A pandemia da covid-19, síndrome respiratória grave causada por uma nova cepa de coronavírus, provocou diversas reações nas economias ao redor do globo.
O mercado de ações, por exemplo, vem sofrendo fortes oscilações desde que os primeiros casos foram anunciados na China.
As empresas de comércio on-line, como a Amazon, pareciam ser investimento seguro.
Mas isso não se concretizou nas primeiras semanas.
Logo no começo da crise, o valor das ações da Amazon apresentou queda importante.
A paralisação das atividades industriais na China, seu principal fornecedor, resultado da quarentena exigida para o controle da contaminação, atingiu diretamente a cadeia de suprimentos dos negócios realizados exclusivamente pela internet.
No entanto, o que poderia ser a derrocada da gigante do comércio eletrônico, durou pouco e o impacto da queda das ações sequer chegou a ser admitido pela empresa.
Rapidamente, a Amazon colocou em prática uma estratégia de guerra e, enquanto o varejo promove demissões em massa e fecham lojas, o e-commerce contrata 100 mil pessoas.
Estratégia de enfrentamento
Passado o primeiro impacto no valor de mercado das ações, a Amazon viu sua demanda aumentar significativamente.
O prazo de entrega do serviço Prime que antes era de um ou dois dias, agora está levando quatro dias.
A demora faz parte da estratégia definida pelo proprietário da empresa, Jeff Bezos, que prioriza a entrega de itens essenciais e bloqueia o recebimento de demais produtos considerados não essenciais.
A estratégia é válida para as vendas realizadas nos EUA e na Europa.
Assim que o surto começou, Bezos já aumentou seu nível de pedidos para os fornecedores chineses, garantindo o estoque.
Por si só, não seria o suficiente porque, em algum momento, a cadeia sofreria com o desabastecimento.
A estratégia de enfrentamento da crise adotada pelo empresário e sua equipe foi, justamente, priorizar os produtos básicos para uso doméstico, medicamentos e outros itens de alta demanda.
Com as pessoas cada vez mais confinadas em suas casas e precisando desses itens, a tendência é a rápida saída, permitindo o pronto reabastecimento para garantir mais entregas.
Os produtos considerados essenciais foram separados em seis categorias:
1) produtos para bebê;
2) saúde e uso doméstico;
3) beleza, aparelhos e acessórios para cuidados pessoais;
4) mercearia;
5) industrial e científico e, por último,
6) suprimentos para animais de estimação.
Para garantir o sucesso da empreitada, Bezos contratou 100 mil novos funcionários para atuarem nos centros de distribuição e na rede de entrega da varejista nos Estados Unidos.
O investimento, por ora, deu certo e a empresa viu ainda o aumento por outros produtos como livros infantis e didáticos, que foram incorporados ao rol dos produtos essenciais, que as pessoas “precisam e querem”, segundo o comandante da empresa.
Resultados
Prova de que o plano elaborado por Jeff Bezos deu certo é que a Amazon é uma das poucas empresas do mundo que estão experimentando a prosperidade nessa crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
A empresa, que havia registrado queda de 2% nas primeiras semanas da crise, alavancou seu crescimento para 5%.
No atual ano fiscal, o valor das ações da Amazon subiu 24%.
A explicação para esse resultado positivo está, entre outros fatores, no modelo de negócio adotado pela empresa.
Ao estabelecer uma relação de compra e venda totalmente virtual, inclusive os pagamentos que são feitos por meio de transferências internacionais, a Amazon se alinha à necessidade de confinamento exigida para o enfrentamento da covid-19.
E mesmo após esse período de quarentena, o cenário parece promissor para as empresas de e-commerce, talvez até por uma questão de sobrevivência nos tempos que se avizinham.
Após o período de pandemia, a tendência é que demore ainda algum tempo para que a livre circulação terrestre volte ao que era antes.
Portanto, o e-commerce que já era uma realidade em franco crescimento, poderá se tornar ainda mais presente na vida das pessoas.