Nesta semana o dólar sofreu uma intensa volatilidade, atingindo a cotação máxima histórica, e depois baixando próximo aos patamares do começo da semana.
O par real-dólar passou por grandes oscilações esta semana, graças a declarações polêmicas vindas especialmente do Ministro da Economia, Paulo Guedes. Um desses pontos foi a reação de Guedes a nova redação para a lei de concessões, que estabelece o marco legal para concessões e parcerias público-privadas.
A avaliação de Guedes é de que o texto é extenso e complexo ao ponto de causar o efeito oposto às intenções do governo de atrair o capital privado para investimentos na área de infraestrutura.
Não obstante, o ponto alto foram as declarações dadas sobre a política brasileira. Dentre elas, a fala concebida em uma visita do ministro a Washington sobre as manifestações na América Latina deixaram todos apreensivos.
Ainda, não podemos esquecer que as negociações comerciais permanecem como foco da atenção de diversos analistas e especialistas. Após a aprovação das leis de apoio a Hong Kong por parte dos EUA e da promessa de retaliação da China, o conflito segue em stand by.
Nesse contexto, a moeda americana saiu de R$ 4,1989 na segunda-feira (25) e, até quarta-feira (27), fechou na máxima de R4 4,2638 – não antes de atingir a máxima histórica desde o início do Plano Real, de R$ 4,2773 na terça-feira (26).
Contudo, após resultados positivos do PIB estadunidense nesta semana e alguns resultados positivos vindos do país, como a Pnad Contínua, a moeda estadunidense aliviou e, na abertura do pregão desta sexta-feira (29), recuou para R$ 4,1927, abaixo da abertura de segunda-feira.
Veja também as análises do Euro e da Libra esterlina.
André Galhardo é economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, professor e coordenador universitário nos cursos de Ciências Econômicas. Mestre em Economia Política pela PUC-SP, possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, com passagens pelo setor público.