Os destaques econômicos da semana incluem o aumento dos pedidos de seguro-desemprego nos EUA, que atingiram 258 mil, o maior número do ano, indicando um arrefecimento gradual do mercado de trabalho, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,2%, sinalizando atenção ao comportamento dos preços. No Brasil, a retração nos setores de serviços e varejo contrasta com a aceleração do IPCA em setembro, impulsionada pela alta nos preços da energia, reforçando a expectativa de aumento da Selic. Na Europa, a produção industrial alemã cresceu 2,9% em agosto, mas a inflação estável sugere a possibilidade de um corte de juros pelo BCE. No Reino Unido, a economia manteve-se em crescimento, deixando em aberto a decisão do Bank of England sobre possíveis cortes de juros.
Acompanhe as nossas análises a seguir.
Real x dólar
Começamos a semana com o dólar cotado a R$5,4347 na segunda-feira (07/out), um nível 0,39% superior à abertura da semana anterior (30/set). A cotação da moeda estrangeira registrou valorização ao longo desta semana e o dólar abriu o pregão desta sexta-feira (11/out) cotado a R$5,5831, patamar 1,9% superior à abertura da sexta-feira anterior (04/out). Entre as aberturas desta sexta (11/out) e da segunda-feira da semana anterior (30/set), vimos uma desvalorização do real em relação ao dólar de -2,7%.
Os principais destaques econômicos da semana incluem os dados do mercado de trabalho dos EUA, com os pedidos iniciais de seguro-desemprego atingindo 258 mil solicitações, o maior valor registrado este ano. Esse número reforça a percepção de um lento arrefecimento no mercado de trabalho norte-americano.
Além do mercado de trabalho, os dados de inflação também chamaram atenção. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) superou as expectativas, registrando alta de 0,2%. O núcleo do IPC, que exclui itens mais voláteis, também apresentou aumento, de 0,3%, sinalizando uma pressão inflacionária ligeiramente mais ampla. Em contrapartida, o Índice de Preços ao Produtor se manteve estável em setembro.
Este cenário trouxe preocupações aos analistas, especialmente em razão do Federal Reserve ter sinalizado a tendência de mais dois cortes de 0,25% até o final do ano. Todavia, ao que parece, será necessário que os membros do Comitê esperem novos dados para tomarem uma posição mais acertada.
No Brasil, os setores de serviços e varejo apresentaram retração, após um primeiro semestre de forte crescimento. No entanto, o IPCA de setembro acelerou para 0,44%, impulsionado pela mudança na bandeira tarifária de energia elétrica para vermelha fase 1. Esse cenário reforça a expectativa de um aumento de 0,5% na taxa Selic na próxima reunião do Copom.
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Real x euro
O euro abriu o pregão de segunda-feira (07/out) cotado a R$5,9887. Na abertura desta sexta-feira (11/out), a cotação foi de R$6,1068. Portanto, houve uma desvalorização de 2% do real frente à moeda europeia, rompendo a tendência que foi observada na semana anterior.
Com relação ao dólar, a moeda europeia perdeu força esta semana, mantendo a tendência da semana anterior. A cotação do euro na moeda estadunidense passou de US$1,0976 na segunda (07/set) para US$1,0934, nesta sexta (11/out). Portanto, vimos uma desvalorização do euro de aproximadamente 0,4% (leia-se: é preciso menos dólares para comprar um euro).
Nesta semana, as principais divulgações econômicas na Zona do Euro vieram da Alemanha, a maior economia do bloco. A produção industrial do país registrou um crescimento de 2,9% em agosto, recuperando-se após uma queda de mesma magnitude no mês anterior. No varejo, as vendas também apresentaram desempenho positivo, com alta de 1,6% no período.
No campo inflacionário, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Alemanha permaneceu estável em setembro, acumulando uma variação anual de 1,6%. Esses indicadores sugerem uma alta probabilidade de o Banco Central Europeu (BCE) optar por um novo corte de juros na próxima reunião.
Caso isso se concretize, o diferencial de juros em relação ao Brasil aumentaria, dado que o Copom deve subir os juros na próxima reunião, o que poderia favorecer o real frente ao euro.
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Real x libra esterlina
A libra esterlina abriu o pregão de segunda-feira (07/set) cotada a R$7,1826, patamar mais baixo que o registrado nesta sexta-feira (11/set), R$7,31. Trata-se de uma desvalorização de 1,8% do real em relação à moeda britânica. Portanto, a semana foi marcada por um movimento de desvalorização da moeda brasileira em relação à libra esterlina.
Em relação ao dólar, a moeda inglesa perdeu força no decorrer da semana, mantendo a tendência de desvalorização registrada na semana anterior, e abriu esta sexta-feira (11/out) cotada a US$1,3062 após ter iniciado a semana cotada a US$1,3106, uma desvalorização de 0,3% da moeda britânica em relação ao dólar.
Dados vindos do Reino Unido mostram uma economia que continua em movimento de expansão. Embora não seja um crescimento significativo, ele tem sido constante ao longo de 2024, diferentemente do que tem sido visto na Europa continental.
Números dos setores da indústria manufatureira e de construção mostram que a região cresceu na passagem de julho para agosto. O bom comportamento da indústria ajudou no crescimento do PIB mensal, que segundo a ONS cresceu 0,2% no mês..
No que diz respeito aos preços, a despeito de a inflação anualizada ainda estar acima da meta de inflação do Bank of England, de 2%, os dados de inflação se mostram relativamente benignos na margem.
De modo geral, o nível de atividade econômica britânica deixa em aberto a decisão do comitê de política monetária do Bank of England. Dados de inflação dão suporte para algum corte de juros, no entanto, o ritmo da economia ainda inspira algum cuidado.
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Perspectivas
As projeções para o dólar apontam para um cenário de estabilidade com viés de alta frente ao real na próxima semana, impulsionado pela resiliência da economia dos EUA, destacada pela força do mercado de trabalho revelada nos dados de setembro, como o JOLTs e o Payroll. Isso pode levar o Federal Reserve a adotar uma postura mais cautelosa, especialmente com o leve aumento da inflação observado no IPC. O euro, por outro lado, deve continuar se desvalorizando em relação ao real, devido à fragilidade econômica na Zona do Euro e à expectativa de novos cortes de juros. Já a libra esterlina pode seguir em valorização, sustentada por perspectivas econômicas mais favoráveis no Reino Unido, que podem exigir uma postura mais conservadora do Bank of England em comparação à Zona do Euro.
Seguimos de olho.