Uma transação bilionária acaba de virar notícia mundo afora. O empresário sul-africano Elon Musk acaba de comprar o Twitter por US$ 44 bilhões, cerca de R$ 214 bilhões.
A transação ainda depende de algumas aprovações regulatórias, mas acredita-se que será confirmada até o fim deste ano.
Compra do Twitter: como foi a negociação
Em um primeiro momento, o processo de compra do Twitter foi dificultado pela diretoria da própria rede. No dia 15 de abril a empresa estabeleceu algumas medidas para tentar resistir à proposta pública de Elon Musk.
No mundo financeiro, a estratégia adotada pelo Twitter é conhecida como “Pílula de Veneno”, dificultando que um único acionista tenha muita participação na empresa sem a aprovação do conselho.
Além disso, a medida visava facilitar a compra de ações por outros investidores, gerando um expressivo aumento do preço que o bilionário teria que pagar para conseguir o controle total do Twitter.
Twitter aceita a proposta
Apesar das dificuldades iniciais, o Twitter não resistiu à queda de braço contra o atual homem mais rico do mundo.
No último domingo, dia 24 de abril, houve reunião entre os acionistas e ficou decidido que a empresa iria negociar com o magnata, que já havia informado que esta seria sua última e melhor oferta, inclusive oferecendo algumas garantias para a aquisição da rede.
Nesta segunda-feira a proposta foi aceita e Elon Musk comprou o Twitter por US$ 44 bilhões, tornando o empresário o maior acionista da rede social.
Compra do Twitter divide opiniões e agita o mercado
Não foram apenas as negociações que tiveram atritos e dividiram opiniões. Nas redes sociais, usuários do Twitter expressaram seus sentimentos em relação à possibilidade da compra da rede e mesmo agora, após a confirmação, a polêmica continua.
O principal argumento de quem é contra ou lamenta a compra, está no fato de que Elon Musk foi um dos principais apoiadores do ex-presidente americano, Donald Trump, punido pelo Twitter por divulgação de notícias falsas, as chamadas Fake News e até discursos de ódio.
O temor de muitos é que Musk torne a rede social um espaço livre para a manifestação de pessoas que possam divulgar fake news e desinformação na rede.
Elon Musk afirmou que pretende explorar o potencial maior da rede e que quer transformá-la em uma “arena para a liberdade de expressão”, interferindo nas regras de moderação criadas e em criação para a rede atuar.
Nenhum plano prático ainda foi apresentado ainda, mas o sul-africano declarou que deseja tornar mais branda a moderação dos conteúdos publicados no Twitter, assunto que ele já comentou e criticou anteriormente em algumas ocasiões.
Os BDRs do Twitter subiam 8,53%, a R$ 127,52 e as ações negociadas na NYSE subiam 6,25%, a R$ 51,99.
Compra do Twitter: saiba quem é Elon Musk
Para quem não conhece Elon Musk, trata-se de um empreendedor sul-africano (com cidadanias canadense e norte-americana) conhecido mundialmente por sua fortnua e por empreendimentos de enorme sucesso.
Musk é fundador ou atua como CEO/CTO de suas várias empresas, como a Tesla, a SpaceX, a Starlink, a Hyperloop, a Neuralink e o The Boring Company, entre outras.
Elon Musk é, atualmente, a pessoa mais rica do mundo, segundo ranking da Forbes norte-americana, com fortuna estimada em US$ 219 bilhões (R$ 1,021 trilhão.
O que esperar após a compra do Twitter?
Em comunicado oficial o bilionário havia afirmado nos últimos dias:
“Liberdade de expressão é a base do funcionamento da democracia, e o Twitter é a praça de discussão digital, onde são debatidos os assuntos vitais para o futuro da humanidade”.
Em contrapartida, Musk afirmou que pretende combater os chamados bots, que são robôs que atuam na rede de forma automática, geralmente espalhando notícias enganosas ou desinformação, e disse ainda que deseja tornar públicos os algoritmos da rede social.
A ideia do empresário é que o Twitter se torne uma empresa de capital fechado, pois dessa forma seria possível implementar as mudanças que o bilionário deseja.
Nesta segunda-feira Musk postou no seu perfil do Twitter um comentário sobre a compra da rede, novamente insistindo na questão da defesa da liberdade de expressão:
“Eu espero que até meus piores críticos continuem no Twitter, porque isso é o que liberdade de expressão significa.”