A semana iniciou com o Real mantendo a valorização iniciada no final da semana anterior. A tendência se reverteu mesmo com dados da inflação norte-americana favoráveis para que o Fed inicie o corte de juros em Setembro. A inflexão deveu-se tanto pela realização de lucros dos operadores do mercado, quanto por uma possível intervenção do Ministério das Finanças do Japão no mercado cambial, fazendo com que o mercado liquidasse operações de carry-trade.
O fortalecimento da moeda brasileira também foi observado diante do Euro e da Libra acompanhando o movimento do Dólar. O mercado está em compasso de espera sobre a próxima decisão do Banco Central Europeu, os próximos sinais da atividade econômica no Reino Unido e as possíveis implicações nos próximos passos do Banco da Inglaterra (BoE).
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Real x dólar
Começamos a semana com o dólar cotado a R$5,4600 na segunda-feira (8/jul), um nível 2,36% inferior à abertura da semana anterior (01/jul). A cotação da moeda estrangeira registrou desvalorização ao longo desta semana e o dólar abriu o pregão desta sexta-feira (12/jul) cotado a R$5,4399, patamar 0,93% inferior à abertura da sexta-feira anterior (05/jul). Entre as aberturas desta sexta (12/jul) e da segunda-feira da semana anterior (01/jul), vimos uma valorização do real em relação ao dólar de 2,72%.
Após uma semana de bastante volatilidade no mercado cambial, a divisa brasileira iniciou esta semana se fortalecendo diante do Dólar. O mercado digeriu bem o compromisso do governo com relação ao cumprimento da meta e isso estancou a fuga de capitais vista na primeira semana de Julho.
A valorização do Real perante o Dólar teve apenas uma inflexão na tarde de quinta-feira (11) mesmo diante do arrefecimento da inflação nos Estados Unidos. Embora o IPC não seja a métrica preferida do Fed, a desaceleração mensal, tanto do índice cheio como do núcleo, aumentou a possibilidade de corte na taxa de juros na reunião de setembro. Isso, em tese, valorizaria ainda mais o Real.
No entanto, a valorização do Dólar deveu-se em partes pela realização de lucros por parte dos agentes do mercado financeiro. Por outro lado, a suposta intenção do Ministério das Finanças do Japão de intervir no mercado cambial para evitar uma valorização maior do Iene, fez com que os operadores de câmbio se desfizessem de suas operações de carry-trade que tendem a beneficiar divisas de países que possuem taxas de juros mais altas, caso do Brasil comparativamente ao Japão.
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Real x euro
O euro abriu o pregão de segunda-feira (08/jul) cotado a R$5,9176. Na abertura desta sexta-feira (12/jul), a cotação foi de R$5,9118. Portanto, houve uma valorização de 0,1% do real frente à moeda europeia, mantendo a tendência que foi observada na semana anterior.
Com relação ao dólar, a moeda europeia ganhou força esta semana, mantendo a tendência da semana anterior. A cotação do euro na moeda estadunidense passou de US$1,0809 na segunda (08/jul) para US$1,0873, nesta sexta (12/jul). Portanto, vimos uma valorização do euro de aproximadamente 0,6% (leia-se: é preciso mais dólares para comprar um euro).
A valorização do Real também ocorreu diante do Euro, em uma semana em que o bloco europeu está em compasso de espera para a decisão de política monetária que ocorrerá no dia 18 de julho. A semana foi pouco movimentada em termos de indicadores econômicos com dados de inflação das duas principais economias do bloco.
Na Alemanha e na França, o IPC veio em linha com as expectativas do mercado e mostrou desaceleração mensal em ambos os países, o resultado converge para a meta que o Banco Central Europeu (BCE) estabeleceu para toda a Zona do Euro. Essa convergência pode ser explicada, ao menos em partes, pela fragilidade da atividade econômica tanto na Alemanha quanto na França, o que reforça a percepção de que o BCE agiu de maneira correta ao iniciar o corte de juros na reunião de junho.
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Real x libra esterlina
A libra esterlina abriu o pregão de segunda-feira (8/jul) cotada a R$6,9942, patamar mais baixo que o registrado nesta sexta-feira (12/jul), R$7,029. Trata-se de uma desvalorização de 0,5% do real em relação à moeda britânica. Portanto, a semana foi marcada por um movimento de desvalorização da moeda brasileira em relação à libra esterlina.
Em relação ao dólar, a moeda inglesa ganhou força no decorrer da semana, mantendo a tendência de valorização registrada na semana anterior, e abriu esta sexta-feira (12/jul) cotada a US$1,2962 após ter iniciado a semana cotada a US$1,2804, uma valorização de 1,23% da moeda britânica em relação ao dólar.
Após as eleições gerais e a esperada vitória do Partido Trabalhista, a Libra manteve-se praticamente estável diante da moeda brasileira mas se fortaleceu diante do Dólar. Uma possível explicação para a valorização da Libra é que a atividade econômica se acelerou e isso pode ser um vetor para novas pressões inflacionárias.
Avaliando o resultado do PIB, em todas as métricas (mensal, trimestral e anual), os dados vieram acima da expectativa do mercado e mostraram aceleração na comparação com os períodos anteriores. A economia do Reino Unido mostrou recuperação após um começo de ano de muitas incertezas sobre o ritmo de crescimento econômico.
Os dados conjunturais de maio no Reino Unido também vieram positivos, mostrando aceleração mensal. A produção do setor de construção reverteu a queda na margem e apresentou crescimento acima do esperado pelo mercado. O índice de serviços também acelerou, na comparação com o mês anterior, e veio maior do que o projetado. Por fim, a produção industrial também reverteu a queda mensal, mas veio ligeiramente abaixo da perspectiva do mercado.
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Perspectivas
A desaceleração no IPC norte-americano aumentou as expectativas de que o Fed inicie o corte de juros na reunião de Setembro embora os dados do mercado de trabalho se mostrem ainda robustos. A possibilidade de início do afrouxamento monetário, poderá levar a moeda norte-americana a romper o piso de R$5,40 e permanecer no corredor entre R$5,30 e R$5,40.
Com relação ao Euro, as atenções estão voltadas para a decisão de política monetária do bloco. A expectativa é de manutenção da taxa de juros em razão dos aumentos de salários na região e a possível pressão inflacionária que isso pode desencadear. Portanto, o Euro deverá manter-se em patamares próximos ao observado na última semana, com possível valorização marginal diante do Real.
No Reino Unido, a expectativa por dados do mercado de trabalho e da inflação podem sinalizar os próximos passos da política monetária do país. As expectativas são de que a inflação esteja convergindo muito lentamente para o centro da meta e isso deve manter a taxa de juros inalterada. A moeda britânica deverá apresentar pouca oscilação nos próximos dias, com leve tendência de valorização diante do Real.
Seguimos de olho.