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Conclave: entenda o que é, como funciona e quem será o próximo Papa

O conclave é o processo formal da Igreja Católica Apostólica Romana para a eleição de um novo Papa, líder máximo da Igreja. A palavra tem origem no latim cum clave (“com chave”), fazendo referência ao isolamento dos cardeais durante a escolha. Esse processo segue regras definidas em 1274 pelo Papa Gregório X, para garantir uma decisão livre de influências externas. A votação secreta, conduzida pelo Colégio dos Cardeais, ocorre na Capela Sistina, no Vaticano, e o candidato precisa de dois terços dos votos para ser eleito.

Historicamente, o conclave surgiu como resposta a longas demoras em eleições anteriores. A mais famosa delas, em 1268, durou quase três anos, até que Teobaldo Visconti, que nem mesmo era cardeal na época, fosse eleito Papa Gregório X. 

Quer saber mais sobre como funciona o conclave, o significado da fumaça branca e possíveis nomes de cardeais elegíveis a um novo papado? Continue a leitura! 

O que é o conclave?

O conclave é o processo formal da Igreja Católica Apostólica Romana para a escolha de um novo Papa, líder máximo da Igreja Católica, realizado após a morte ou renúncia do pontífice anterior. O termo vem do latim cum clave, que significa “com chave”, uma referência ao isolamento dos cardeais durante a eleição. Esse processo foi instituído pelo Papa Gregório X, em 1274, por meio da Constituição Apostólica Ubi periculum, que estabeleceu as regras básicas para garantir uma escolha rápida e livre de influências externas.

A reunião ocorre no Vaticano e é conduzida pelo Colégio dos Cardeais, composto por cardeais com menos de 80 anos. O conclave só termina quando um candidato atinge a maioria qualificada de dois terços dos votos.

Como funciona um conclave?

O conclave começa de 15 a 20 dias após a morte ou renúncia do Papa, um período conhecido como novemdiales, destinado a homenagens e orações pelo pontífice falecido. Durante esse tempo, os cardeais também realizam reuniões para discutir os desafios da Igreja.

O processo de votação acontece na Capela Sistina, em Roma, onde os cardeais eleitores, com menos de 80 anos, são isolados até a eleição de um novo Papa. Cada cardeal escreve em um boletim o nome do candidato escolhido e deposita seu voto em uma urna. A eleição exige pelo menos dois terços dos votos para ser válida.

O sigilo absoluto é uma das principais regras do conclave. Nenhum cardeal pode se comunicar com o mundo exterior.

Como é feita a escolha de um Papa?

A eleição do Papa ocorre por meio de votações secretas feitas pelos cardeais na Capela Sistina. Cada cardeal escreve o nome do seu candidato em um papel e deposita o voto em uma urna. Em cada rodada, são feitas contagens e registradas por cardeais escrutinadores.

O candidato precisa receber dois terços dos votos para ser eleito. Se nenhum nome atingir essa maioria, novas rodadas de votação acontecem, geralmente duas de manhã e duas à tarde, até que um novo Papa seja escolhido. Quando um cardeal atinge a quantidade necessária de votos, ele é questionado se aceita o cargo e, em caso afirmativo, escolhe o nome papal com o qual deseja ser conhecido.

O que significa a fumaça branca no Vaticano?

A fumaça branca (fumata bianca), é o sinal visual do conclave que indica que um novo Papa foi eleito. Durante a votação, as cédulas são queimadas em uma estufa especial na Capela Sistina, e substâncias químicas são adicionadas para colorir a fumaça. Se o resultado não for conclusivo, a fumaça que sai da chaminé é preta (fumata nera), sinalizando que nenhum candidato atingiu a maioria necessária e que a votação continua. 

A fumaça branca anuncia ao mundo que a Igreja Católica tem um novo líder, e o anúncio oficial ocorre logo em seguida na varanda central da Basílica de São Pedro, com a tradicional frase em latim: Habemus Papam! (“Temos um Papa!”).

Quais foram os últimos 7 papas?

  1. Papa Francisco (2013 – presente)
  2. Papa Bento XVI (2005 – 2013)
  3. Papa João Paulo II (1978 – 2005)
  4. Papa João Paulo I (1978)
  5. Papa Paulo VI (1963 – 1978)
  6. Papa João XXIII (1958 – 1963)
  7. Papa Pio XII (1939 – 1958)

1. Papa Francisco (2013 – presente): O pontífice latino-americano da simplicidade

Jorge Mario Bergoglio, argentino nascido em Buenos Aires, tornou-se o primeiro papa jesuíta e o primeiro da América Latina. Ele possuia estilo humilde e focava em questões sociais, adotando nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis. Desde o início do seu papado, tem defendido causas como o combate à pobreza, as mudanças climáticas e o diálogo inter-religioso.

Sua liderança busca modernizar a Igreja sem perder as tradições, além de promover reformas no Vaticano: o Papa Francisco traz temas como a inclusão de pessoas LGBTQIA+ e o papel das mulheres na Igreja.

2. Papa Bento XVI (2005 – 2013): O papa que renunciou ao pontificado

Joseph Ratzinger, de origem alemã, foi eleito após a morte de João Paulo II. Antes de se tornar papa, ocupou o cargo de prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, onde era conhecido por sua rigidez em questões doutrinárias. Durante seu pontificado, Bento XVI foi um defensor da tradição e da ortodoxia católica.

Em 2013, tornou-se o primeiro papa em quase 600 anos a renunciar ao cargo, alegando motivos de saúde e idade avançada. Após a renúncia, recebeu o título de Papa Emérito e se retirou da vida pública, optando por viver em um mosteiro no Vaticano.

3. Papa João Paulo II (1978 – 2005): O papa polonês que marcou uma geração

Karol Józef Wojtyła foi o primeiro papa não italiano em 455 anos e liderou a Igreja Católica por 27 anos. Seu papado foi um dos mais longos da história, sendo o pontífice conhecido por suas viagens internacionais e por ter aproximado a Igreja dos jovens, criando a Jornada Mundial da Juventude. 

Sua atuação em questões sociais e seu carisma o tornaram uma figura admirada em todo o mundo. Foi canonizado em 2014.

4. Papa João Paulo I (1978): O pontífice de 33 dias

Albino Luciani, de nacionalidade italiana, teve um pontificado curto, durando apenas 33 dias. Seu falecimento repentino, em setembro de 1978, veio em decorrência de um ataque cardíaco.

Conhecido por sua simplicidade e humildade, João Paulo I foi apelidado de “Papa do Sorriso”. Sua escolha de nome, uma homenagem conjunta a seus dois predecessores imediatos, João XXIII e Paulo VI, foi um gesto simbólico de unidade e continuidade.

5. Papa Paulo VI (1963 – 1978): O reformista do Concílio Vaticano II

Giovanni Battista Montini assumiu o papado após a morte de João XXIII e continuou as reformas do Concílio Vaticano II, um dos eventos mais importantes da história moderna da Igreja Católica. Ele foi responsável por implementar mudanças litúrgicas, como a celebração da missa no idioma local, em vez do latim.

Paulo VI também se destacou por suas encíclicas, incluindo a polêmica Humanae Vitae, que reafirmou a proibição do uso de métodos contraceptivos artificiais. Foi beatificado em 2014 e canonizado em 2018.

6. Papa João XXIII (1958 – 1963): O iniciador do Concílio Vaticano II

Angelo Giuseppe Roncalli ficou conhecido por ser acolhedor e pela convocação do Concílio Vaticano II, um esforço para atualizar a Igreja e aproximá-la do mundo moderno. Seu pontificado foi curto.

Ele também promoveu o diálogo inter-religioso e foi responsável por iniciativas em prol da paz mundial. João XXIII foi canonizado em 2014, reconhecido como um líder que abriu as portas da Igreja para as transformações sociais e culturais do século XX.

7. Papa Pio XII (1939 – 1958): O papa durante a Segunda Guerra Mundial

Eugenio Pacelli liderou a Igreja em um dos períodos mais sombrios do século XX: a Segunda Guerra Mundial. Sua postura diante do regime nazista ainda é tema de debates, com críticas e defensores de sua atuação durante o Holocausto.

Pio XII também ficou conhecido por sua defesa da doutrina católica e pelo fortalecimento das relações diplomáticas da Igreja. Sua encíclica Mystici Corporis Christi consolidou a teologia do Corpo Místico de Cristo, influenciando a teologia católica contemporânea.

Quem será o próximo papa depois de Francisco?

Não há uma previsão de quem será o próximo Papa, já que a eleição depende do voto dos cardeais no conclave. Entre os possíveis favoritos estão o cardeal italiano Matteo Zuppi e o cardeal filipino Luis Antonio Tagle. 

Possíveis nomes para o próximo Papa:

  • Cardeal Pietro Parolin, atual secretário de Estado do Vaticano.
  • Cardeal Peter Erdö, Arcebispo húngaro.
  • Cardeal Raymond Leo Burke, cardeal e patrono da Ordem Soberana e Militar de Malta estadunidense
  • Cardeal Matteo Zuppi
  • Cardeal Luis Antonio Tagle, filipino,

Quais cardeais brasileiros podem votar na escolha de um novo Papa?

Cardeais brasileiros aptos a votar para um novo Papa são:

  • Dom Odilo Scherer – Arcebispo de São Paulo (75 anos)
  • Dom João Braz de Aviz – Arcebispo emérito de Brasília (77 anos)
  • Dom Leonardo Steiner – Arcebispo de Manaus (74 anos)
  • Dom Paulo Cezar Costa – Arcebispo de Brasília (57 anos)
  • Dom Jaime Spengler – Arcebispo de Porto Alegre (64 anos)
  • Dom Orani João Tempesta – Arcebispo do Rio de Janeiro (74 anos)
  • Dom Sérgio da Rocha – Arcebispo de Salvador (65 anos)

Curiosidades sobre o Conclave

1. A eleição mais longa da história durou 1006 dias

O conclave mais demorado durou 1.006 dias, entre 1268 e 1271, após a morte do Papa Clemente IV. A demora foi tanta que os cidadãos de Viterbo, na Itália, trancaram os cardeais e reduziram suas refeições a pão e água para forçar uma decisão.

2. Houve um Papa que não era cardeal ao ser escolhido

Teobaldo Visconti, eleito em 1271 como Gregório X, não era cardeal nem sacerdote quando foi escolhido. Ele teve que ser ordenado antes de assumir o cargo.

3. Há um número máximo de eleitores

O número máximo de cardeais eleitores em um conclave é de 120. Apenas aqueles com menos de 80 anos na data da vacância da Sé Apostólica podem votar.

4. O primeiro Papa latino-americano

O Papa Francisco, eleito em 2013, foi o primeiro pontífice da América Latina e o primeiro jesuíta a assumir o papado.

5. Já teve mais de um Conclave no mesmo ano

Em 1978, ocorreram dois conclaves no mesmo ano. Primeiro, o Papa João Paulo I foi eleito em agosto, mas seu pontificado durou apenas 33 dias devido a sua morte repentina. Pouco tempo depois, um novo conclave foi convocado, resultando na eleição de Karol Wojtyła, o Papa João Paulo II, que se tornou o primeiro pontífice não italiano em 455 anos.

A saúde do Papa Francisco e um futuro conclave

O Papa Francisco, aos 88 anos, segue em tratamento no Hospital Gemelli, em Roma, após ser diagnosticado com pneumonia bilateral. Apesar da gravidade da infecção, o Vaticano informou recentemente que o pontífice apresentou sinais de melhora, com parâmetros hemodinâmicos estáveis e uma recuperação gradual. Sua resposta positiva ao tratamento traz alívio para a comunidade católica mundial.

Ainda que sua saúde esteja progredindo, as preocupações com a idade avançada e o histórico de problemas respiratórios do Papa reacenderam discussões sobre a sucessão papal. Então, caso um cenário de renúncia ou falecimento ocorra, o conclave seria convocado, reunindo cardeais de todo o mundo para eleger um novo Papa. 

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Resumindo

Quem será o próximo papa depois de Francisco?

Não há uma previsão de quem será o próximo Papa, já que a eleição depende do voto dos cardeais no conclave. Entre os possíveis favoritos estão o cardeal italiano Matteo Zuppi e o cardeal filipino Luis Antonio Tagle. 

O que é o conclave?

O conclave é o processo formal da Igreja Católica Apostólica Romana para a escolha de um novo Papa, líder máximo da Igreja Católica, realizado após a morte ou renúncia do pontífice anterior. O termo vem do latim cum clave, que significa “com chave”, uma referência ao isolamento dos cardeais durante a eleição.

Como funciona um conclave?

O conclave começa de 15 a 20 dias após a morte ou renúncia do Papa, um período conhecido como novemdiales, destinado a homenagens e orações pelo pontífice falecido. Durante esse tempo, os cardeais também realizam reuniões para discutir os desafios da Igreja.

Crédito de imagem: Repródução/Reuters TV

Rodrigo Valinor

Especialista em conteúdo, revisor, copywriter e ex-coordenador de marketing digital com foco em conteúdo, responsável pela comunicação de grandes players do mercado financeiro. Atualmente, analista de conteúdo sênior pela Remessa Online.

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