As ações do banco Credit Suisse subiram mais de 40% na Bolsa de Zurique nesta quinta-feira, 16 de março de 2023. A alta ocorreu após a instituição solicitar um crédito de US$ 54 bilhões ao Banco Central da Suíça.
O valor do papel do Credit Suisse atingiu 1,55 franco suíço, seu menor valor histórico. Com a confirmação de ajuda do Banco Central da Suíça, o mercado financeiro aguarda pelos efeitos de mais uma crise bancária de uma instituição importante.
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O que aconteceu com o Credit Suisse?
A crise do Banco Credit Suisse não é atual, mas foi agravada após seu principal acionista informar que não realizaria novos aportes financeiros para a instituição. O Saudi National Bank possui pouco menos de 10% do capital do banco suíço, e sem seu suporte, o CS se viu obrigado a pedir auxílio ao Banco Central da Suíça.
O anúncio acontece após o Credit Suisse identificar “fragilidades materiais” significativas em suas relações contábeis. A retirada de auxílio do SNB é mais um capítulo na crise enfrentada pelo banco nos últimos anos. Desde 2021 a companhia continuamente declara prejuízos e informou que não previa lucros até 2024.
As quedas históricas nas ações da empresa são o reflexo da perda de valor de mercado nos últimos anos. Já em 2022, o pior ano financeiro da instituição desde a crise de 2008, os papéis desvalorizaram 2/3 de seu preço normal. Somente no último trimestre de 2022, os clientes do banco sacaram recursos que somaram 110 bilhões de francos suíços.
Na quarta-feira, 15 de março de 2023, o CS viu suas ações despencarem em 30%. O mercado ficou em alerta e as bolsas de valores permanecem instáveis. Bolsas europeias caíram mais de 2% e os principais índices de Wall Street também operaram em queda.
Falências de bancos americanos influencia o Credit Suisse?
Enquanto a quebra do SVB acontece devido aos juros e à inflação norte-americana, a crise do CS já ocorre há mais tempo. A desconfiança do mercado na instituição vem de um histórico de má gestão, com acusações de fraude, lavagem de dinheiro e ilegalidades envolvendo executivos.
Além disso, ainda existem os prejuízos recorrentes nos últimos anos, que atingiram 7,3 bilhões de francos suíços (US$ 8 bilhões) só em 2022. A crise no mercado financeiro norte-americano assusta e infecta o setor, mas figuras públicas insistem em manter a segurança das instituições.
Em comunicado, as instituições financeiras suíças informaram que “[…] problemas de certos bancos nos EUA não representam um risco direto de contágio para os mercados financeiros suíços”.
A crise do Credit Suisse pode afetar o Brasil?
O Brasil tem pouca participação direta dos ativos de risco internacionais. Porém, em uma situação de crise, o investidor estrangeiro diminui seus recursos em mercados emergentes. Assim, a bolsa brasileira sofreria uma queda de ativos e por consequência um direcionamento do investidor nacional na renda fixa.
Entretanto, caso a crise financeira se alastre, a tendência é que as exportações brasileiras aumentem. Isso acontece, pois com o aumento do desemprego e uma possível recessão internacional, o Brasil não sofreria de forma tão aguda.
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Resumindo
A crise do Banco Credit Suisse não é atual, mas foi agravada após seu principal acionista informar que não realizaria novos aportes financeiros para a instituição. Além disso, o banco vem sofrendo escândalos de má gestão, fraude, lavagem de dinheiro, prejuízos e altos juros.
Em uma situação de crise internacional, o investidor estrangeiro diminui seus recursos em mercados emergentes. O que levaria a bolsa brasileira a sofrer uma queda de ativos e por consequência um direcionamento do investidor nacional na renda fixa, diminuindo a receita.