Os principais destaques econômicos da semana incluem dados mistos do mercado de trabalho dos EUA, com criação de vagas acima do esperado, mas um leve aumento nos pedidos de seguro-desemprego, o que pode levar o Federal Reserve a adotar uma postura cautelosa em suas próximas decisões de política monetária. O PMI Composto dos EUA atingiu 54,4 pontos, mostrando resiliência da economia, enquanto no Brasil o índice foi ainda mais forte, com 54,6 pontos, o que pode favorecer uma valorização do real diante iminente possibilidade de aceleração na alta dos juros por aqui. Na Zona do Euro, o cenário econômico permanece fraco, com deflação de 0,1% em setembro e o PMI Composto em 49,6 pontos, sugerindo contração, o que reforça expectativas de cortes de juros, ampliando o diferencial entre as taxas de juros da região e o Brasil, pressionando o euro para baixo frente ao real.
Acompanhe as nossas análises a seguir.
Real x dólar
Começamos a semana com o dólar cotado a R$5,4347 na segunda-feira (30/set), um nível 1,4% inferior à abertura da semana anterior (23/set). A cotação da moeda estrangeira registrou valorização ao longo desta semana e o dólar abriu o pregão desta sexta-feira (04/set) cotado a R$5,4778, patamar 0,7% superior à abertura da sexta-feira anterior (27/set). Entre as aberturas desta sexta (04/out) e da segunda-feira da semana anterior (23/set), vimos uma valorização do real em relação ao dólar de -1,1%.
Os principais destaques econômicos da semana incluem os dados do mercado de trabalho nos EUA, que mostram sinais mistos. Embora existam indícios de uma leve desaceleração, o mercado de trabalho continua robusto. A pesquisa Jolts registrou 8 milhões de vagas de emprego em agosto, superando as expectativas. A ADP também apresentou um número superior ao esperado, com a criação de 143 mil empregos privados em setembro. Além disso, o mercado espera que o relatório de emprego (payroll) mostre a adição de 148 mil novos postos, também acima da leitura anterior.
Por outro lado, houve um leve aumento nos pedidos de seguro-desemprego, que somaram 225 mil, um valor superior ao da semana anterior, sugerindo que o mercado de trabalho continua desacelerando.
Esse cenário leva o Federal Reserve (FOMC) a adotar uma postura mais cautelosa quanto aos próximos passos na política monetária, aguardando mais dados para determinar o caminho a seguir. O vigor do mercado de trabalho americano reflete-se também no PMI Composto, que atingiu 54,4 pontos, demonstrando a resiliência da economia.
No Brasil, o PMI Composto foi ainda mais forte, marcando 54,6 pontos. Com isso, há uma expectativa de que a taxa de juros continue subindo, o que pode ampliar o diferencial de juros entre o Brasil e os EUA, favorecendo uma valorização adicional do real nos próximos meses.
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Real x euro
O euro abriu o pregão de segunda-feira (30/set) cotado a R$6,067. Na abertura desta sexta-feira (04/out), a cotação foi de R$6,0057. Portanto, houve uma valorização de 1,0% do real frente à moeda europeia, seguindo a tendência que foi observada na semana anterior.
Com relação ao dólar, a moeda europeia perdeu força esta semana, revertendo a tendência da semana anterior. A cotação do euro na moeda estadunidense passou de US$1,1159 na segunda (30/set) para US$1,1035, nesta sexta (04/out). Portanto, vimos uma desvalorização do euro de aproximadamente 1,1% (leia-se: é preciso menos dólares para comprar um euro).
Na Zona do Euro, os dados recentes, embora menos expressivos, ainda são importantes para o cenário econômico. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou deflação de 0,1% em setembro, com uma variação anual acumulada de 1,8%, sugerindo uma pressão inflacionária moderada na região.
A taxa de desemprego permaneceu estável em 6,4% em agosto, um nível relativamente alto considerando o histórico da região, refletindo o baixo ritmo de atividade econômica em 2024. Esse quadro é reforçado pelo PMI Composto, que atingiu 49,6 pontos, permanecendo em território de contração.
Com isso, a tendência de desvalorização do euro frente ao real deve continuar, uma vez que é esperado um novo corte nos juros na Zona do Euro ainda este ano com intuito de melhorar o nível de atividade. Consequentemente, deve ocorrer ampliação do diferencial entre as taxas de juros das duas regiões. Isso pode manter o euro em uma trajetória de enfraquecimento.
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Real x libra esterlina
A libra esterlina abriu o pregão de segunda-feira (30/set) cotada a R$7,2687, patamar mais alto que o registrado nesta sexta-feira (04/set), R$7,1943. Trata-se de uma valorização de 1,0% do real em relação à moeda britânica. Portanto, a semana foi marcada por um movimento de valorização da moeda brasileira em relação à libra esterlina.
Em relação ao dólar, a moeda inglesa perdeu força no decorrer da semana, rompendo a tendência de valorização registrada na semana anterior, e abriu esta sexta-feira (04/out) cotada a US$1,3280 após ter iniciado a semana cotada a US$1,3369, uma desvalorização de 1,8% da moeda britânica em relação ao dólar.
No Reino Unido, a semana foi marcada por importantes divulgações macroeconômicas. O Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre cresceu 0,5%, abaixo da expectativa de 0,6%, mas ainda mostrando resiliência econômica. Em relação aos empréstimos líquidos a indivíduos, houve um aumento significativo em agosto, alcançando £4,156 bilhões, superando as projeções do mercado e sinalizando uma maior disposição dos consumidores para gastar.
Confirmando esse cenário de atividade econômica robusta, o PMI Composto foi registrado em 52,6 pontos, com o PMI de Serviços em 52,4 e o PMI Industrial em 51,5, indicando expansão econômica dos respectivos setores.
O Reino Unido, portanto, demonstra uma performance econômica mais forte que a maior parte da Europa. Essa tendência pode se sustentar no futuro próximo, com o governo do Partido Trabalhista rejeitando medidas de austeridade, o que pode continuar impulsionando o crescimento.
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Perspectivas
As projeções para o dólar indicam volatilidade nos próximos meses, com possível fortalecimento da moeda americana devido à resiliência da economia dos EUA e às incertezas globais, embora o Federal Reserve possa adotar uma postura mais cautelosa na política monetária. O euro, por sua vez, tende a continuar sua trajetória de desvalorização frente ao real, pressionado pela fraqueza econômica na Zona do Euro e a expectativa de novos cortes de juros. Já a libra esterlina pode continuar em processo de valorização em função das perspectivas econômicas do Reino Unido, que parecem melhores que as registradas na Zona do Euro e devem exigir do Bank of England uma postura relativamente mais conservadora.
Seguimos de olho.