O Real teve um movimento bastante atípico nas últimas duas semanas, em particular nos últimos dias, em comparação com a tendência que vinha se desenhando. A moeda brasileira ganhou força e chegou a registrar o menor patamar do últimos mês: R$ 5,2691, durante o pregão de quinta-feira (28/5).
Em linhas gerais, o movimento tem influências especulativas, haja vista que próximo ao fim do mês é comum o mercado buscar influenciar a taxa de câmbio para obter ganhos – especialmente com derivativos.
Contudo, a cena política nacional não deu trégua. A relação entre o Executivo e o Judiciário está frágil e sendo cada vez mais distendida. Isso é absolutamente preocupante, pois coloca em xeque as instituições, a economia, a sociedade, basicamente, todo o Brasil – com o adicional de que estamos em meio a uma pandemia.
Devemos observar também que aos poucos, o acirramento entre EUA e China voltam ao centro da discussão. A pandemia foi fator relevante para estimular críticas do presidente estadunidense Donald Trump ao presidente chinês Xi Jinping. O conflito preocupa investidores e se reflete, como sempre, na cotação das moedas.
O dólar começou a semana cotada a R$ 5,4942 na abertura do pregão de segunda-feira (25). O patamar, é importante destacar, foi aproximadamente 6,38% menor em comparação com a abertura da semana anterior.
Seguindo essa tendência de apreciação, já na abertura do pregão de sexta-feira (29), o Dólar registrou a cotação de R$ 5,4066. Tal movimento na semana representa uma apreciação de aproximadamente 1,61% do Real.
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