Situação relativamente confortável na economia brasileira, com preços sob controle, mercado de trabalho e atividade econômica fortes, deram a tônica da semana. A moeda americana desvalorizou tanto frente ao Real quanto ao Euro e a Libra Esterlina, reflexo de situações ligeiramente mais otimistas tanto na Zona do Euro quanto no Reino Unido.
Acompanhe as nossas análises a seguir.
Real x dólar
Começamos a semana com o dólar cotado a R$5,5158 na segunda-feira (23/set), um nível 0,9% superior à abertura da semana anterior (16/set). A cotação da moeda estrangeira registrou valorização ao longo desta semana e o dólar abriu o pregão desta sexta-feira (27/set) cotado a R$5,4380, patamar 0,2% inferior à abertura da sexta-feira anterior (20/set). Entre as aberturas desta sexta (27/set) e da segunda-feira da semana anterior (16/set), vimos uma valorização do real em relação ao dólar de 1,6%.
O mercado financeiro brasileiro começou a semana sem direção clara para o câmbio entre real e dólar, mas a Ata do Copom, divulgada na terça-feira (24) deu a tônica da semana.
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária destacou que o cenário econômico se tornou mais desafiador, com pressões inflacionárias persistentes e sinais de aquecimento no mercado de trabalho. Mesmo diante dessas pressões, o Copom optou por uma alta gradual da taxa de juros, buscando manter flexibilidade para futuras decisões e acompanhar a evolução dos dados econômicos nos próximos meses.
Adicionalmente, o IBGE divulgou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de setembro, tido como uma prévia da inflação oficial. A mediana das projeções de mercado apontava para uma variação de 0,28%, acima dos 0,19% registrados no mês anterior.
O resultado oficial foi de alta de 0,13% nos preços em setembro, segundo o IBGE. Adicionalmente, a divulgação da PNAD Contínua de agosto mostrou recuo da taxa de desemprego para 6,6% no trimestre. Em suma, os preços estão mais comportados do que espera o mercado e o mercado de trabalho segue firme.
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Real x euro
O euro abriu o pregão de segunda-feira (23/set) cotado a R$6,1518. Na abertura desta sexta-feira (27/set), a cotação foi de R$6,0783. Portanto, houve uma valorização de 1,2% do real frente à moeda europeia, seguindo a tendência que foi observada na semana anterior.
Com relação ao dólar, a moeda europeia ganhou força esta semana, revertendo a tendência da semana anterior. A cotação do euro na moeda estadunidense passou de US$1,1163 na segunda (23/set) para US$1,1176, nesta sexta (27/set). Portanto, vimos uma valorização do euro de aproximadamente 0,1% (leia-se: é preciso mais dólares para comprar um euro).
Na Zona do Euro, o destaque da semana ficou para o relatório de Panorama Econômico, trazendo previsões sobre a economia global para 2024 e 2025 da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Segundo o documento, o crescimento mundial deverá alcançar 3,2% nesses dois anos. No entanto, a Área do Euro apresenta um cenário mais cauteloso, com previsões de expansão de apenas 0,7% em 2024 e 1,3% em 2025, refletindo uma recuperação econômica mais lenta.
Um aspecto positivo destacado no relatório é a melhoria nas taxas de inflação em diversas economias ao redor do mundo, o que indica uma tendência de convergência para as metas dos bancos centrais. Isso pode abrir mais espaço para a continuidade do processo de flexibilização monetária nos próximos meses.
Por outro lado, o documento da OCDE também alertou para a necessidade de redução nos níveis de endividamento público global. A diminuição do endividamento seria crucial para garantir que os governos tenham margem fiscal suficiente para reagir a eventuais choques econômicos futuros.
As pesquisas de confiança mostraram que tanto o consumidor quanto o setor industrial europeus continuam com uma perspectiva negativa em setembro, refletindo as incertezas econômicas. O setor de serviços, por sua vez, apresentou uma melhora, com a confiança subindo para 6,7 pontos, superando as expectativas do mercado e oferecendo um sinal positivo para o setor.
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Real x libra esterlina
A libra esterlina abriu o pregão de segunda-feira (23/set) cotada a R$7,3481, patamar mais alto que o registrado nesta sexta-feira (27/set), R$7,2948. Trata-se de uma valorização de 0,7% do real em relação à moeda britânica. Portanto, a semana foi marcada por um movimento de valorização da moeda brasileira em relação à libra esterlina.
Em relação ao dólar, a moeda inglesa ganhou força no decorrer da semana, mantendo a tendência de valorização registrada na semana anterior, e abriu esta sexta-feira (27/set) cotada a US$1,413 após ter iniciado a semana cotada a US$1,3322, uma valorização de 0,7% da moeda britânica em relação ao dólar.
Semana mais fraca de indicadores vindos do Reino Unido, mas com marcos políticos importantes. A ministra das Finanças do Reino Unido, Rachel Reeves, descartou a possibilidade de um “retorno à austeridade” logo no início da semana, durante a conferência anual do Partido Trabalhista.
O posicionamento veio para amenizar o tom pessimista que o partido vem adotando desde a vitória eleitoral do primeiro-ministro Keir Starmer, em julho. Os trabalhistas vinham atenuando as expectativas dos britânicos ao dizer repetidamente que o Partido Conservador, que impôs um programa radical de “austeridade” em resposta à crise financeira de 2008, havia deixado uma lacuna enorme nas finanças públicas, sugerindo cortes de gastos no futuro.
Em vez disso, ao discursar na conferência anual do partido, Reeves mostrou um quadro – cheio de esperança, mas com poucos detalhes – de um Reino Unido mais rico graças ao investimento em manufatura e serviços, onde haveria um salário decente e as novas gerações possam prosperar.
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Perspectivas
Chegamos praticamente ao fim de setembro e início de outubro com a moeda brasileira mais forte do que as demais moedas. O dólar perdeu força no período e, quanto mais nos aproximamos das eleições americanas, o movimento pode se intensificar e, possivelmente, veremos um Real ainda mais forte.
Com relação ao Euro e a Libra, sem grandes mudanças de cenário, as moedas devem responder passivamente à perda de força da moeda americana. O Euro pode seguir uma ligeira trajetória de valorização em função de expectativas com o controle inflacionário na região.
A Libra Esterlina, por sua vez, pode acompanhar o otimismo presente na economia britânica com as perspectivas apresentadas pela gestão atual do país, contudo, tanto no caso do Euro quanto no caso do Reino Unido, a situação é tênue, em função de um ambiente geopolítico e econômico global mais hostil.
Seguimos de olho.