O trabalho de freelancer vem crescendo exponencialmente nos últimos anos, principalmente após o início da pandemia. Para se ter ideia, mais de 1 milhão de profissionais se inscreveram na plataforma de mercado para trabalho freelancer e remoto, Workana. Esses trabalhadores têm liberdade e autonomia no serviço, mas acabam tendo uma preocupação: como comprovar renda como freelancer?
Trabalhadores em contrato CLT e servidores públicos têm maneiras fáceis de comprovar renda, como o holerite, mas freelancers não recebem esse documento. Para ajudar, confira no artigo abaixo as melhores maneiras de comprovar sua renda como autônomo.
Por que comprovar renda sendo freelancer?
Freelancers, autônomos e trabalhadores informais podem ter vários motivos para precisar comprovar renda, como:
- Financiamentos;
- Compra de imóvel ou carro;
- Abrir conta em um banco;
- Abrir conta em corretora de investimentos;
- Obter empréstimos;
- Alugar imóveis.
Por isso, é muito importante saber como declarar renda mesmo sendo freelancer, não tendo um emprego com carteira assinada e até mesmo ganhos fixos, já que a renda pode variar mês a mês.
Como comprovar a renda de um autônomo?
Trabalhadores em regime CLT ou servidores públicos precisam apenas entregar seu holerite ou carteira de trabalho para que sua renda seja comprovada. Mas como ficam os trabalhadores em regime de freelancer, já que essas pessoas não possuem vínculo empregatício e não recebem um documento comprovativo como o holerite?
A boa notícia é que existem diversas formas de um freelancer comprovar sua renda. Veja abaixo as cinco principais.
1. Como comprovar renda com extrato bancário
Apesar de legalmente não ser um comprovante de renda, o extrato bancário é uma forma simples e bem aceita no Brasil para freelancers usarem como comprovante. Ele serve para mostrar qual foi a movimentação do profissional nos últimos meses.
Cada empresa exige que esse extrato seja de um período específico, mas normalmente, um extrato bancário deve ser de três ou seis meses. Por isso, o ideal é que o trabalhador centralize todos os ganhos em uma única conta bancária. Assim, o processo fica mais fácil e será possível identificar o ganho real, o que fica mais difícil se o dinheiro estiver em várias contas.
Ainda, normalmente também é válido o extrato impresso no site do banco ou emitido pelo gerente. É importante evitar usar o extrato emitido pelo caixa eletrônico porque esse tipo de documento pode não ser aceito para a comprovação.
Por fim, atualmente muitas instituições já aceitam extratos bancários de bancos digitais, como é o caso do Nubank ou Inter, por exemplo. Mas, é sempre importante se informar se o documento será válido.
2. Declaração de Imposto de Renda
Outro documento amplamente aceito é a Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF). O documento, que deve ser feito todo início de ano, serve como um comprovante da situação do trabalhador no ano anterior.
Por isso, mesmo para pessoas que não são obrigadas a declarar o Imposto de Renda, pode ser interessante estar em dia com a Receita Federal para ter o documento como comprovante de renda.
Porém, um ponto importante de atenção é que a Declaração de IR é um espelho de como foi o ano anterior. Assim, dependendo do caso, talvez seja necessário apresentar algum outro comprovante que demonstre um período mais recente de recebimentos.
Aliás, o prazo para a declaração do Imposto de Renda 2022 já começou, veja aqui como e quem precisa declarar.
3. Recibos emitidos
Os recibos também não são comprovantes legais, mas já são aceitos no Brasil. Ao prestar serviços, você pode emitir um recibo ao receber o pagamento e guardá-los para comprovar sua renda. Para isso, o ideal é que eles sejam assinados por ambas as partes.
Uma boa opção é o recibo de pagamento de autônomo (RPA), documento que as empresas emitem quando contratarem prestadores de serviços que não são formalizados e sem vínculo empregatício. Além de comprovar a prestação de serviço, ele mostra qual foi o valor do pagamento. Existem muitos modelos prontos na internet para fazer um RPA e você também pode comprar em papelarias.
Vale lembrar que para um recibo de pagamento valer como comprovante de renda, não pode faltar dados como:
- Nome ou Razão Social e CNPJ da contratante
- Dados do freelancer (nome e CPF);
- Dados detalhados sobre pagamento do serviço prestado: valores bruto e líquido (com os descontos);
- Data do pagamento, principalmente mês e ano;
- Nome e assinatura de ambas as partes.
4. Declaração Comprobatória de Percepção de Rendimentos (Decore)
Outra opção é a emissão do Decore (Declaração Comprobatória de Percepção de Rendimentos). Este documento serve para comprovar a renda de uma pessoa física em um determinado período.
No entanto, esse é um serviço pago e somente Contadores e Técnicos em Contabilidade devidamente registrados no CRC (Conselho Regional de Contabilidade), e em situação regular, podem emitir o documento, que pode ser feito por meios eletrônicos. Além disso, ele só tem validade se contiver o selo DHP (Declaração de Habilitação Profissional, afixado ou impresso em seu corpo.
Para fazer o Decore, é necessário entregar uma série de documentos para o contador, inclusive os recibos de pagamento autônomo (RPA).
Veja aqui quanto cobrar por serviços prestados como freelancer.
5. Declaração registrada em cartório
Algumas empresas também aceitam uma declaração escrita pelo próprio profissional e registrada em cartório como comprovante de renda. Esse não é um documento legal e cabe à empresa decidir se aceita a declaração.
Essa declaração pode ser escrita a próprio punho ou pode ser feita digitalmente, no Word por exemplo. Após isso, é preciso fazer o registro em um cartório para garantir a validade do documento. Para que a declaração seja bem feita e aceita, lembre-se de colocar dados como:
- Dados pessoais (nome, RG, CPF);
- Ocupação e forma de trabalho;
- Média de ganho mensal;
- Local do trabalho (cidade);
- Período de trabalho;
- Data;
- Assinatura.
Como comprovar renda sendo freelancer por serviços prestados para o exterior
Os avanços tecnológicos certamente ampliaram o leque de prestação de serviços, que agora estão cada vez mais globalizados. Assim, profissionais podem excluir as barreiras das fronteiras e prestar serviços para o exterior. Mas, como comprovar renda de um trabalho freelancer para o exterior? A verdade é que as exigências não mudam muito. Sendo assim, você pode comprovar renda com:
- Extrato bancário;
- Declaração de Imposto de Renda;
- Recibos;
- Decore (Declaração Comprobatória de Percepção de Rendimentos);
- Declaração própria registrada em cartório.
O que muda é que algumas empresas também podem aceitar a Invoice de pagamento como uma forma de comprovação de renda.
A Invoice é utilizada para receber pelos serviços prestados para o exterior e conta com informações de orçamento, data e pode ter assinatura. Assim, algumas empresas podem aceitar o documento ou o contrato de trabalho com uma empresa ou pessoa no exterior.
Como comprovar renda de um trabalhador informal?
Para comprovar renda de um trabalhador informal, é possível utilizar documentos como extratos bancários dos últimos três meses, faturas de cartão de crédito e até recibos de aluguel, por exemplo. E como mencionamos anteriormente, a declaração de imposto de renda também pode ser utilizada como comprovante de renda, assim como extrato de investimentos.
Para poder sempre comprovar renda sem problemas, o freelancer deve ter as finanças em dia, então veja aqui 6 dicas de planejamento financeiro para freelancers e pequenas empresas.
FAQ – Perguntas frequentes
Existem inúmeros motivos para um profissional precisar comprovar sua renda, inclusive freelancers, como conseguir empréstimos, financiamentos ou fazer uma locação.
Existem diversas maneiras para comprovar renda sendo um freelancer: extrato bancário, Declaração de Imposto de Renda, Recibos, Decore (Declaração Comprobatória de Percepção de Rendimentos) e declaração própria registrada em cartório. Cada empresa pode aceitar ou não esses documentos.