Derivativos: o que são, como funcionam e como investir neles

Os derivativos são instrumentos financeiros que derivam seu valor de outros ativos, como ações, moedas ou índices. Por isso, representam uma excelente forma de diversificar sua carteira e gerenciar riscos, oferecendo oportunidades únicas de investimento. Imagine poder investir de maneira mais estratégica, aproveitando as flutuações do mercado a seu favor.

Continue a leitura para entender melhor sobre os derivativos e descobrir como começar a investir neles de forma inteligente e eficaz.

*A Remessa Online não faz recomendações de investimento. Este é apenas um artigo informativo sobre derivativos.

O que são derivativos?

Derivativos são contratos entre duas partes que definem um valor econômico baseado nas variações futuras de um ativo referência. Esse ativo pode ser um título financeiro, uma taxa financeira, ou um bem material. O valor do derivativo muda conforme o valor do ativo base se altera com o tempo.

Investidores utilizam esse instrumento financeiro para proteger seus investimentos contra mudanças indesejadas nos preços dos ativos. Por exemplo, se você tem ações de uma empresa e teme que os preços possam cair, pode usar derivativos para se proteger contra possíveis perdas.

Essa capacidade de adaptar estratégias de investimento aos objetivos e ao perfil de risco do investidor torna os derivativos uma opção valiosa para diversificar e fortalecer carteiras de investimento.

Como funciona o mercado de derivativos?

O mercado de derivativos é um lugar onde as pessoas negociam contratos que dependem dos preços de outros ativos, como o preço atual do boi gordo. Nesse mercado, existem dois tipos principais de negociações. As negociações padronizadas ocorrem em bolsas de valores como a B3 no Brasil e a CME nos EUA, onde os contratos têm especificações fixas para qualidade, quantidade e data de vencimento, o que facilita e torna mais seguras as transações. Já no mercado de balcão (OTC), as partes negociam diretamente entre si, permitindo que os contratos sejam personalizados conforme as necessidades específicas de cada um, mas isso também acarreta maiores riscos e menor liquidez.

Na B3, a padronização de contratos ajuda a tornar as negociações mais previsíveis e seguras porque todos seguem as mesmas regras. Detalhes fixos, como quantidade e data de vencimento, tornam tudo mais claro e fácil de negociar.

Existe ainda outro tipo de mercado chamado mercado de balcão (OTC), onde as pessoas podem negociar diretamente umas com as outras. Aqui, os contratos podem ser feitos sob medida, de acordo com o que cada um precisa, mas isso também traz mais riscos e as negociações podem não ser tão rápidas ou fáceis. Neste mercado, temos dois tipos principais de participantes: os hedgers, que fazem negócios para se proteger contra mudanças nos preços de coisas que eles já possuem ou vão precisar, e os especuladores, que tentam ganhar dinheiro prevendo e aproveitando as mudanças de preços.

Essas negociações são importantes porque ajudam a determinar os preços e a proteger as pessoas contra riscos, sendo uma parte vital do sistema financeiro do mundo.

Quais são os tipos de derivativos?

Mercado futuro: contratos para compra ou venda futura de ativos a preços fixados

O mercado futuro é onde se negociam contratos de compra ou venda de um ativo subjacente por um preço fixado para uma data futura. Nesse tipo de derivativo, o comprador se compromete a adquirir, e o vendedor a entregar, uma quantidade específica de um ativo, como commodities ou ativos financeiros, em uma data futura determinada, pelo preço estabelecido no contrato.

Por exemplo, um agricultor pode usar o mercado futuro para garantir um preço para sua colheita, reduzindo o risco de queda nos preços. Da mesma forma, um investidor pode especular sobre a direção futura dos preços de um ativo, como petróleo ou ouro, sem a necessidade de possuir o ativo fisicamente. Então, o mercado futuro é amplamente utilizado tanto para a gestão de riscos (hedging) quanto para especulação.

Mercado a termo: negocia contratos futuros sem bolsa centralizada

O mercado a termo é um derivativo que envolve a negociação de contratos em que a compra e venda de um ativo é acordada para execução em uma data futura específica, com preços fixados no momento da negociação. Diferentemente do mercado futuro, os contratos a termo são personalizados e negociados diretamente entre as partes, sem passar por uma bolsa centralizada.

Isso permite que os participantes ajustem os termos do contrato às suas necessidades específicas, como quantidade do ativo, data de vencimento e preço. Por exemplo, uma empresa que espera receber pagamentos em moeda estrangeira pode usar um contrato a termo para fixar a taxa de câmbio atual, protegendo-se contra a volatilidade futura.

Essa personalização traz flexibilidade, mas também eleva o risco de crédito, já que não há uma câmara de compensação que garanta a execução do contrato.

Operações de swaps: acordos para troca de fluxos de caixa ou valores

As operações de swaps são acordos em que duas partes trocam fluxos de caixa ou outros valores financeiros durante um período determinado. Esses derivativos são amplamente personalizados e geralmente usados para trocar diferentes tipos de juros ou moedas.

Por exemplo, em um swap de taxa de juros, uma parte pode trocar um fluxo de caixa baseado em uma taxa de juros fixa por outro vinculado a uma taxa variável. Isso é útil para empresas ou investidores que desejam gerenciar sua exposição a flutuações nas taxas de juros.

Já em um swap de moeda, as partes trocam dívidas ou fluxos de caixa em diferentes moedas, o que é benéfico para empresas que operam em múltiplos países e querem proteger-se contra a volatilidade cambial.

Mercado de opções: compra ou venda de ativos por um preço fixo

No mercado de opções, os investidores negociam derivativos que lhes dão o direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender um ativo a um preço predeterminado, conhecido como preço de exercício, em uma data específica ou antes dela. Existem dois tipos principais de opções: as de compra (call) e as de venda (put).

Com uma opção de compra, você tem o direito de comprar o ativo pelo preço de exercício, enquanto com uma opção de venda, você pode vender o ativo pelo mesmo preço.

Esses contratos são usados tanto para proteção quanto para especulação. Por exemplo, se você tem ações e teme que o preço possa cair, pode comprar uma opção de venda para garantir um preço mínimo de venda, protegendo seu investimento. Da mesma forma, um investidor pode comprar uma opção de compra se acreditar que o preço do ativo aumentará no futuro.

Como é determinado o valor de um derivativo?

O valor de um derivativo é determinado principalmente pelo preço do ativo ao qual está vinculado, o tempo que falta até o contrato do derivativo expirar, as taxas de juros atuais e a sua volatilidade – o quão o preço desse ativo tende a subir ou descer. 

Em termos simples, um derivativo pode ser mais valioso caso se esperam mudanças no preço do ativo, se ainda faltar muito tempo para o contrato acabar, ou se as taxas de juros influenciarem o custo de investimento no ativo subjacente. Tudo isso é afetado também pela demanda do mercado: quanto mais pessoas querendo comprar o derivativo, maior seu valor.

O modelo Black-Scholes para opções é uma fórmula matemática frequentemente usada para calcular o preço justo nesses casos.

Como investir no mercado de derivativos?

Investidores podem investir no mercado de derivativos por meio de corretoras de valores, que disponibilizam uma variedade de derivativos como opções, futuros e contratos por diferença, ou comprando diretamente opções listadas em bolsas de valores.

1. Conheça seu perfil de investidor para escolher os derivativos alinhados às suas expectativas

Conhecer seu perfil de investidor é importante para avaliar sua tolerância ao risco, objetivos financeiros e horizonte de investimento. Saber se você é conservador, moderado ou agressivo no que diz respeito a riscos ajudará a escolher os derivativos que melhor se alinham às suas necessidades e expectativas. Afinal, eles podem oferecer grandes oportunidades, mas também vêm com riscos.

2. Escolha uma corretora de valores confiável para operar

Procure por uma corretora que ofereça uma boa plataforma de negociação, suporte informativo e várias opções de derivativos. Verifique também a credibilidade, as taxas e as condições de negociação da corretora. Uma escolha acertada pode fazer uma grande diferença na sua experiência de investimento e no sucesso das suas operações.

3. Entenda os tipos de derivativos e avalie seus riscos, volatilidade e tendências econômicas

Analisar os derivativos envolve estudar seus diferentes tipos, como futuros, opções e swaps, e entender como eles se encaixam em seus objetivos de investimento. Considere fatores como o potencial de risco e retorno, a volatilidade do mercado e as tendências econômicas.

Uma estratégia bem-feita aumenta suas chances de sucesso e ajuda a gerenciar os riscos associados a esses instrumentos complexos.

Quais são os usos dos derivativos?

Hedging: estratégia de proteção nos investimentos

Hedging é uma estratégia de proteção nos investimentos, em que se utilizam derivativos para minimizar o risco de perdas. Funciona como um seguro: você se protege contra movimentos adversos no mercado.

Por exemplo, se você tem ações e teme que seus preços caiam, pode usar derivativos para compensar essa possível perda. Isso é feito por meio de contratos como opções ou futuros, que lhe permitem manter seus investimentos originais enquanto se protege contra flutuações negativas. É uma tática essencial para quem busca estabilidade e segurança no mundo volátil dos investimentos.

Especulação: foca no lucro com as variações de preços dos ativos subjacentes

A especulação é um uso dos derivativos que foca em capitalizar sobre as variações de preço dos ativos subjacentes.

Por exemplo, um investidor pode comprar opções de compra (call) de ações esperando que seu preço aumente. Se o preço das ações subir conforme previsto, o investidor pode vender essas opções por um valor maior, lucrando com a diferença.

Essa prática é uma das mais conhecidas no uso de derivativos, mas requer uma análise cuidadosa do mercado e uma disposição para assumir riscos mais altos em busca de retornos potencialmente maiores.

Alavancagem: busca aumentar o potencial de retorno com menor quantidade de capital próprio

Alavancagem, no contexto dos derivativos, é a prática de aumentar o potencial de retorno de um investimento, usando uma quantidade menor de capital próprio. Isso é possível porque os derivativos permitem que você controle uma grande quantidade de ativos com um investimento inicial relativamente baixo.

Um exemplo de alavancagem em derivativos é quando um investidor compra uma opção de compra de ações por R$ 500, em vez de comprar as próprias ações por R$ 5 mil. Se o preço da ação aumentar significativamente, o retorno sobre o investimento na opção será proporcionalmente maior do que se o investidor tivesse comprado as ações diretamente. No entanto, se o preço da ação cair, o investidor pode perder o valor total do investimento na opção, enquanto em uma compra direta de ações, ele só perderia o montante investido.

Quais são os riscos envolvidos com investimentos em derivativos?

O principal risco é o de mercado, em que mudanças no valor do ativo subjacente podem resultar em perdas. Há também o risco de liquidez, que se refere à dificuldade de vender um derivativo rapidamente, sem afetar seu preço. Além disso, o risco de contraparte surge quando uma das partes no contrato não cumpre suas obrigações.

Esses riscos, combinados com a possibilidade de alavancagem, podem levar a perdas que excedem o investimento inicial. Portanto, é essencial compreender completamente os derivativos antes de investir.

Quais são as estratégias de investimento em derivativos?

Hedging de carteira para reduzir risco de perdas nos investimentos com movimentos adversos de preço

Hedging de carteira é uma estratégia utilizada por investidores para reduzir o risco de perdas ao proteger uma parte ou toda a carteira de investimentos contra movimentos adversos de preço. Isso é feito por meio de técnicas como o uso de derivativos, como contratos futuros ou opções, para compensar possíveis perdas em posições existentes.

Se sua carteira é fortemente composta por ações de tecnologia, por exemplo, você pode usar derivativos para se proteger contra a volatilidade específica desse setor. Isso não elimina todos os riscos, mas pode reduzir significativamente o impacto negativo de movimentos de mercado indesejados, ajudando a manter um equilíbrio mais estável em seus investimentos.

Estratégia de opções de compra e venda para lucrar com as movimentações do mercado

A estratégia de opções de compra (call) e venda (put) em derivativos envolve a negociação de opções para lucrar com as movimentações do mercado. Ao comprar uma opção de compra, você aposta que o preço do ativo subjacente vai subir. Inversamente, ao adquirir uma opção de venda, você está prevendo uma queda nos preços.

Essas estratégias podem ser usadas isoladamente ou em combinação, como na estratégia “straddle”, em que você compra ambas as opções de compra e venda para o mesmo ativo, apostando em uma grande variação de preço, independentemente da direção.

Estratégia de arbitragem para lucrar com variações de preço do mesmo ativo em mercados diferentes

A estratégia de arbitragem em derivativos se refere a explorar diferenças de preço do mesmo ativo em mercados diferentes. Por exemplo, se um ativo tem preços distintos em duas bolsas, um investidor pode comprar o ativo onde é mais barato e vendê-lo onde é mais caro, lucrando com a diferença de preço.

Essa técnica também pode ser aplicada com derivativos, comprando um contrato a um preço e vendendo outro contrato relacionado a um preço superior. A arbitragem requer respostas rápidas e eficientes, pois as diferenças de preço são geralmente corrigidas rapidamente pelo mercado.

Por esse motivo, essa estratégia é frequentemente utilizada por investidores experientes que têm acesso a informações em tempo real e podem agir de forma rápida para aproveitar essas oportunidades de preço.

Derivativos podem ser a chave para uma carteira mais forte e diversificada

Quer tornar seus investimentos mais dinâmicos e resistentes às oscilações do mercado? Os derivativos são ferramentas que podem ser poderosas para isso. Compreender e utilizar esses instrumentos financeiros pode não apenas proteger seu portfólio, mas também abrir novas oportunidades de crescimento. Eles oferecem flexibilidade, diversificação e potencial de alavancagem, tornando-se essenciais em uma estratégia de investimento bem-arredondada.

Para ficar por dentro das últimas tendências do mercado financeiro, acompanhe a Remessa Online nas redes sociais e mantenha-se atualizado! Estamos no Facebook, Instagram, X, LinkedIn e YouTube.

Resumindo

O que são derivativos?

Derivativos são contratos entre duas partes que definem um valor econômico baseado nas variações futuras de um ativo referência. Esse ativo pode ser um título financeiro, uma taxa financeira, ou um bem material. O valor do derivativo muda conforme o valor do ativo base se altera com o tempo.

Como funciona o mercado de derivativos?

O mercado de derivativos é um lugar onde as pessoas negociam contratos que dependem dos preços de outros ativos, como o preço atual do boi gordo. Nesse mercado, existem dois tipos principais de negociações. As negociações padronizadas ocorrem em bolsas de valores como a B3 no Brasil e a CME nos EUA, onde os contratos têm especificações fixas para qualidade, quantidade e data de vencimento, o que facilita e torna mais seguras as transações. Já no mercado de balcão (OTC), as partes negociam diretamente entre si, permitindo que os contratos sejam personalizados conforme as necessidades específicas de cada um, mas isso também acarreta maiores riscos e menor liquidez.

Como investir no mercado de derivativos?

Investidores podem investir no mercado de derivativos por meio de corretoras de valores, que disponibilizam uma variedade de derivativos como opções, futuros e contratos por diferença, ou comprando diretamente opções listadas em bolsas de valores.

Related posts

O que levar para a Itália: 5 dicas do que não pode faltar

Tags para Youtube: como escolher e como usá-las

Como emitir nota fiscal MEI: passo a passo e mais