A moeda brasileira se valorizou em relação ao dólar norte-americano nesta semana, refletindo indicadores econômicos dos EUA que sugerem um ritmo mais lento de crescimento. Embora a previsão de crescimento do segundo trimestre permaneça robusta, dados de abril, como vendas no varejo e produção industrial, indicam uma acomodação da economia americana. No Brasil, a valorização do real foi impulsionada por eventos domésticos, especialmente a ata do Copom, que mostrou uma divisão técnica na última decisão de política monetária. Na Zona do Euro, dados positivos de atividade econômica e inflação contribuíram para a valorização do euro, com membros do BCE discutindo possíveis cortes de juros em junho.
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Real x dólar
Começamos a semana com o dólar cotado a R$5,1559 na segunda-feira (13/mai), um nível 0,6% superior à abertura da semana anterior (6/mai). A cotação da moeda estrangeira registrou desvalorização ao longo desta semana e o dólar abriu o pregão desta sexta-feira (17/mai) cotado a R$5,1289, patamar 0,3% inferior à abertura da sexta-feira anterior (10/mai). Entre as aberturas desta sexta (17/mai) e da segunda-feira da semana anterior (6/mai), vimos uma desvalorização do real em relação ao dólar de 1,2%.
A moeda brasileira se valorizou em relação ao dólar norte-americano ao longo desta semana, refletindo, em parte, os indicadores de atividade econômica dos Estados Unidos.
Apesar de a projeção de crescimento para o segundo trimestre ainda ser muito robusta, os dados de abril, como o volume de vendas no varejo e a produção industrial, indicam que a economia norte-americana perdeu um pouco de ritmo e está em um processo de acomodação após fortes aumentos registrados nos últimos meses.
Não se pode afirmar com certeza que o tão discutido pouso suave da economia americana tenha realmente começado. O ano eleitoral e a resiliência do mercado de trabalho podem complicar a situação para o Fed, que atualmente espera por algum sinal de desaceleração econômica.
Os eventos e indicadores domésticos também contribuíram para o tímido movimento de valorização da moeda brasileira. A ata do Copom, talvez a publicação mais relevante da semana, confirmou nossas expectativas ao mostrar que a divisão na última decisão de política monetária ocorreu exclusivamente por razões técnicas. O tom conciliador do documento ajudou a impulsionar a valorização da moeda brasileira.
O único gol contra da semana foi a demissão do presidente da Petrobras. Não pela decisão política em si, mas pelos efeitos que isso causou sobre o mercado de câmbio. A queda dos preços das ações da petroleira acabaram colaborando para um movimento pontual de desvalorização do real.
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Real x euro
O euro abriu o pregão de segunda-feira (13/mai) cotado a R$5,5567. Na abertura desta sexta-feira (17/mai), a cotação foi de R$5,5738. Portanto, houve uma desvalorização de 0,3% do real frente à moeda europeia, mantendo o movimento de desvalorização que foi observado na semana anterior.
Com relação ao dólar, a moeda europeia ganhou força esta semana, mantendo a tendência da semana anterior. A cotação do euro na moeda estadunidense passou de US$1,0774 na segunda (13/mai) para US$1,0867, nesta sexta (17/mai). Portanto, vimos uma valorização do euro de aproximadamente 0,9% (leia-se: é preciso mais dólares para comprar um euro).
Os dados foram particularmente positivos na Zona do Euro esta semana. Os indicadores de atividade econômica, por exemplo, mostram uma sólida recuperação da economia no primeiro trimestre de 2024. A primeira leitura preliminar do PIB indica que o bloco cresceu 0,3% no primeiro trimestre do ano, depois de ter recuado 0,1% no trimestre anterior.
Os dados relativos à produção industrial de março também se mostraram positivos e indicam que o setor cresceu 0,6% no encerramento do primeiro trimestre, percentual acima das projeções do mercado, que esperava por um aumento ligeiramente mais modesto, de 0,5%.
Os indicadores de confiança medidos pela ZEW mostram que o nível de confiança dos empresários e investidores europeus melhorou no mês de maio, embora ainda estejam muito aquém do nível neutro.
Por fim, a divulgação definitiva dos dados de inflação de abril, endossaram a leitura preliminar e indicam que a inflação continua convergindo para a meta do Banco Central Europeu (BCE), que atualmente é de 2% ao ano.
Esses fatores conferiram aos membros do BCE a confiança necessária para discutir abertamente a possibilidade de iniciar um ciclo de cortes de juros já na próxima reunião, marcada para junho. Apesar dessa perspectiva de cortes antes do Fed, o euro se valorizou em relação à maioria das moedas globais, incluindo o real.
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Real x libra esterlina
A libra esterlina abriu o pregão de segunda-feira (13/mai) cotada a R$6,4567, patamar mais baixo que o registrado nesta sexta-feira (17/mai), R$6,4995. Trata-se de uma desvalorização de 0,7% do real em relação à moeda britânica. Portanto, a semana foi marcada por um movimento de desvalorização da moeda brasileira em relação à libra esterlina.
Em relação ao dólar, a moeda inglesa ganhou força essa semana, revertendo a tendência de desvalorização registrada na semana anterior, e abriu esta sexta-feira (17/mai) cotada a US$1,2670 após ter iniciado a semana cotada a US$1,2524, uma valorização de 1,2% da moeda britânica em relação ao dólar.
A semana foi marcada pela ausência de indicadores econômicos significativos no Reino Unido, que está em um período de espera pelos dados de inflação ao consumidor previstos para a próxima semana. Esses dados podem fornecer uma orientação crucial sobre as próximas ações do Banco Central.
A única exceção veio do mercado de trabalho. Os dados mais recentes mostraram alguma estabilidade no mercado de trabalho do Reino Unido. Embora a taxa de desemprego tenha aumentado na passagem de fevereiro para março, o número de novos desempregados ficou abaixo das projeções do mercado, enquanto o rendimento do trabalho cresceu a uma taxa mais rápida que o esperado.
Há um relativo consenso no mercado de que a inflação está convergindo para a meta de inflação o que abriria espaços para um corte na taxa de juros; caso isto ocorra, pode haver um movimento de desvalorização da Libra frente ao Dólar.
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Perspectivas
O mercado digeriu bem a ata do Copom o que garantiu valorização da moeda nacional frente ao Dólar. Para a próxima semana, aguarda-se dois indicadores que podem dar mais indícios de que a economia dos Estados Unidos pode estar apresentando uma desaceleração: a prévia do PMI e os pedidos iniciais de seguro desemprego semanal.
No cenário doméstico, as atenções devem se concentrar nos dados de receita tributária federal. Caso a arrecadação frustre as expectativas do mercado, poderá haver um movimento de desvalorização do Real diante do Dólar, indicando piora na percepção de que o governo terá maiores dificuldades em cumprir as metas fiscais do ano.
Acreditamos ainda que mesmo com os eventos da próxima semana, o mercado cambial não deve apresentar fortes oscilações e o Dólar deverá permanecer na faixa de preços que se encontrou na última semana.
Seguimos de olho