As comidas africanas é uma das mais ricas e diversas do mundo, resultado da mistura de tradições ancestrais, ingredientes nativos e influências culturais de diferentes povos. De Norte a Sul, o continente reúne pratos como o Jollof Rice, popular na Nigéria e Gana, o cuscuz marroquino, muito consumido no Norte da África, e o Fufu.
Além da grande variedade de pratos salgados, a gastronomia africana também possui referências de doces, como o Puff Puff, bolinho frito tradicional da África Ocidental, o Melktert, torta sul-africana com creme de leite e canela, e a Cocada Angolana.
Neste artigo, vamos explorar a história da culinária africana, destacar pratos típicos de diferentes regiões e apresentar a relação entre a cozinha africana e a gastronomia afro-brasileira. Continue lendo para conhecer sabores que contam a trajetória de um povo e sua influência na cultura alimentar global.
A culinária africana tem origens milenares e está profundamente conectada com a história dos povos do continente. Registros arqueológicos apontam que algumas das primeiras civilizações surgiram na Tanzânia, Quênia e Egito há mais de seis mil anos, desenvolvendo métodos de preparo e conservação de alimentos que influenciam diversas culturas até hoje.
Os africanos foram responsáveis por importantes avanços gastronômicos, como a fermentação dos alimentos e o cultivo de grãos nativos, como teff, painço, cevada, trigo, lentilha e sorgo. A variedade climática e geográfica do continente influenciou diretamente os ingredientes e técnicas utilizadas em cada região.
A região do Norte da África, por exemplo, adotou uma culinária baseada no trigo, com pratos como o Koshari, no Egito, que combina arroz, lentilhas, macarrão e molho de tomate temperado. Já no Sul da África, o consumo de ensopados vegetais e massas feitas com mandioca, como o Kwanga e o Fufu, reflete os hábitos alimentares locais.
Com a expansão comercial e os processos de colonização, novos ingredientes foram introduzidos na culinária africana, resultando em uma fusão de sabores e modos de preparo. Especiarias como pimenta, canela, louro e alecrim passaram a fazer parte da alimentação em várias regiões. Muitos desses elementos foram levados ao Brasil durante o período da escravidão e, ao longo dos séculos, adaptados à cultura alimentar brasileira.
O Jollof Rice é um prato muito popular em países como Nigéria, Gana e Senegal. Feito com arroz cozido em molho de tomate, cebola, pimentão e especiarias, o prato pode ser servido com frango, carne ou peixe. Existe uma disputa entre países da região sobre qual é a melhor versão da receita.
O Bobotie é um prato de carne moída temperada com curry e coberta por uma mistura de ovos e leite antes de ser assada. Com influência da culinária holandesa e malaia, é servido com arroz amarelo e chutney de frutas.
O Bunny Chow é uma comida de rua popular, criada pela comunidade indiana na África do Sul. Consiste em um pão oco recheado com um ensopado de curry de carne, frango ou vegetais.
O Fufu é uma massa feita a partir de banana-da-terra, mandioca ou inhame, cozida e amassada até atingir uma consistência elástica. É frequentemente servido com sopas e ensopados.
Chakalaka é um acompanhamento é um molho picante feito com feijões, tomate, cebola, pimentão e especiarias. Ele é frequentemente servido com carnes grelhadas e pap (uma espécie de polenta de milho).
A Cachupa é um ensopado preparado com feijão, milho, batata-doce e carnes diversas. Ele pode ser servido em versões mais ricas (com carne bovina, frango e linguiça) ou mais simples (com peixe e vegetais).
Muamba de Galinha é um prato muito popular em Angola, é preparado com frango cozido em um molho de azeite de dendê, quiabo, tomate e cebola. Acompanhado de funge, uma massa de fubá de mandioca, é um dos pratos mais tradicionais do país.
A Injera é um pão fermentado feito de teff, com textura esponjosa. É servido com Doro Wat, um ensopado picante de frango e ovos cozidos.
O Egusi Soup é um ensopado denso e saboroso, feito com sementes de melão moídas, carne (bovina, peixe seco ou frutos do mar), folhas verdes e especiarias. Ele é tradicionalmente servido com Fufu ou arroz.
Nyama Choma significa “carne grelhada” em suaíli e é um prato típico da África Oriental. Feito com carne de cabra ou bovina marinada e assada lentamente, é servido com ugali (massa de milho) e kachumbari (salada de tomate e cebola).
O Thieboudienne é um prato nacional do Senegal que consiste em peixe recheado com ervas e temperos, cozido com arroz, legumes e molho de tomate. Seu sabor é mais intenso.
O Matoke é um prato típico da África Oriental, preparado com banana-da-terra cozida e amassada, misturada com carne, cebola, tomate e especiarias. É uma refeição reconfortante e muito consumida no dia a dia.
Kapenta são pequenos peixes de água doce fritos e servidos com Sadza, um tipo de mingau de farinha de milho. Esse prato é uma das refeições mais comuns na região da África Austral.
A Bissara é uma sopa cremosa feita com favas ou ervilhas secas, alho e azeite de oliva. Muito consumida no Norte da África, é acompanhada de pão marroquino (khobz) e temperada com cominho e pimenta.
Suya é um espetinho de carne grelhada, muito popular na Nigéria e em outros países da África Ocidental. Ele é temperado com um mix de amendoim moído, gengibre, pimenta e especiarias, sendo um petisco bastante consumido em mercados e feiras.
Mafé é um ensopado cremoso feito com carne (frango, carne bovina ou cordeiro) cozida em molho de amendoim, tomate e especiarias. Geralmente servido com arroz ou fufu, é uma refeição nutritiva e cheia de sabor.
O Gomen é um prato à base de folhas de couve refogadas com cebola, alho, gengibre e especiarias. Ele acompanha muitos pratos etíopes e eritreus, sendo uma opção vegetariana muito nutritiva.
O Bobolo é uma massa fermentada feita de mandioca e enrolada em folhas de bananeira antes de ser cozida no vapor. É um acompanhamento tradicional para peixes grelhados ou guisados.
O Shakshuka é um prato feito com ovos cozidos em um molho espesso de tomate, pimentão, cebola e especiarias. Muito consumido no Norte da África, é servido com pão para aproveitar o molho.
O Pili Pili é um prato de frango ou peixe grelhado marinado em um molho picante à base de pimenta malagueta, alho e suco de limão.
O Qumbe significa dengo. É um docinho africano enrolado como o nosso brigadeiro, feito com leite de coco, farinha de trigo, açúcar refinado caramelizado e coco ralado seco.
O Melktert é uma torta doce tradicional da África do Sul. Feita com uma base crocante de massa de pastel e recheada com um creme de ovos, farinha, leite e açúcar, tem um sabor suave e delicado.
O Puff Puff é um bolinho frito muito consumido em Serra Leoa, Nigéria e Gana. Feito com farinha de trigo, manteiga, ovos, fermento, sal e açúcar, depois de frito é polvilhado com açúcar.
O Pudim de Malva é comum na África do Sul e pode ser servido quente ou gelado. A receita leva geleia de damasco, manteiga, açúcar refinado, leite e vinagre, resultando em um pudim bem consistente e cremoso.
O Mandazi é um bolinho frito em óleo vegetal, popular no leste da África, especialmente no Quênia e Tanzânia. A massa leva farinha, leite de coco e canela, entre outros ingredientes, e pode ser servida como entrada ou lanche da tarde.
O Xalwo (ou Halwo) é um doce somali geralmente servido apenas em ocasiões especiais. Alguns de seus ingredientes são o amido de milho, noz-moscada, manteiga ghee e cardamomo.
O Koeksisters é semelhante ao bolinho de chuva no Brasil, mas tem um formato trançado. A massa, feita com farinha de trigo, sal, fermento, manteiga, ovos e água, é frita e mergulhada em uma calda de açúcar com canela e especiarias.
O Bolo Africano é feito com nozes, ameixas e uvas-passas. A receita também leva vinho do porto, cidra cristalizada em pedaços, canela e noz-moscada, criando um bolo aromático e denso.
A Cocada Angolana é uma variação da cocada tradicional, feita com coco ralado, açúcar e especiarias, como canela, cravo-da-índia e anis estrelado.
Os Hertzoggies são uma das comidas africanas doces: tortinhas feitas com massa folhada e recheadas com geleia de damasco, açúcar refinado, fermento, ovo e coco desidratado, são muito apreciadas no chá da tarde.
As Brinholas são um dos tipos de comidas africanas doce, típico de Moçambique e Cabo Verde, semelhante aos bolinhos de chuva, mas feitos com banana na massa.
O Kaak é um biscoito típico da África do Norte, parecido com um pão doce crocante. Geralmente contém gergelim, erva-doce e é levemente adoçado com mel ou açúcar.
O Mkate wa Ufuta é um pão doce de gergelim, muito popular em Zanzibar e no leste da África. Feito com farinha, leite de coco e coberto com sementes de gergelim, tem um sabor levemente adocicado e uma textura macia.
O Malawah é uma das comidas africanas, sendo de crepe doce típico da Somália. Ele é feito com uma massa à base de leite e farinha. Ele pode ser servido com mel e frutas frescas.
O Basbousa é um bolo de sêmola muito consumido no Egito e na África do Norte. Geralmente, ele é embebido em uma calda doce de água de rosas ou de flor de laranjeira, sendo finalizado com amêndoas.
O Chebakia é um doce que faz parte das comidas africanas, sendo de origem marroquina. Ele é feito com massa de gergelim e especiarias, moldada em formato de flor, frita e coberta com mel e sementes de gergelim.
A chegada de africanos ao Brasil durante o período colonial teve impacto na formação da cultura alimentar do país: mulheres negras escravizadas foram responsáveis pelo preparo dos alimentos tanto nas senzalas quanto nas casas grandes, introduzindo ingredientes e técnicas que se tornaram parte do cotidiano dos brasileiros.
Muitos alimentos que hoje fazem parte da culinária nacional foram trazidos por africanos, como quiabo, inhame, maxixe, azeite de dendê e pimenta-malagueta. A adaptação desses ingredientes ao que estava disponível no Brasil deu origem a pratos como acarajé, feijoada, galinha com quiabo, angu, pirão e canjica.
As “ganhadeiras”, mulheres que vendiam comida nas ruas, difundiram a culinária afro-brasileira. Elas preparavam tabuleiros recheados de quitutes como mingaus, peixes fritos, bolos e cocadas, não apenas para garantir seu sustento, mas também para comprar a liberdade de parentes e companheiros.
Algumas receitas afro-brasileiras mantêm grande semelhança com suas versões africanas originais. O acarajé, por exemplo, tem parentes próximos no continente africano, como o kosai, na Nigéria, e o akara, em Gana. O baião de dois possui influências do Waakye, prato típico do Gana feito com arroz, feijão e caldo de camarão. Já o pirão, consumido no Brasil, tem relação com o funjí, uma preparação africana feita à base de farinha de mandioca.
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A culinária africana é diversa e varia conforme a região: no Norte da África, pratos como cuscuz marroquino, tajine e koshari são comuns, com forte uso de especiarias. No Oeste africano, o arroz jollof, egusi soup e fufu são amplamente consumidos. No Leste africano, pratos como injera (Etiópia e Eritreia) e ugali (Quênia e Tanzânia) são tradicionais. No Sul da África, bobotie, chakalaka e braai se destacam. Além disso, ensopados, peixes, grãos e vegetais são frequentemente utilizados nas diferentes cozinhas do continente.
– Qumbe – Docinho feito com coco e leite de coco, semelhante a um brigadeiro.
– Melktert – Torta de leite sul-africana, com recheio cremoso e toque de canela.
– Puff Puff – Bolinhos fritos típicos da Nigéria e Gana, polvilhados com açúcar.
– Pudim de Malva – Sobremesa sul-africana com geleia de damasco e textura macia.
– Mandazi – Bolinho frito do Leste da África, feito com leite de coco e canela.
– Xalwo – Doce somali feito com amido de milho, noz-moscada e manteiga ghee.
– Koeksisters – Doce frito da África do Sul, semelhante a uma trança, banhado em calda de açúcar.
– Bolo Africano – Feito com nozes, ameixas, passas, vinho do porto e especiarias.
– Cocada Angolana – Feita com coco, açúcar, canela e cravo-da-índia.
– Hertzoggies – Pequena torta doce sul-africana recheada com geleia de damasco e coco.
– Brinholas – Bolinhos de chuva de banana, populares em Moçambique e Cabo Verde.
A África é o berço de vários alimentos: o sorgo, painço, teff e fonio são grãos nativos do continente. Tubérculos como inhame africano e o coco africano também são comuns. Frutas como banana-da-terra, tamarindo, baobá, quiabo e óleo de palma fazem parte da alimentação em várias regiões. Além disso, a África é a origem do café e do cacau, dois produtos amplamente cultivados e exportados globalmente.
Comidas afro-brasileiras são pratos que tiveram influência direta da culinária africana e foram adaptados com ingredientes disponíveis no Brasil. Elas surgiram a partir das técnicas e costumes alimentares trazidos por africanos escravizados, resultando em receitas como acarajé, vatapá, feijoada, galinha com quiabo, angu, pirão e canjica. Muitos desses pratos também possuem ligação com tradições religiosas afro-brasileiras, como o Candomblé, onde alimentos são preparados como oferendas.
Crédito de imagem: Envato Elements
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