A semana começou com aspectos positivos para a economia brasileira, com desaceleração da inflação em março e um avanço no varejo em fevereiro, no entanto, a sexta-feira foi marcada por sinais menos favoráveis para o setor de serviços. Nos EUA, os índices de preços continuam pressionados, sugerindo manutenção dos juros elevados, o que beneficia o dólar. Enquanto isso, indicadores da China apontam para uma desaceleração econômica global, afetando a divisa americana. Na Zona do Euro, a produção industrial alemã trouxe certo otimismo, mas a queda nas exportações e o comunicado do BCE sobre o afrouxamento monetário precoce impactaram a moeda única, que encerra a semana com forte movimento de desvalorização.
Quer saber mais sobre Brasil, EUA, Zona do Euro e Reino Unido? Acompanhe a seguir os desdobramentos destes e outros acontecimentos.
Real x dólar
Começamos a semana com o dólar cotado a R$5,0163 na segunda-feira (08/abr), um nível 1% superior à abertura da semana anterior (01/abr). A cotação da moeda estrangeira registrou valorização ao longo desta semana e o dólar abriu o pregão desta sexta-feira (5/abr) cotado a R$5,0583, patamar 0,7% superior à abertura da sexta-feira anterior (05/abr). Entre as aberturas desta sexta (12/abr) e da segunda-feira da semana anterior (01/abr), vimos uma desvalorização do real em relação ao dólar de 1,5%.
A semana começou de forma positiva para a economia brasileira. A começar com a inflação, o IPCA mostrou desaceleração em março, variando 0,16%, sua menor leitura desde agosto de 2023.
Ao mesmo tempo, o varejo brasileiro apresentou seu segundo avanço consecutivo em fevereiro, de 1,0%. O resultado surpreendeu os mercados, que esperavam por um crescimento modesto, tendo em vista que o setor já havia registrado uma variação de 2,8% em janeiro.
Nesta sexta-feira (12), contudo, os indicadores de atividade econômica mostraram um cenário não tão favorável para o Brasil, com os serviços recuando 0,9% em fevereiro, seu maior recuo desde outubro do ano anterior. A leitura ecoa os números da produção industrial para o mês, que também demonstraram queda.
Já nos Estados Unidos, o destaque ocorreu por parte dos índices de preços. O IPC registrou um avanço de 0,4% em março, repetindo os dados de fevereiro.
Tais resultados sugerem que as pressões inflacionárias seguem acima do desejado pelo Federal Reserve. Em conjunto com a resiliência do mercado de trabalho americano, a tendência é que os juros internacionais permaneçam elevados, o que deve favorecer o dólar.
Por fim, a divisa americana deve ser afetada pelos números advindos da China. O volume de novos empréstimos em março foi inferior às expectativas, enquanto os números da balança comercial sugerem movimentos de desaceleração tanto da economia asiática quanto da atividade econômica global.
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Real x euro
O euro abriu o pregão de segunda-feira (08/abr) cotado a R$5,4906. Na abertura desta sexta-feira (12/abr), a cotação foi de R$5,4603. Portanto, houve uma valorização de 0,6% do real frente à moeda europeia, revertendo o movimento de desvalorização que foi observado na semana anterior.
Com relação ao dólar, a moeda europeia perdeu força esta semana, revertendo a tendência da semana anterior . A cotação do euro na moeda estadunidense passou de US$1,0843 na segunda (08/abr) para US$1,0726, nesta sexta (12/abr). Portanto, vimos uma desvalorização do euro de aproximadamente 1% (leia-se: é preciso menos dólares para comprar um euro).
A semana na Zona do Euro iniciou com a divulgação de dados da produção industrial e comércio externo da Alemanha. A produção industrial veio bem acima do projetado, o que pode sinalizar uma pequena luz no fim do túnel no setor manufatureiro alemão; por outro lado, a queda nas exportações foi mais acentuada do que o projetado e houve crescimento nas importações quando o previsto era retração.
Na quinta-feira (11) o Banco Central Europeu (BCE) optou pela manutenção da taxa de juros dentro do bloco; resultado em si esperado. Mas chamou a atenção um trecho bastante dovish no comunicado, deixando aberta a possibilidade de início do afrouxamento monetário antes do que havia sido previsto anteriormente.
Essa leitura do mercado financeiro global fez com que o Euro iniciasse a sexta-feira (12) com forte desvalorização perante as principais moedas do mundo.
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Real x libra esterlina
A libra esterlina abriu o pregão de segunda-feira (08/abr) cotada a R$6,4030, patamar mais alto que o registrado nesta sexta-feira (12/abr), R$6,3939. Trata-se de uma valorização de 0,1% do real em relação à moeda britânica. Portanto, a semana foi de estabilidade.
Em relação ao dólar, a moeda inglesa perdeu força essa semana, contrariando a tendência de valorização registrada na semana anterior, e abriu esta sexta-feira (12/abr) cotada a US$1,2254 após ter iniciado a semana cotada a US$1,2638, uma desvalorização de 0,66% da moeda britânica em relação ao dólar.
Os indicadores mais recentes do Reino Unido apontam para uma ligeira melhora da atividade econômica britânica. A produção industrial de fevereiro surpreendeu ao avançar 1,1%, seu maior resultado desde agosto de 2023; o PIB, por sua vez, cresceu 0,1% no período.
No geral, os números ingleses sugerem um contexto ligeiramente melhor em relação ao resto da Europa, que atualmente atravessa um processo intenso de desaceleração.
Ainda assim, é improvável que a economia do Reino Unido cresça de maneira expressiva nos próximos meses, em virtude das altas taxas de juros, que atualmente se encontram em 5,25%.
Tendo em vista a resiliência da inflação britânica, assim como a necessidade de manter sua política monetária acoplada à dos EUA, é improvável que o Bank of England opte por reduzir os juros nos próximos meses.
Nesse sentido, a tendência é de que o real também apresente dificuldade em ganhar força contra a moeda inglesa.
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Perspectivas
A resiliência das pressões inflacionárias nas principais economias do mundo, com destaque para os Estados Unidos, deve ser o vetor principal para que os bancos centrais mantenham as políticas de juros inalteradas, pelo menos até o final do primeiro semestre.
Essa perspectiva deve manter a valorização do Dólar no mercado cambial global, com destaque para o Real e para o Euro. A moeda brasileira atingiu a máxima de R$5,13/US$ na sexta-feira (12), o que deve sinalizar um corredor de flutuação entre R$5,05 – R$5,10 para os próximos dias.
Na Europa, a interpretação de que o Banco Central Europeu poderá cortar os juros no primeiro semestre de 2024, contrariando a prescrição do FMI, pode trazer uma sequência de desvalorização do Euro ao longo da próxima semana.
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