A primeira semana de junho promete ser movimentada para o mercado cambial, com indicadores econômicos significativos nos países centrais. Esses eventos têm o potencial de influenciar o comportamento das principais moedas no mercado.
Nos Estados Unidos, a atenção se volta para os dados do mercado de trabalho, enquanto na Zona do Euro, a reunião do Banco Central Europeu (BCE) e os números do PIB ganham destaque. No Reino Unido, o PMI Composto de maio fornecerá insights sobre a atividade econômica, em meio a um cenário de incertezas políticas e monetárias.
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Real x dólar
Começamos a semana com o dólar cotado a R$5,1713 na segunda-feira (27/mai), um nível 1,3% superior à abertura da semana anterior (20/mai). A cotação da moeda estrangeira registrou valorização ao longo desta semana e o dólar abriu o pregão desta quarta-feira (29/mai) cotado a R$5,1615, patamar 0,8% superior à abertura da quarta-feira anterior (22/mai). Entre as aberturas desta quarta (29/mai) e da segunda-feira da semana anterior (20/mai), vimos uma valorização do real em relação ao dólar de 1,1%.
Apesar da desvalorização marginal vista no último dia 28, a moeda americana manteve um processo de valorização consistente ao longo desta semana. No pregão da última quarta-feira (29), o dólar voltou a se valorizar rapidamente em relação à maioria das divisas globais, atingindo R$5,20 após a divulgação do Livro Bege.
O documento divulgado na quarta-feira destaca que a atividade econômica dos EUA continuou a se expandir moderadamente desde o início de abril até meados de maio.
Em relação ao mercado de trabalho, o Livro Bege mostrou uma expansão modesta do nível de emprego, o que é corroborado pelo volume relativamente baixo de pedidos iniciais de seguro-desemprego nas últimas semanas. Além disso, a publicação aponta que os preços aumentaram levemente, mas de forma generalizada na economia americana.
Neste cenário de resiliência econômica nos EUA, os investidores buscaram o dólar como moeda de segurança, entendendo que o ciclo de cortes de juros não deve acontecer antes da reunião de setembro.
No Brasil, apesar dos resultados fiscais superavitários de abril, o mercado permanece inseguro quanto à sustentabilidade fiscal do país, o que reforça a desvalorização da divisa doméstica.
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Real x euro
O euro abriu o pregão de segunda-feira (20/mai) cotado a R$5,5473. Na abertura desta sexta-feira (24/mai), a cotação foi de R$5,5629. Portanto, houve uma desvalorização de 0,3% do real frente à moeda europeia, mantendo o movimento de desvalorização que foi observado na semana anterior.
Com relação ao dólar, a moeda europeia perdeu força esta semana, revertendo a tendência da semana anterior. A cotação do euro na moeda estadunidense passou de US$1,0869 na segunda (20/mai) para US$1,0814, nesta sexta (24/mai). Portanto, vimos uma desvalorização do euro de aproximadamente 0,5% (leia-se: é preciso menos dólares para comprar um euro).
A semana na Zona do Euro começou com a divulgação do clima de negócios na Alemanha (Ifo) com estabilidade no indicador, embora abaixo do que o mercado estava esperando. Os empresários estão menos satisfeitos com a situação atual, mas mais otimistas com relação ao futuro.
Na segunda-feira (27), a fala do economista-chefe do Banco Central Europeu, Philip Lane, deu mais indícios de que o ciclo de corte de juros terá início na próxima reunião, marcada para o dia 06 de junho. Caso o movimento se realize, há uma tendência do Euro se desvalorizar perante as principais moedas do mundo.
Corroborando com a tese de convergência da inflação apontada pelos diretores e pela presidente do Banco Central Europeu, a prévia da inflação de maio na Alemanha veio abaixo das expectativas do mercado (0,1% ante 0,2%), praticamente selando o corte de 0,25% na taxa de juros.
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Real x libra esterlina
A libra esterlina abriu o pregão de segunda-feira (27/mai) cotada a R$6,5893, patamar mais baixo que o registrado nesta sexta-feira (31/mai), R$6,6254. Trata-se de uma desvalorização de 0,7% do real em relação à moeda britânica. Portanto, a semana foi marcada por um movimento de desvalorização da moeda brasileira em relação à libra esterlina.
Em relação ao dólar, a moeda inglesa perdeu força no decorrer da semana, revertendo a tendência de valorização registrada na semana anterior, e abriu esta sexta-feira (31/mai) cotada a US$1,2733 após ter iniciado a semana cotada a US$1,2737, uma desvalorização de 0,03% da moeda britânica em relação ao dólar.
No Reino Unido, a divulgação do índice de confiança do consumidor para o varejo CBI (Confederação da Indústria Britânica) registrou um indicador de 8 pontos, acima do resultado do ano anterior, enquanto era esperado um resultado negativo, tanto em relação ao consenso de mercado, de 24 pontos negativos, quanto em relação ao mês passado, que havia ficado negativo em 44 pontos. as expectativas de queda da inflação e aquecimento do consumo foram consideradas boas para suportar um possível processo de redução da taxa de juros do Reino Unido.
O Banco da Inglaterra realizou novo leilão de dívida com prazo de 15 anos, o que vem causando alerta no mercado pois esse tomada de liquidez está diminuindo o nível de moeda na economia, buscando desfazer o efeito do relaxamento monetário de anos anteriores, o chamado “quantitative easing”.
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Perspectivas
A primeira semana de junho será marcada pela divulgação de indicadores importantes nos Estados Unidos, Zona do Euro e em menor medida no Reino Unido, o que deve impactar o mercado cambial.
Nos Estados Unidos, a divulgação de dados do mercado de trabalho é o principal destaque. A expectativa é que os dados confirmem um mercado de trabalho robusto impedindo que o Banco Central (Fed) inicie o afrouxamento monetário antes de setembro. Isso deve garantir um Dólar forte na comparação com as demais moedas ficando no corredor entre R$5,10 e R$5,20.
Já na Zona do Euro, a reunião do Banco Central Europeu e a divulgação do PIB são os eventos mais relevantes. O corte na taxa de juros em 0,25% é dado como certo e deve refletir em uma desvalorização da moeda europeia. Os dados do PIB devem mostrar crescimento marginal na avaliação trimestral, o que pode contribuir para chancelar a decisão de corte na taxa de juros para também estimular a atividade econômica.
Por fim, teremos a divulgação do PMI Composto relativo ao mês de maio no Reino Unido. O indicador deve fornecer pistas sobre o ritmo da atividade econômica no país. A antecipação das eleições e a incerteza sobre os próximos passos do Banco Central (BoE) – os últimos dados de inflação sugerem cautela com relação ao início do afrouxamento monetário – adicionaram um componente de incerteza, o que deve pressionar a Libra para cima.
Seguimos de olho!