A inflação americana não poupou nem mesmo a semana do carnaval. O índice emitiu sinais de que a guerra contra o aumento dos preços aos consumidores dos Estados Unidos está muito longe de terminar. Depois que a segunda prévia do PIB norte-americano apontou para uma desaceleração mais pronunciada da atividade no último trimestre de 2022, os dados do mercado de trabalho da maior economia do mundo jogaram um balde de água fria no mercado. Isso sugere que os Estados Unidos continuam crescendo em ritmo forte no primeiro bimestre deste ano.
Nesta sexta (24), os dados do PCE, indicador de inflação mais usado pelo Fed para medir a temperatura dos preços locais, vieram acima das expectativas dos analistas, o que produziu um coordenado movimento de valorização do dólar sobre as demais divisas.
Perspectivas
Com dados ambíguos vindos da economia dos Estados Unidos e com a possibilidade de que o Fed tenha que distender o ciclo de aumento de juros, é natural que a moeda brasileira e demais divisas não-conversíveis percam espaço para o dólar nos próximos dias.
No caso do Brasil, um movimento de valorização de curto prazo não está totalmente descartado, considerando uma eventual correção depois de longos meses de desvalorização. A entrega do novo arcabouço fiscal e a diminuição das tensões entre membros do governo e do banco central brasileiro também podem colaborar para um movimento dissonante do real nos próximos dias.
De todo modo, o risco de uma nova elevação da inflação nos Estados Unidos deve trazer mais probabilidade de desvalorização do real de demais moedas de países em desenvolvimento.
Seguimos de olho.