De Olho no Câmbio #157: Semana de destaque para a economia chinesa

Em trajetória de queda, o dólar rompeu a barreira dos R$5,40 e o Real teve uma semana de forte apreciação como não tinha há semanas. Um dos componentes que ajudaram a contribuir para valorizar o real foi que os investidores entenderam que a expectativa do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, de aumentar os juros em breve está precificada.

E todo esse movimento se deu particularmente em função do avanço da variante Ômicron nos EUA, mas também teve contribuição do desempenho da inflação na Zona do Euro, da situação no Reino Unido e, com especial atenção, ao desempenho da economia chinesa. 

Acompanhe a seguir os desdobramentos desses e outros acontecimentos na Zona do Euro e Reino Unido sobre as principais moedas globais.

Real vs Dólar
Real vs Euro
Real vs Libra Esterlina 

Perspectivas

A onda de recuperação de moedas emergentes influenciadas pela valorização das commodities, se sobrepõe às preocupações fiscais domésticas. Conforme falamos essa semana, as perspectivas para as contas públicas no Brasil não são tão positivas.

Elementos que contribuem para esse cenário estão relacionados às pressões do funcionalismo por reajuste salarial em meio à espera pela sanção presidencial ao Orçamento de 2022, cujo prazo final é hoje. 

Nesse sentido, a eleição se mantém no radar. No início da semana, o ex-presidente Lula declarou explicitamente o desejo de que o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, seja seu vice na chapa para 2022. 

Com isso, o mercado reagiu de maneira otimista, fazendo a leitura de que uma eventual vitória da chapa Lula/Alckmin sinalizaria responsabilidade fiscal e recuperação do crescimento econômico. As notícias e pesquisas sobre o tema trarão ainda bastante volatilidade ao câmbio nas próximas semanas.

Destaque na agenda da próxima semana fica para o resultado do IPCA-15, a prévia da inflação oficial do Brasil. Do exterior, teremos a decisão de política monetária do Fed, cercada de expectativas sobre a redução dos juros.

Devemos esperar uma semana de intensa volatilidade e continuidade da trajetória de apreciação do Real.

Seguimos de olho.

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