O dólar começou a semana com uma das maiores cotações frente ao real já registradas, mas a situação foi mudando ao longo da semana. Moeda americana deve encerrar a sexta na casa dos R$ 4,18.
A cotação do Dólar aqui no Brasil deu uma aliviada ao longo desta semana. A moeda norte-americana, que abriu a semana na casa dos R$ 4,2365, chega a esta sexta-feira (6) aos R$ 4,185.
Boa parte desse movimento pode ser creditada aos dados positivos da economia brasileira que foram divulgados essa semana, especialmente o Produto Interno Bruto referente ao terceiro trimestre de 2019.
Analistas econômicos acreditavam em uma variação trimestral do PIB em torno de 0,4% ou menos. De maneira surpreendente, o IBGE divulgou um resultado de 0,6%. Com isso, muitas projeções passaram de algo em torno de 0,8% ao final de 2019 para 1% ou mais, repetindo o movimento de 2017 e 2018.
Mas nem tudo são flores na economia brasileira. O jornal britânico Financial Times comentou que o resultado levantou preocupações e suspeitas após revisões dos resultados da balança comercial entre os meses de setembro e novembro.
O IBGE confirmou a preocupação alegando orçamento e pessoal limitado após os diversos cortes de gastos conduzidos pelo Governo Federal. Desse modo, revisões serão feitas, mas somente ao final do 1º trimestre de 2020.
No mais, no exterior, o ponto alto da semana, ainda na manhã de segunda-feira (2), foi o tuíte do presidente norte-americano Donald Trump. Ele alegou que Argentina e Brasil estão manipulando suas taxas de câmbio para favorecer exportadores. Na sequência desta acusação, anunciou a elevação das taxas sobre o aço brasileiro.
Por ora, o movimento gera uma preocupação muito mais diplomática do que econômica, mas abre portas para a taxação de outros produtos exportados para os EUA. E esse ponto se mantém no radar.
Por fim, cabe registrar que as negociações comerciais estão sob grandes holofotes. A chamada “fase 1” do acordo ainda não foi assinada e estava prevista para o final de novembro. Com isso, crescem as incertezas de curto prazo sobre o conflito comercial.
Com isso, o dólar saiu de R$ 4,2365 na segunda-feira (2) e na abertura do pregão desta sexta-feira (6), recuou para R$ 4,185, uma apreciação de 1,22%.
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André Galhardo é economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, professor e coordenador universitário nos cursos de Ciências Econômicas. Mestre em Economia Política pela PUC-SP, possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, com passagens pelo setor público.