A Câmara de Senadores elegeu o novo presidente, Rodrigo Pacheco, senador pelo DEM-MG). Pacheco foi eleito com 57 votos, sendo apoiado por alguns partidos, como PT e PDT e ganhando a simpatia do atual presidente da república, Jair Bolsonaro. A eleição de um novo presidente para o senado tem grande representatividade no cenário político.
Com pouco tempo de posse, ainda há muita especulação sobre como vai ser a atuação do novo presidente. Conheça um pouco mais sobre a história de Rodrigo Pacheco e as pautas que o senador defende.
Quem é Rodrigo Pacheco: novo presidente do Senado
Rodrigo Pacheco é de Porto Velho (RO), mas foi criado em Passos, no sul de Minas Gerais. O atual presidente da Câmara de Deputados estudou direito na PUC-Minas e construiu uma carreira de sucesso como advogado criminalista, defendendo políticos e empresários mineiros.
O advogado atuou em casos de grande repercussão, como o mensalão. Com essas atuações, construiu sua fortuna e conseguiu formar relações que o levaram para a vida política.
Em 2014, foi eleito deputado federal por Minas Gerais, pelo MDB. Pouco tempo depois de sua posse, ganhou destaque na bancada do seu partido na Câmara. Esse destaque o levou para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Em sua atuação, foi responsável por analisar denúncias contra Michel Temer, presidente interino do Brasil e correligionário de Pacheco no MDB.
Por causa de sua atuação no CCJ e articulações para conseguir se tornar governador do estado, fizeram com que Pacheco saísse do MDB para ir para o DEM, sendo puxado por Rodrigo Maia (DEM-RJ), na época presidente da Câmara dos Deputados.
Naquela época, Pacheco não disputou para governador, mas foi eleito senador em 2018.
Antes disso, Pacheco também chegou a disputar a prefeitura de Belo Horizonte, em 2016, mas não foi para o segundo turno, ficou em terceiro lugar com 10% dos votos. O eleito foi Alexandre Kalil (PSD).
Depois de eleito senador, Pacheco começou seu mandato indo de um perfil liberal para temas mais econômicos. Algumas ações marcantes foram seus votos favoráveis ao governo Bolsonaro, nas pautas de interesse da equipe do ministro da economia, Paulo Guedes. Pacheco também foi relator da nova Lei de Falências, um marco importante para os empresários antes e durante a pandemia.
Por outro lado, o senador mineiro votou a favor do decreto legislativo barrar o decreto presidencial para flexibilizar o porte de armas de fogo.
Relação com o setor de transportes
Pacheco tem uma atuação bastante questionada na vida política, pois em algumas iniciativas como deputado e senador defendeu os interesses das empresas de transporte rodoviário interestadual. A família do parlamentar administra duas empresas do ramo.
Além de já ter indicado para a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) – agência que regula o transporte rodoviário de passageiros – um assessor de seu gabinete para atuar na organização.
O que esperar do novo presidente do senado?
Orçamento de 2021
O presidente do Senado terá o papel de convocar a votação para o Orçamento de 2021, que está parada no congresso. A votação vai definir o tamanho da verba de cada ministério e congressistas, estabelecendo o destino das emendas parlamentares. Isso influencia diretamente nas ações do governo federal.
Os senadores do Centrão querem instalar a Comissão Mista de Orçamento (CMO) para colocar o projeto em discussão antes da votação. A vitória de Pacheco pode favorecer os interesses do presidente Bolsonaro nessa pauta, pois o parlamentar já mostrou que não quer entrar em conflito com o executivo na administração das contas públicas.
Trinômio
Em sua campanha para presidência do Senado, Pacheco defendeu o tripé “saúde pública”, “crescimento econômico” e “desenvolvimento social”, como projeto de sua gestão. A esse projeto deu o nome de trinômio. A primeira ação envolvendo esse tripé é discutir o plano de vacinação contra a Covid-19.
Auxílio emergencial
Pacheco foi apoiado pelo PT, PDT e Rede, legendas que estão pressionando para a retomada do auxílio emergencial. No entanto, o novo presidente do Senado já deixou a definição sobre esse assunto para o presidente Jair Bolsonaro.
O Governo Federal defende a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial. Por outro lado, os parlamentares são contra o corte de salários e jornadas dos servidores públicos – um dos itens que estão previstos na PEC.
Privatizações
Em relação à agenda de privatizações, não há certezas com relação às atitudes do novo presidente. Pacheco foi entrevistado pelo Broadcast Político, durante a pandemia e afirmou que a capitalização da Eletrobrás não é uma prioridade.
“A pandemia é o mote principal de enfrentamento. O foco agora haverá de ser a preservação da saúde pública, um programa social e o crescimento econômico a partir das reformas que sejam necessárias no sistema tributário, a administrativa, as privatizações, não essa da Eletrobras, mas de um modo geral diminuir o tamanho do Estado empresário”, afirmou Pacheco, na entrevista.
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