Depois de uma longa e turbulenta caminhada, a moeda brasileira parece ter encontrado um caminho menos atribulado e deve engatar uma semana de ganhos em relação às moedas dos Estados Unidos e da Área do Euro. A expectativa de que a China volte a crescer com mais intensidade após uma assustadora onda de contaminações pelo novo coronavírus animou o mercado. Além disso, os números vindos da Europa mostraram certa acomodação no processo de pouso que temos visto desde o meio do ano passado. Nos Estados Unidos, nem os juros conseguem parar a economia.
Perspectivas
A semana deve ser marcada por movimentos cambiais mais fortes por conta das decisões de política monetária no Brasil, nos Estados Unidos e na Área do Euro. Considerando o ritmo de crescimento da economia norte-americana, o Fed, banco central dos Estados Unidos, deve operar um novo aumento de 0,50% na sua taxa básica de juros.
Quanto mais elevada for a taxa de juros nos Estados Unidos, mais desvalorizada tende a ficar a moeda brasileira, no entanto, considerando um quadro em que a moeda brasileira está sobredesvalorizada, a tendência de curto prazo é de valorização do real.
Na Europa, apesar da inflação ainda muito elevada, os primeiros sinais de acomodação e arrefecimento dos preços devem encorajar os bancos centrais do Reino Unido e da Área do Euro e encerrar os seus ciclos de aperto monetário ainda no primeiro semestre de 2023.
Apesar disso, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, garantiu que novos aumentos de 0,50% estão no radar da autoridade monetária europeia e que ainda não há clareza sobre o melhor momento para encerrar o ciclo de aumentos de juros na Europa.
A tendência de curto prazo é de valorização do real em relação à libra e ao euro.
Seguimos de olho.