cenário internacional.
Texto da Reforma da Previdência será definido até domingo
Por aqui, nós acompanhamos um forte rali das ações brasileiras neste início de ano. Tudo isso com fôlego (leia-se: dinheiro de investidores) nacionais.
Porém, o que sustenta a famigerada Reforma da Previdência são as notícias e perspectivas do que virá pela frente. Quando não temos novidades, o mercado perde o ânimo.
É claro que os ventos sopram a favor, mas enquanto a proposta fica guardada a sete chaves pelo governo, não vemos movimentações no curto prazo.
Por ora, temos que o texto será definido até domingo e que o nosso presidente utilizará os dias que antecedem sua viagem a Davos para analisá-lo. Já a aprovação dependerá das eleições na Câmara e no Senado.
Câmbio nada cambaleante
Portanto, sem novidades internas para manter a nossa tendência de descolar do restante do mundo (e decolar), seguiremos no mesmo patamar.
O câmbio tem a tendência de manter os mesmo R$ 3,70 já que, para furar o piso e buscar níveis mais baixos, será preciso ter mais fluxo de moeda para cá. E, como já dito, a força para trazer o dinheiro dos investidores estrangeiros depende de maior estabilidade externa e comprovação do andamento das reformas necessárias ao crescimento do Brasil.
Apenas a partir de então, veremos maior valorização do real brasileiro. Enquanto isso, ficamos em banho-maria, aguardando o melhor momento para ebulir.
Um abraço e até a próxima semana!
Glenda Mara Ferreira é Economista, bacharel em Relações Internacionais com experiência em planejamento financeiro. Atualmente é especialista em investimentos na Levante. Possui uma conta no Instagram sobre finanças pessoais e economia: @glendamara_ferreira