O mercado de créditos de carbono movimenta anualmente cerca de USD 100 bilhões em todo o mundo. Países e empresas que buscam compensar a emissão desse gás na atmosfera estão cada vez mais interessados sobre o que é o crédito de carbono, como funciona esse mercado, suas vantagens e desvantagens e possibilidades de ganhos.
Acompanhe este artigo e fique por dentro sobre o que é e como os créditos de CO2 funcionam. Também esclareça suas dúvidas sobre esse mercado no Brasil e quem são os agentes que podem comprar e vender essas licenças e por quanto são vendidas.
O que é o crédito de carbono?
O crédito de carbono é um certificado negociável concedido a indústrias e países, permitindo-lhes emitir uma tonelada de dióxido de carbono ou equivalente a outro gás de efeito estufa. Seu objetivo principal é reduzir as emissões desses gases durante atividades industriais, visando diminuir os efeitos do aquecimento global.
Um crédito de carbono é equivalente a uma tonelada métrica de dióxido de carbono (CO2) ou a uma quantidade equivalente de outros gases de efeito estufa. Ao adquirir ou gerar um crédito de carbono, significa que uma tonelada de emissão de carbono foi evitada, reduzindo assim a quantidade de carbono lançada na atmosfera.
Por que precisamos de créditos de carbono?
Precisamos de créditos de carbono porque as atividades humanas geram emissões de carbono que contribuem para as mudanças climáticas. Os créditos permitem compensar essas emissões, financiando projetos destinados a armazenar, evitar ou reduzir a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera.
Isso porque ao adquirir créditos para compensar uma tonelada de gases de efeito estufa que você emitiu, o valor da compra financia um projeto especificamente desenvolvido para armazenar, evitar ou reduzir as emissões de dióxido de carbono.
Como o crédito de carbono funciona?
O crédito de carbono funciona como um incentivo econômico para as empresas adotarem energias limpas. Companhias que impedem a emissão de 1 tonelada de CO2 (dióxido de carbono) geram esse crédito e podem vendê-lo para outras instituições que excederem o volume de emissão desse gás na atmosfera.
Empresas como a Tesla vendem esses créditos, gerando receita substancial.
Ganhos da Tesla nos últimos anos
- 2021: US$ 1,5 bilhão
- 2022: US$ 1,8 bilhão
- 2023: US$ 1,8 bilhão
Governos que participam desse mercado incentivam práticas sustentáveis e reduzem as emissões de carbono em seus países.
Vantagens e desvantagens do Crédito de Carbono
Os créditos de carbono estão despertando o interesse de diversas empresas, corporações e países. No entanto, tão importante quanto saber como o crédito de carbono funciona é conhecer as suas vantagens e desvantagens:
Vantagens do Crédito de Carbono
- Incentiva a redução da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, contribuindo para a preservação do meio ambiente;
- Auxilia países e indústrias a atingirem suas metas de não emissão de dióxido de carbono;
- Estimula a economia de países que aderem ao mercado de carbono;
- Acaba com a Greenwashing.
Desvantagens do Crédito de Carbono
- O investimento em processos mais limpos e sem carbono pode ser negligenciado por países e empresas;
- Empresas precisam passar por um longo processo burocrático para obter as licenças necessárias e ter acesso aos créditos de carbono;
- Países em desenvolvimento podem ter dificuldades para aderir aos créditos de carbono devido à falta de tecnologia para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Quem emite crédito de carbono?
Os créditos de carbono são emitidos por qualquer governo que esteja disposto a limitar as emissões de dióxido de carbono. Esses governos são responsáveis por estabelecer cotas de emissão de gases de efeito estufa para empresas e organizações locais, distribuindo permissões para emitir uma quantidade específica de CO2.
Essas permissões são conhecidas como Unidades de Quantidade Atribuída, correspondendo a uma tonelada métrica de CO2, conforme estipulado pelo Protocolo de Kyoto, que estabelece as cotas de gases de efeito estufa, denominadas de unidades individuais, que os países em desenvolvimento podem emitir.
Como funciona a venda do crédito de carbono?
A venda de créditos de carbono é um processo em que empresas ou governos investem em créditos originados de projetos dedicados à redução de emissões de gases de efeito estufa, promovendo assim a sustentabilidade ambiental.
Por exemplo, um projeto de eficiência energética certificado por um órgão regulador gera créditos de carbono, registrados em uma Bolsa de Carbono. Outras empresas e governos podem comprar esses créditos para compensar suas próprias emissões de gases do efeito estufa.
Ou seja, se um país ou empresa não consegue reduzir suas emissões o suficiente para atingir suas metas, ele pode comprar créditos de carbono de projetos que o façam. Esses créditos podem ser adquiridos por meio de licitações, acordos privados ou negociações diretas, conforme as necessidades de cada parte.
Como ganhar dinheiro com crédito de carbono?
- Investindo em projetos que reduzem ou removem emissões de gases de efeito estufa e geram créditos de carbono;
- Venda de créditos excedentes;
- Compra e revenda;
- Compensação de emissões;
- Atuar como intermediário na negociação de créditos de carbono entre compradores e vendedores;
- Prestar serviços de consultoria para empresas interessadas em reduzir suas emissões de carbono.
Em qualquer caso, é importante conhecer o mercado para o qual você está negociando, para entender valores e leis envolvidas.
Quem paga crédito de carbono?
Quem paga por créditos de carbono são empresas, governos ou pessoas que desejam compensar suas próprias emissões de gases de efeito estufa.
Também há casos de empresas que buscam cumprir regulamentações ambientais e governos que pretendem atingir metas de redução de emissões.
Quem compra o crédito de carbono?
O crédito de carbono pode ser adquirido de forma voluntária por qualquer país ou empresa interessada em reduzir a emissão de CO2. Atualmente, a Holanda, o Japão e o Reino Unido são as economias que mais compram carbono. Entenda melhor quem pode fazer esse tipo de transação.
Economias industrializadas
O Protocolo de Kyoto atribui a cada país um determinado padrão de emissões de crédito de carbono a cumprir. Quando uma nação emite menos CO2 do que a sua meta, pode vender os créditos excedentes para outros países que não cumprem com as metas de nível de emissões estabelecidas.
Nesses casos, a compra e venda dos créditos é regulamentada por um contrato legal denominado de Emission Reduction Purchase Agreement (ERPA).
Economias em desenvolvimento
O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo é destinado especificamente a países em desenvolvimento, que emitem créditos de carbono para apoiar iniciativas de desenvolvimento sustentável. Esses créditos de carbono previstos no Protocolo de Kyoto são chamados de Redução Certificada de Emissões (CER).
Quanto um crédito de carbono custa?
Na Europa, a licença europeia de emissão de CO2 é de aproximadamente € 57, em fevereiro de 2024. Já nos Estados Unidos, o crédito de carbono da Califórnia custa cerca de USD 28 por tonelada. O preço mais baixo, se comparado ao europeu, é devido a essa prática ainda ser limitada e pouco explorada no país.
O custo de um crédito de carbono varia, assim como o valor de outras moedas, como o dólar ou o euro, e é influenciado por fatores econômicos, de mercado e ambientais específicos de cada país.
Um crédito de carbono é equivalente a uma tonelada métrica de dióxido de carbono (CO2) ou a uma quantidade equivalente de outros gases de efeito estufa. Ao adquirir ou gerar um crédito de carbono, significa que uma tonelada de emissão de carbono foi evitada, reduzindo assim a quantidade de carbono lançada na atmosfera.
O mercado de crédito de carbono no Brasil
O Brasil tem um potencial bilionário na geração de crédito de carbono, estima-se que ele irá movimentar mais de USD 300 bilhões até 2050. Atualmente, o mercado de crédito de carbono voluntário, é o que gera um maior retorno financeiro no nosso país.
Em dezembro de 2023, a Câmara dos Deputados aprovou a proposta que regulamenta o mercado de carbono no Brasil, conhecida como PL 2148/15. Essa legislação cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), que define limites para as emissões e estabelece um mercado para a venda de títulos relacionados a essas emissões.
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Perguntas frequentes
O crédito de carbono é uma licença concedida a indústrias e países, que concede ao titular o direito de emitir 1 tonelada de dióxido de carbono ou gases de efeito estufa na atmosfera.
Empresas que impedem a emissão de 1 tonelada de CO2 geram um crédito de carbono e podem vendê-lo para outras instituições que excederem o volume de emissão desse gás na atmosfera.
O custo de um crédito de carbono varia, mas na Europa, a licença europeia de emissão de CO2 é de aproximadamente € 57, em fevereiro de 2024. Nos Estados Unidos, o crédito de carbono da Califórnia custa cerca de USD 28 por tonelada.