O real segue relativamente estável frente ao dólar e ao euro, sustentado por fundamentos domésticos sólidos, como a inflação sob controle e um avanço relativamente positivo nas questões fiscais.
No exterior, a economia americana continua emitindo sinais de resiliência apesar dos incipientes sinais de desaceleração, enquanto se intensificam os sinais de uma nova rodada de tensões comerciais, com medidas tarifárias lideradas pelo governo Trump previstas para a próxima semana.
A União Europeia, por sua vez, avalia possíveis retaliações e alternativas para reverter o fraco desempenho econômico da região, o que pode trazer ainda mais choques no mercado de câmbio ao longo da próxima semana.
Acompanhe as nossas análises a seguir.
Começamos a semana com o dólar cotado a R$5,7291 na segunda-feira (24/mar), um nível 0,2% inferior à abertura da semana anterior (17/mar). A cotação da moeda estrangeira registrou valorização ao longo desta semana e o dólar abriu o pregão desta sexta-feira (28/mar) cotado a R$5,7455, patamar 1,1% superior ao da abertura da sexta-feira anterior (21/mar). Entre as aberturas desta sexta-feira (28/mar) e da segunda-feira da semana anterior (17/mar), vimos uma desvalorização do real em relação ao dólar de 0,1%.
Começando pelo IPCA-15, a prévia da inflação oficial, a variação de março ficou em 0,64%, mostrando uma desaceleração expressiva em relação ao percentual de 1,23% registrado na leitura anterior. Além disso, o resultado veio abaixo da expectativa do mercado, que previa alta de 0,68%. Ainda no campo dos preços, o IGP-M registrou deflação de 0,34% em fevereiro.
No setor externo, os números de fevereiro vieram melhores do que o esperado. O saldo em transações correntes registrou um déficit de US$8,8 bilhões, abaixo da expectativa de US$9,1 bilhões. Já o investimento estrangeiro direto surpreendeu positivamente, com um saldo líquido de US$9,3 bilhões – o maior resultado para o mês desde 2022.
O campo fiscal também trouxe boas notícias. O resultado primário do Governo Central foi deficitário em R$31,7 bilhões, um número em linha com as projeções do mercado e bem abaixo do déficit de R$58,3 bilhões registrado no mesmo período do ano passado.
No mercado de trabalho, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua do IBGE subiu para 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro. O aumento reflete o ajuste sazonal do início do ano, mas o mercado de trabalho segue relativamente aquecido.
No cenário internacional, os Estados Unidos registraram um crescimento anualizado do PIB de 2,4% no quarto trimestre, em linha com o consenso de mercado. O volume semanal de novos pedidos de seguro-desemprego veio abaixo do esperado, reforçando o quadro de sobreaquecimento da economia americana, apesar de alguns sinais recentes de desaceleração. Além disso, o núcleo do PCE, principal indicador de inflação acompanhado pelo Fed, subiu 0,4% em fevereiro, acima da expectativa de 0,3%, o que pode manter as taxas de juros elevadas por mais tempo.
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O euro abriu o pregão de segunda-feira (24/mar) cotado a R$6,1958. Na abertura desta sexta-feira (28/mar), a cotação foi de R$6,1960. Portanto, a moeda brasileira ficou relativamente estável frente ao euro nesta semana.
Com relação ao dólar, a moeda europeia perdeu força esta semana, mantendo a tendência da semana anterior. A cotação do euro na moeda estadunidense passou de US$1,0808 na segunda (24/mar) para US$1,0801, nesta sexta (28/mar). Portanto, vimos uma desvalorização do euro de aproximadamente 0,1% (leia-se: é preciso menos dólares para comprar um euro).
A economia global segue emitindo sinais mistos, e na Europa, os dados econômicos reforçam o cenário desafiador para o crescimento no início do ano.
Na Alemanha, o PMI Industrial de março subiu para 48,3 pontos, ante 47,1 registrados no mês anterior, mas ainda abaixo dos 50 pontos, o que indica que o setor segue em contração. Já o PMI de Serviços, que vinha sustentando a economia, perdeu força, recuando de 52,3 para 50,2 pontos. O reflexo dessa desaceleração também aparece no PMI Composto da Zona do Euro, que caiu para 50,4 pontos, ficando próximo do nível que separa expansão de retração.
A confiança empresarial também vem sentindo o impacto deste cenário morno. O Índice Ifo de Clima de Negócios da Alemanha mostrou um leve recuo, com as expectativas de negócios caindo de 87,9 para 87,7 pontos. A fraqueza econômica do bloco vem chamando atenção, e o recente pacote fiscal do governo alemão, aprovado na última semana, surge como uma tentativa de estímulo, com foco em investimentos em infraestrutura. Se será suficiente para reverter o cenário de estagnação, ainda é cedo para dizer.
Mas, além das dificuldades econômicas, a Europa agora enfrenta outra turbulência: a intensificação da guerra comercial com os EUA. O presidente americano Donald Trump anunciou novas tarifas sobre carros importados, com início já no dia 2 de abril. O movimento pegou em cheio as montadoras europeias, afetando diretamente as bolsas da região. Em resposta, o Ministro da Economia alemão já indicou que espera uma reação forte da União Europeia. O impasse promete movimentar os mercados nos próximos dias, com possíveis desdobramentos nas negociações entre as duas regiões.
Com desafios internos e externos, a Europa segue com dificuldades para engrenar um crescimento mais sólido. Nos próximos dias, os mercados estarão atentos às novas medidas de estímulo e às repercussões das tensões comerciais com os EUA.
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A libra esterlina abriu o pregão de segunda-feira (24/mar) cotada a R$7,4017, patamar mais baixo que o registrado nesta sexta-feira (28/mar), R$7,4332. Trata-se de uma desvalorização de 0,4% do real em relação à moeda britânica. Portanto, a semana foi marcada por um movimento de desvalorização da moeda brasileira em relação à libra esterlina.
Em relação ao dólar, a moeda inglesa ganhou força no decorrer da semana, mantendo a tendência de valorização registrada na semana anterior, e abriu esta sexta-feira (28/mar) cotada a US$1,2950 após ter iniciado a semana cotada a US$1,2908, uma valorização de 0,3% da moeda britânica em relação ao dólar.
Os últimos dados econômicos do Reino Unido trouxeram sinais mistos. O setor de serviços segue impulsionando a economia, com o PMI de Serviços avançando para 53,2 pontos em março, indicando expansão. Já a inflação segue resistente, com o núcleo do IPC em 3,7%, mesmo com variação mensal abaixo do esperado em fevereiro, o que mantém o Banco da Inglaterra atento antes de qualquer corte de juros.
No comércio, as vendas no varejo cresceram 1% em fevereiro, mostrando um consumidor ainda ativo, mas o setor corporativo segue cauteloso, com os investimentos empresariais caindo 1,9% no quarto trimestre.
Por fim, o PIB apontou crescimento de 0,1% no último trimestre de 2024. Uma alta de 1,5% frente ao mesmo período do ano anterior. O resultado é modesto e mostra alguma dificuldade da economia britânica em obter dinamismo.
Com inflação ainda pressionada e desafios na balança comercial, a economia britânica caminha entre avanços pontuais e obstáculos estruturais. O próximo passo do Banco da Inglaterra dependerá da evolução desses fatores nos próximos meses.
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O cenário internacional segue caracterizado por elevados níveis de incerteza, o que tem intensificado a procura por ativos de menor risco, como o ouro — cuja cotação se aproximou de renovar sua máxima histórica nos últimos dias..
Apesar do ambiente global de aversão ao risco, o real vem apresentando episódios de apreciação frente ao dólar. Esse movimento tem sido favorecido por fatores domésticos, como a taxa Selic em patamar elevado e uma percepção mais positiva em relação ao risco fiscal e às expectativas inflacionárias no Brasil. Essa tendência pode se estender ao longo dos próximos dias.
Entretanto, a expectativa é de que a primeira semana de abril traga maior volatilidade, com a entrada em vigor das tarifas de importação recíprocas pelos Estados Unidos. Essa mudança deve impactar tanto o mercado cambial quanto o de ações.
Em relação ao euro e à libra, o real tem operado de forma relativamente estável. No entanto, a adoção de sobretaxas comerciais pelos EUA, prevista para o dia 2 de abril, tende a aumentar a incerteza global e pode exercer pressão adicional sobre as moedas de economias emergentes — inclusive o real.
Seguimos de olho.
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