Já pensou em ser um desenvolvedor de aplicativos? Neste guia, apresentamos o que você deve fazer para se tornar um profissional dessa área.
A falta de profissionais qualificados na área tecnológica faz muita gente migrar para o setor. Por isso, é possível que você esteja pensando em se tornar um desenvolvedor de aplicativos.
Nos últimos anos, o segmento de desenvolvimento de apps cresceu de maneira bastante rápida. Um dos motivos é o grande número de oportunidades de atuação para os profissionais. Afinal, é possível focar em determinado sistema operacional (SO), programar nativamente ou por meio de outras linguagens etc.
Portanto, se você pensa em migrar de área, vale a pena considerar o desenvolvimento de apps. Se esse é o seu caso, aproveite este guia completo para começar a mudar sua carreira.
O que faz um desenvolvedor de aplicativos?
O desenvolvedor de aplicativos é o profissional que cria, planeja, implementa e divulga soluções para dispositivos móveis. Portanto, ele atua tanto com a criatividade quanto com a resolução de problemas.
Apesar de seu trabalho ser focado na tecnologia, o desenvolvedor de apps exige a análise das demandas dos clientes. Assim, é possível ter um produto adequado às necessidades dos usuários. Além disso, esse profissional avalia quais ferramentas e recursos são necessários, e configura testes para serem realizados.
Dessa forma, o cargo tem várias funções e aplicações. De maneira mais específica, o objetivo é desenhar e programar aplicativos para Android e iOS, e desenvolver interfaces com o API Rest — estilo de arquitetura de software que determina restrições para a criação de apps e web services.
Todas essas atividades podem ser resumidas em 3 funções principais:
- Estudo da área: consiste em encontrar demandas que podem ser melhoradas pelo app;
- Desenvolvimento: é a parte técnica, que envolve a escrita de códigos e o desenvolvimento do app. Todas as funções do software são planejadas e os possíveis bugs são reparados. Por isso, essa etapa também abrange testes de melhorias e adoção de medidas voltadas à experiência do usuário;
- Atualizações: consiste na oferta de novas funcionalidades, correções de bugs, atualizações, melhorias de usabilidade etc. Aqui, também há recursos voltados para a segurança da informação.
Qual é o perfil do profissional dessa área?
Devido às suas responsabilidades, o desenvolvedor mobile deve ter um perfil específico para aumentar suas chances de sucesso na carreira. Entre as características desejadas estão:
- Curiosidade para conhecer as tendências da área e as necessidades dos usuários e das empresas;
- Conhecimento das novas linguagens e tecnologias utilizadas, além das noções de experiência do usuário;
- Estudo contínuo para continuar se atualizando em relação às novas práticas e às linguagens criadas ou implementadas;
- Empatia para pensar na experiência do usuário e fazer os ajustes necessários a partir dos feedbacks repassados;
- Raciocínio lógico para utilizar todas as linguagens necessárias e entender a lógica de programação;
- Capacidade analítica para criar o app ou fazer as atualizações necessárias;
- Organização para cumprir o prazo e as etapas definidas;
- Capacidade de ser multitarefas, a fim de sempre pensar em novas possibilidades e ser eficiente;
- Comunicação, porque o desenvolvedor de aplicativos precisará alinhar seu trabalho com a equipe e receberá feedbacks para o sucesso do projeto;
- Capacidade de trabalhar em equipe para saber como delegar tarefas, repassar feedbacks e trocar ideias para garantir o melhor resultado.
Com tudo isso, o objetivo é que o profissional goste do que faz, saiba diversificar seus conhecimentos e atuação e invista em especialização constante.
Como é o mercado para desenvolvedores de aplicativos?
Existem várias oportunidades disponíveis para esses profissionais. Para se ter uma ideia, a demanda por eles cresceu 600% até setembro de 2021. Tal informação foi mostrada por uma pesquisa da empresa de recrutamento especializada em contratações na área tecnologia, GeekHunter.
Muito desse resultado é derivado do uso crescente de smartphones. Segundo levantamento da consultoria AppAnnie, os usuários brasileiros ficaram 5,4 horas por dia, em média, nos celulares. Com isso, o país ficou na liderança do ranking de tempo de utilização diária.
Outro fator relevante é que o celular é o principal equipamento utilizado para acessar a internet. Conforme o site IBGE Educa, 98,6% dos brasileiros acessam a rede mundial de computadores pelo smartphone. Em segundo lugar, está o microcomputador, com 46,2%. Ou seja, a diferença é enorme.
Por fim, o ranking da consultoria Newzoo demonstrou que o Brasil tem 109 milhões de aparelhos celulares. Dessa forma, é o 5º lugar no ranking global com maior número de usuários de smartphones. Tudo isso aumenta a demanda pelo desenvolvimento de apps.
Quais são as possibilidades de trabalho?
Existem várias oportunidades na área de tecnologia para quem deseja seguir essa carreira. É possível trabalhar em empresas do Brasil e do exterior. Muitos funcionários atuam de forma remota, inclusive.
Porém, esse profissional também precisa saber mais sobre o que é ser freelancer e como ser um. Afinal, pode ser contratado por empresas nacionais e estrangeiras para atuar em projetos. Assim, ele é responsável pelas entregas exigidas.
Uma das plataformas que facilita a busca por vagas para freelancer é a We Work Remotely. Você ainda pode ser um freelancer de game no exterior. Por isso, as possibilidades são variadas.
A vantagem do trabalho fora do Brasil é a remuneração, que costuma ser em dólar. Por isso, vale a pena contar com uma plataforma de transferências internacionais para trabalhar com empresas do exterior.
A Remessa Online oferece menos custos e mais benefícios — efetiva operações rápidas, que chegam ao destino em 1 dia útil. Além disso, a taxa de câmbio usada é a comercial e os custos iniciam em 1,3%. Assim, você tem muito mais agilidade e economia para fazer as transações.
Quanto ganha um desenvolvedor de aplicativos?
Para saber qual o salário de um desenvolvedor, saiba que a remuneração inicial fica entre R$ 1.500 e R$ 2.500, em média. No entanto, isso depende da localização. Em regiões metropolitanas, o valor aumenta para até R$ 4.800. Porém, se você já tem mais experiência, a remuneração pode ultrapassar R$ 7.500.
Esses valores, contudo, são apenas uma média, já que podem ser bem mais elevados. A pesquisa da GeekHunter já citada mostrou um aumento de 18% no salário de desenvolvedores júnior com 2 anos de experiência. Para quem é sênior, com mais de 6 anos de carreira, a alta foi de 11%.
Por isso, a pesquisa encontrou valores diferentes dos já citados. Veja:
- R$ 6 mil para júnior;
- R$ 7,8 mil para pleno;
- R$ 10,8 mil para sênior.
O teto é R$ 25 mil. Além disso, a expectativa é que haja uma elevação anual entre 10% e 20% na média salarial.
Agora, se você se pergunta quanto um desenvolvedor pode ganhar sendo freelancer para o exterior, saiba que pode ficar acima disso. Por exemplo, um profissional sênior recebe uma média de 6 mil dólares por mês nos Estados Unidos. Ao prestar serviços sem ser funcionário, o seu ganho pode ser maior.
Como funciona a faculdade de desenvolvedor de aplicativos?
O desenvolvedor de apps não precisa ter uma formação de nível superior. No entanto, é importante fazer cursos ou até mesmo uma graduação. Os aprendizados fundamentais são:
- Lógica de programação;
- Programação orientada a objeto;
- Armazenamento de dados e informações;
- Ambientes integrados de desenvolvimento;
- Unified Modeling Language, ou Linguagem de Modelagem Unificada;
- Linguagem de programação para Android e iOS;
- CSS;
- Bancos de dados;
- User experience;
- Design e interface;
- Testes e Quality Assurance (QA);
- Conhecimento de marketplaces, como App Store e Google Play.
Ainda vale a pena ter cursos de formação para desenvolvimento de aplicativos para celular e conhecimentos em inglês. Este último ocorre porque os bancos de dados e plataformas costumam funcionar nesse idioma.
Quais são as principais ferramentas e linguagens da área?
O desenvolvedor de aplicativos deve conhecer diferentes linguagens de programação e ferramentas. Normalmente, você precisará saber de:
- HTML;
- CSS;
- JavaScript;
- Objective-C;
- Swift;
- Flutter;
- HTTP;
- AJAX;
- REST;
- JASON;
- WebServices;
- FireBird;
- SQLite Store Procedures;
- Queries;
- API Rest.
Além disso, conheça a IDE Eclipse. Essa é uma plataforma de desenvolvimento rápido de apps. É uma boa opção, especialmente se você for um desenvolvedor freelancer. Assim, é possível fazer a prestação de serviço para o exterior sem se preocupar com a ferramenta utilizada.
Ainda, para desenvolvimento em Android, a dica é a plataforma cruzada Kotlin. Ela está integrada ao framework do Google.
Dicas para se tornar um desenvolvedor de aplicativos
Se você deseja realmente ingressar nessa profissão, é importante começar da forma certa. Várias dicas ajudam a se tornar um desenvolvedor de apps. A seguir, reunimos as principais. Confira!
Teste tudo o que estudar
O princípio básico é aplicar o que você vê na teoria. O ideal é utilizar os códigos para aprender todos os conceitos na prática. Portanto, crie projetos pessoais. Eles são um bom ponto de partida.
Compreenda os fundamentos
Os fundamentos de programação devem ser totalmente compreendidos e internalizados para que o conhecimento seja aplicado da forma correta. De modo geral, quanto maior é o seu entendimento, mais fácil é o aprendizado dos conceitos avançados. Portanto, nunca pule etapas.
Treine com o código à mão
A tecnologia evolui, mas uma das melhores formas de aprender e ter proficiência no desenvolvimento de apps é a codificação manual. Essa modalidade exige mais precisão, cautela e análise de intenção em cada linha do código.
Além disso, é uma boa forma de se preparar para entrevistas técnicas, já que elas costumam pedir a codificação manual. Tal prática é conhecida como o teste final para a proficiência de um programador.
Atente-se aos feedbacks
Mais do que treinar sozinho, peça ajuda de outros profissionais. Essa troca de experiências faz com que as pessoas aprendam mais rápido com colegas e mentores. Inclusive, é possível ter novas ideias.
Uma dica é reservar 20 minutos para descobrir algo por conta própria. Só depois peça ajuda. Assim, você primeiro tenta encontrar a solução por si mesmo, mas sabe que pode ter ajuda.
Aproveite os recursos online
Nem sempre será fácil entender os conceitos estudados. Por isso, se tiver dificuldade, procure mais ferramentas de aprendizado. Podem ser livros, cursos rápidos, blogs, tutoriais etc. As possibilidades são variadas. Portanto, pesquise.
Manuseie o código de amostra
Vá além da leitura do código de amostra. Ele é empacotado com o acréscimo de comentários e instruções com o objetivo de ser lido. Porém, sua replicação é difícil de ser efetuada. Por isso, vale a pena tentar reescrevê-lo ou executá-lo. Essa também é uma boa fonte de aprendizado.
Faça pausas durante a depuração
O debug é uma atividade que pode levar horas devido à dificuldade de encontrar o problema no código-fonte. Por isso, vale a pena se afastar por alguns minutos ou até horas. Isso ajuda a trazer uma nova perspectiva e facilita a solução.
Além do mais, é uma forma de evitar dores de cabeça desnecessárias e aumentar sua produtividade. Por isso, lembre-se de fazer pausas.
Quais são os principais livros da área?
Para se aprofundar no desenvolvimento de aplicativos, é importante fazer leituras relevantes. Alguns dos principais livros são:
- Desenvolvendo Aplicativos Móveis com React Native, de Eduardo Ferreira: é ideal para iniciantes. Mostra como criar apps em JavaScript, React Native e a plataforma Expo.
- Flutter na Prática, de Frank Zametti: mostra o Kit de Desenvolvimento de Software (SDK), abrangendo dos conceitos básicos aos avançados. Também são apresentadas algumas soluções;
- UX Design: guia definitivo com as melhores práticas de UX, de Will Grant: foca na experiência do usuário a partir de 101 dicas práticas e atalhos importantes. Por isso, ajuda a ter uma noção útil para o trabalho.
- Design Centrado no Usuário: um guia para o desenvolvimento de aplicativos amigáveis, de Travis Lowdrmilk: apresenta os recursos essenciais para a experiência do usuário. Sua grande vantagem é ter uma linguagem didática, o que facilita a compreensão.
- Desenvolvimento de Aplicativos: um guia prático para criar aplicativos com Ionic, de Erik Ieger Dobrychtop: utiliza a plataforma híbrida de desenvolvimento Ionic para mostrar como os apps são criados. Passa por recursos importantes, como HTML, CSS e JavaScript.
- Programa Android com Kotlin para Iniciantes, de John Horton: apresenta uma boa concepção para trabalhar com a plataforma Kotlin e seu funcionamento junto ao Android.
- Desenvolvimento Android: um guia amigável para o cérebro, de Dawn e David Griffiths: requer um conhecimento inicial em Java para sua compreensão, mas é uma boa opção para construir uma base sólida para novos desenvolvedores de aplicativos — especialmente porque traz vários fluxogramas e diagramas.
Cursos para desenvolvedores de aplicativos
Além dos livros, também vale a pena fazer cursos específicos. Muitos, inclusive, são online. Por isso, reunimos as principais alternativas:
- Developing Android Apps, Udacity: o curso é da Google e gratuito. Porém, todo em inglês. Oferece uma mistura de teoria e prática para ajudar a criar os melhores aplicativos. Ao fazer o curso, você aprenderá a construir um app conectado na nuvem e verá várias boas práticas.
- Crie Aplicativos para Android/iOS com HTML, CSS e JavaScript, da Udemy: mostra como criar aplicativos para as principais plataformas, integrar com Firebase e Backend as a Service (BaaS), usar os plugins do cordova e mais. O custo é de R$ 99,90.
- Alura: a escola de programação tem vários cursos interessantes. Logo, deixamos a indicação do próprio site. Somente para o mobile, são 70 cursos, como arquitetura Android, Flutter, testes automatizados no Android, entre outros.
Todas essas dicas ajudarão você a se tornar um bom desenvolvedor de aplicativos. Esse profissional tem cada vez mais espaço no mercado e a remuneração é boa. Por isso, vale a pena aplicar esforços para se destacar na área.
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Resumindo
Inicialmente, um desenvolvedor de aplicativos pode ganhar a partir de R$ 1.500, mas pode chegar a R$ 25.000 por mês.
O desenvolvimento de um app custa entre R$ 25 e R$ 150 mil, em média. Depende do projeto.
Para se tornar um desenvolvedor de aplicativos, é importante ter conhecimentos em linguagens de programação, capacidade analítica, raciocínio lógico, entre outros.