Em dezembro do ano passado a China ainda investigava as causas de uma pneumonia viral que naquele momento nem se cogitava a possibilidade de ser transmitida entre humanos.
Quatro meses depois são mais de 2,5 milhões de pessoas contaminadas, quase 200 mil vidas perdidas e danos incalculáveis para a economia.
Segundo autoridades chinesas, a economia encolheu quase 10% no primeiro trimestre de 2020 na comparação com o último trimestre do ano passado e quase 7% na comparação com igual trimestre do ano de 2019.
Trata-se de um recuo de quase R$ 2 trilhões em apenas um trimestre.
No Japão, a situação pode ser ainda mais dramática, sem impactos relacionados ao novo coronavírus a terceira maior economia do mundo já havia apresentado um recuo de 0,7% no último trimestre do ano passado.
É importante lembrar que há muitos meses se discute a saúde das corporações e governos asiáticos no que diz respeito a capacidade de pagamento de empréstimos, a região viu os endividamentos público e privado crescerem rapidamente desde quando a China passou a mostrar taxas de crescimento menos robustas, sobretudo nos últimos dez anos.
Na Europa, os principais indicadores que podem nos mostrar os impactos da propagação da Covid-19 no continente ainda não foram divulgados.
O que se tem de concreto são indicadores antecedentes, ou seja, dados não-oficiais que servem de proxy dos dados finais.
Esses dados antecedentes apontam para forte desaceleração econômica local.
A queda da demanda é tão pronunciada que os contratos futuros de petróleo estavam sendo negociados a preços negativos.
O barril do petróleo para entrega em maio chegou a ser cotado próximo a – USD 37,00.
Ou seja, a procura por insumos e matérias-primas recuaram a ponto de não haver nenhum comprador querendo receber petróleo em maio.
Segundo estimativas do FMI a economia da Zona do Euro deve contrair 7,5% neste ano, com destaque para as quedas de -10% na Grécia, -9,1% na Itália, -7,2% na França e -7% na Alemanha.
Na América o destaque vai para a maior economia do mundo.
Segundo o escritório de estatísticas do trabalho em um mês quase 22 milhões de cidadãos norte americanos perderam seus empregos.
Um dos dados dos Estados Unidos que mais chamou a atenção foi o desempenho do comércio varejista.
Em março, o recuo em relação ao mês de fevereiro foi de 8,7% e de 6,2% na comparação com março do ano passado.
O dado do comércio varejista é relevante porque os gastos pessoais – incluindo serviços – representam quase 70% do PIB estadunidense.
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