Cuidar da saúde e do bem-estar é um importante processo ao longo de todo o dia. Por isso, priorizar a ergonomia no trabalho, faz toda a diferença para a qualidade do serviço, qualidade de vida e produtividade.
Por esse motivo, é fundamental que as empresas saibam como oferecer os recursos necessários para garantir a ergonomia no ambiente organizacional. Compreender os benefícios que o colaborador conquista com essas iniciativas, tal como as oportunidades para o trabalho, pode inspirar para adotar medidas mais saudáveis.
Neste artigo, conheça melhor o conceito de ergonomia e saiba por que é importante priorizá-lo no ambiente de trabalho!
Qual é o conceito da ergonomia?
A ergonomia é o conjunto de práticas que visam reduzir os riscos na interação entre o profissional e o ambiente de trabalho. Trata-se de processos e regras aplicados, sobretudo no ambiente de trabalho, para preservar a integridade física e mental ao longo do uso de máquinas, equipamentos e demais instrumentos profissionais.“Ergonomia” é a união das palavras “ergon” e “nomos” que, em grego, significam “trabalho” e “normas” respectivamente.
Priorizar essa prática no ambiente de trabalho é também prevenir doenças ocupacionais, sejam elas físicas, sejam mentais. Além disso, é uma forma de promover o bem-estar dos funcionários e evitar lesões aos colaboradores.
Qual a história da ergonomia?
A história da ergonomia está totalmente atrelada ao desenvolvimento dos meios de trabalho no mercado. O termo foi utilizado pela primeira vez em 1857, pelo polonês Wojciech Jarstembowsky, em um artigo publicado por ele, onde definiu o termo como sendo “uma ciência do trabalho baseada nas leis objetivas da ciência e da natureza”. O processo para que medidas ergonômicas se tornassem uma obrigação no ambiente organizacional foi longo e se iniciou, sobretudo, com a Segunda Guerra Mundial. Ao todo, é possível considerar que a história da ergonomia teve 4 fases: tradicional, ambiental, cognitiva e macroergonômica.
1. Ergonomia tradicional
A ergonomia tradicional teve origem na década de 1940 e teve como objetivo encontrar melhores práticas para o ambiente de trabalho, a fim de evitar problemas mecânicos e fisiológicos aos empregados. Ou seja, visava adaptar os equipamentos para as características físicas e as limitações dos funcionários. A intenção da ergonomia tradicional foi redimensionar os postos de trabalho. Por conta disso, uma de suas primeiras aplicações, principalmente devido ao contexto da Segunda Guerra Mundial, foi no setor militar.
2. Ergonomia ambiental
A ergonomia ambiental surgiu da percepção de que o meio também influencia no trabalho dos profissionais, indo além de propriedades físicas e mecânicas. Questões como luz, som, temperatura e pressão passaram a ser melhor observadas, a fim de garantir o ambiente mais adequado para o trabalho. A área passou a considerar o ambiente e as suas influências nas atividades do espaço organizacional. Com isso, foi possível prevenir doenças e elevar a produtividade dos funcionários.
3. Ergonomia cognitiva
A ergonomia cognitiva consiste em compreender a resposta emocional e mental dos trabalhadores diante de demandas que exijam esforço mental, raciocínio e concentração. Sendo assim, não eram apenas as questões físicas, mecânicas e ambientais que precisavam ser observadas, mas também as cognitivas.
Ao longo dos anos, os pesquisadores e profissionais da área perceberam que essa ciência se trata de uma área correlacionada também com o campo mental. No início da década de 1980, a Psicologia também teve mais destaque. No Brasil, foi nessa época que os psicólogos passaram a ser incluídos na saúde pública.
A partir desse período, deu-se início a uma era de evolução e implementação da Tecnologia da Informação ao mesmo tempo em que a Psicologia também evoluia. Desse modo, a ergonomia uniu essas duas grandes áreas para promover uma nova divisão e atribuição de cargos. Na prática, a mão de obra humana começou a ser voltada ao uso de máquinas ao invés do trabalho manual. Esse cenário levou com que demandas exigissem mais habilidades cognitivas, que passaram a ser mais valorizadas e aproveitadas como atribuições profissionais.
4. Macroergonômica
A fase macroergonômica da ergonomia consistiu na proposta de encontrar um equilíbrio satisfatório e produtivo entre as políticas organizacionais, a capacidade dos profissionais e o potencial da tecnologia. Surgiu na década de 1980 e trouxe a ideia de criar um sistema integrado, no qual todos os componentes contribuíam para uma mesma finalidade: a melhoria do trabalho. Novas áreas da gestão empresarial passaram a surgir, foi dada mais atenção à jornada de trabalho adequada para os profissionais e houve a criação de novos materiais que otimizam a execução de tarefas.
Atualmente, o mercado ainda está na era macroergonômica. A proposta é que o campo se expanda cada vez mais, a fim de criar uma cadeia produtiva equilibrada e mais saudável aos profissionais. Para isso, o uso de ferramentas, estratégias e tecnologias inovadoras se torna essencial, tal como a noção de colaboração e engajamento no ambiente de trabalho para evitar riscos.
O que é ergonomia no trabalho?
A ergonomia no trabalho são processos que garantem a saúde e a integridade física e mental dos profissionais no ambiente organizacional. A aplicação se dá com o uso de equipamentos e métodos para elevar produtividade, conforto e bem-estar. Pode ser dividida em três áreas: física, cognitiva e organizacional.
No trabalho, os conceitos de ergonomia são aplicados para considerar as características fisiológicas do ser humano na criação e na implementação de cargos, equipamentos, instrumentos e demais ferramentas que fazem parte da rotina organizacional. Com isso, é possível priorizar a saúde e o bem-estar no ambiente laboral.
Outra proposta é contribuir para o desenvolvimento das organizações, com a melhora no desempenho, na produtividade e na qualidade dos processos. Conta com estratégias para prevenir a fadiga mental, o estresse e os riscos de doenças ocupacionais psicológicas.
Ergonomia no trabalho é uma exigência legal?
A ergonomia no trabalho é uma exigência legal normatizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Dessa maneira, todos os ambientes de trabalho, presenciais ou remotos, obrigatoriamente precisam utilizar técnicas para aplicá-la na rotina laboral. O objetivo de tornar a ergonomia no trabalho uma exigência legal é a promoção de segurança, bem-estar e qualidade de vida no campo profissional. Essa prática no trabalho é de interesse da saúde pública, pois contribui para a prevenção de diversas doenças por meio da criação de um meio seguro para construir uma rotina mais saudável no ambiente laboral.
O que é a NR-17 e como ela se relaciona com a ergonomia no trabalho?
A Norma Regulamentadora n° 17 (NR-17) reúne as principais regras que as empresas precisam seguir para reduzir os riscos ergonômicos no ambiente de trabalho. Criada em 1978 pelo Ministério do Trabalho e Emprego, ela descreve os cuidados que as organizações e os funcionários devem ter em diversas situações laborais. São estabelecidos parâmetros para realizar um acompanhamento recorrente das condições e das medidas adotadas, onde as empresas precisam se adequar.
O acompanhamento dos parâmetros da NR-17 é responsabilidade de todos os setores da empresa, sobretudo os segmentos de gestão de pessoas, Recursos Humanos e de segurança de trabalho. O descumprimento da regulamentação, por parte do funcionário ou por parte da empresa, pode gerar multas e problemas judiciais. Para os colaboradores, não seguir as regras ergonômicas estabelecidas para a empresa pode levar à demissão por justa causa.
Quais os benefícios da ergonomia no ambiente de trabalho para o colaborador?
Os benefícios da ergonomia no ambiente de trabalho para o colaborador são:
- Prevenção de Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT);
- redução do estresse;
- diminuição dos riscos de doenças psicossociais, como depressão e ansiedade;
- redução da cobrança excessiva;
- conforto ao trabalhar;
- maior sensação de acolhimento, colaboração e trabalho em equipe;
- aumento do bem-estar e da qualidade de vida.
Quais os benefícios da ergonomia no ambiente de trabalho para a empresa?
Os benefícios da ergonomia no ambiente de trabalho para a empresa são:
- Diminuição do absenteísmo;
- redução de afastamentos médicos;
- maior engajamento dos profissionais;
- criação de um clima organizacional satisfatório em ambiente de coworking;
- aumento da produtividade;
- agregação de valores positivos na cultura organizacional;
- maior satisfação do colaborador com a empresa e o trabalho;
- melhora dos indicadores de performance;
- prevenção de multas ou danos judiciais por descumprimento da NR-17;
- menores os gastos com plano de saúde.
Quais os 7 tipos de ergonomia?
Existem 7 tipos de ergonomia, é fundamental conhecer os diferentes tipos de medidas ergonômicas que podem ser criadas na empresa para promover mais conforto, segurança e bem-estar aos colaboradores. Com isso, é possível estabelecer estratégias específicas para atender às necessidades da rotina.
1. Ergonomia física
A ergonomia física traz atenção às condições do ambiente de trabalho relacionadas à anatomia dos profissionais. Serão tratadas as questões relacionadas a movimentos repetitivos, melhora da postura nas atividades profissionais e adequação da altura, temperatura, peso, entre outras características de equipamentos. As necessidades pessoais e físicas de cada colaborador são levadas em consideração para ser possível providenciar condições de trabalho favoráveis.
2. Ergonomia cognitiva
Na ergonomia cognitiva, o que é priorizado são as funções relacionadas à tomada de decisão, memória, carga mental, raciocínio, habilidades interpessoais e saúde psicológica. O objetivo é eliminar ou reduzir, ao máximo, o cansaço e os fatores estressores no psicológico dos profissionais. Dessa forma, vai tratar de questões relacionadas ao intelecto e à mente dos colaboradores.
A elaboração de estratégias vai desde a gestão de conflitos até otimização de processos mentais, como raciocínio lógico e memória. Desse modo, a empresa cria um clima organizacional satisfatório e adequado para manter os cuidados com a saúde mental e o desenvolvimento intelectual dos profissionais.
3. Ergonomia organizacional
A ergonomia organizacional, por sua vez, está relacionada à inclusão de valores, políticas e filosofia que se alinhem ao cuidado com os colaboradores na cultura organizacional. Basicamente, trata-se da valorização dos profissionais que integram a empresa. Para colocá-la em prática, é fundamental criar uma cultura colaborativa, com processos comunicativos de qualidade, feedbacks, entre outros processos que favorecem o trabalho em grupo nas equipes.
4. Ergonomia operacional
Na ergonomia operacional, o foco é aliviar a demanda mental para evitar a sobrecarga dos colaboradores. Desse modo, trata-se de processos para avaliar as necessidades da empresa e a quantidade de colaboradores, a fim de realizar a distribuição adequada das funções e proporcionar boas condições de trabalho. Elevando a performance das equipes sem causar estresse aos profissionais.
5. Ergonomia participativa
A ergonomia participativa foca em conscientização e fiscalização para monitorar a execução das medidas ergonômicas implementadas na organização. Questões como segurança do trabalho, fornecimento de recursos e aprimoramento constante são fundamentais para a ergonomia participativa. Com isso, tanto os colaboradores quanto a empresa podem fazer a sua parte para manter os cuidados internos.
6. Ergonomia de correção
Na ergonomia de correção as atividades são voltadas para a adequação do ambiente de trabalho presencial ou remoto. O objetivo é atender às necessidades físicas e mentais de cada colaborador, com correções e ajustes que surgem conforme a rotina de trabalho acontece e as tarefas são executadas.
7. Ergonomia de conscientização
A ergonomia de conscientização reforça o trabalho do tipo participativo. Com ela, são realizados comunicados, palestras, workshops, parcerias e demais atividades que divulguem informações importantes sobre cuidados com a saúde e o bem-estar no trabalho. Incentivo a realização de atividades físicas, atendimento psicológico e momentos de descanso são alguns exemplos de práticas que fazem parte da ergonomia de conscientização e podem ser adotadas pela empresa.
Quais os riscos de não promover ergonomia para os colaboradores?
Os riscos de não promover ergonomia são a rotatividade de profissionais, aumento do absenteísmo, maiores gastos, dificuldades de implementação da cultura organizacional, entre outros problemas. No geral, negligenciar as necessidades ergonômicas no ambiente de trabalho é também trazer prejuízos para a rotina da empresa, justamente por não providenciar recursos que valorizam a presença, o conforto, a segurança e o bem-estar dos colaboradores.
Como promover a ergonomia no home office?
Para promover a ergonomia no home office é preciso comunicação e monitoramento, para garantir que os profissionais encontrem equilíbrio mental e físico para desempenharem as funções no trabalho remoto. A ergonomia também é importante durante as atividades remotas, principalmente se forem repetitivas, apresentam ainda riscos para a saúde mental e a integridade física dos colaboradores.
Dicas de como promover a ergonomia no home office:
- Estimule a adoção de uma postura segura ao se sentar para trabalhar;
- incentive as pausas a cada 30 a 120 minutos para se alongar;
- ensine técnicas de alongamento e práticas para manter o foco no trabalho remoto;
- chame atenção para os cuidados com a repetição de movimentos;
- não permita, nem incentive, que os colaboradores excedam a carga horária;
- ofereça horários de trabalho mais flexíveis;
- estimule a prática de atividade física antes ou após a jornada de trabalho;
- forneça os equipamentos e as instalações necessárias para o trabalho;
- conscientize para a importância de um ritmo de trabalho saudável.
Como a ergonomia é aplicada em cada setor da economia?
Cada setor da economia apresenta as suas demandas particulares e, consequentemente, as necessidades ergonômicas serão diferentes. Por esse motivo, conheça como os segmentos de serviços, de construção civil, industrial e agricultor lidam com ergonomia:
Ergonomia aplicada no setor de serviços
A ergonomia no setor de serviços é aplicada com o uso de mobiliário ergonômico em escritórios, otimização da organização em cozinhas de restaurantes e design confortável em estações de trabalho em salões de beleza, visando saúde, segurança e produtividade.
No segmento da limpeza, por exemplo, aspiradores, enceradeiras, mops e lavadeiras auxiliam na ergonomia e evitam dores na coluna, movimentos repetitivos e lesões nas articulações.
Ela também está presente na prestação de serviços na área da saúde, com macas com mais articulações, massageadores e demais aparelhos, que auxiliam na Fisioterapia, Enfermagem e muitas outras profissões. Em ambos os setores, luvas, aventais, máscaras e demais equipamentos são fundamentais para a segurança pessoal.
Até mesmo os setores administrativo, e-commerce, financeiro e demais áreas podem contar com boas práticas de ergonomia. O uso de teclados ergonômicos, mouses adaptados e cadeiras que dão suporte à coluna favorece o bem-estar e a prevenção de lesões ou dores.
Ergonomia aplicada na construção civil
A ergonomia na construção civil é aplicada com a priorização do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) de segurança nas mais variadas atividades, como capacetes, botas com proteção para os dedos, luvas com proteção térmica, entre outros itens. As máquinas que substituem o trabalho manual, como as betoneiras, furadeiras e parafusadeiras também reforçam os cuidados ergonômicos na rotina de trabalho. Desse modo, é possível prevenir acidentes, diminuir a carga física e ter mais conforto para executar as atividades.
Ergonomia aplicada na indústria
A ergonomia no setor industrial investe em equipamentos que diminuem o esforço e os movimentos repetitivos. EPIs para estabilizar a coluna, por exemplo, auxiliam os profissionais cujas rotinas envolvem passar muito tempo em uma mesma posição.
A escolha dos equipamentos vai depender do tipo de atividade desempenhada. No geral, as máquinas e os acessórios utilizados nos setores de serviços e de construção civil também podem ser aproveitados na indústria.
Ergonomia aplicada na agricultura
A aplicação da ergonomia na agricultura torna a mecanização mais eficaz, pois reduz o esforço manual e conta com equipamentos que elevam a produtividade do negócio, a segurança e a redução de tempo nas tarefas de campo. Aqui, os cintos ergonômicos, os estabilizadores de coluna e os equipamentos adequados à anatomia da mão são indispensáveis para prevenir lesões nas vértebras, dores locais, LER e DORT. Não é à toa que esses equipamentos e inovações são cada vez mais observados na Agricultura 4.0.
Implemente já a ergonomia no ambiente de trabalho
A ergonomia são adaptações importantes para um ambiente organizacional produtivo e saudável para empresas e funcionários. Por isso, ao compreender a sua importância no ambiente de trabalho, o momento ideal para montar um planejamento voltado para as questões ergonômicas deve ser feito quanto antes.
Colocar em prática as medidas necessárias, é um cuidado importante para o crescimento do negócio e, sobretudo, a valorização dos profissionais. Evite negligenciar esses cuidados e garanta mais segurança, proteção e bem-estar no ambiente de trabalho.
Gostou do tema? Acompanhe mais conteúdos da Remessa Online diretamente pelo Instagram, Facebook, LinkedIn, X e YouTube!
Resumido
A ergonomia é o conjunto de práticas que visam reduzir os riscos na interação entre o profissional e o ambiente de trabalho. Trata-se de processos e regras aplicados, sobretudo no ambiente de trabalho, para preservar a integridade física e mental ao longo do uso de máquinas, equipamentos e demais instrumentos profissionais.“Ergonomia” é a união das palavras “ergon” e “nomos” que, em grego, significam “trabalho” e “normas” respectivamente.
A ergonomia no trabalho são processos que garantem a saúde e a integridade física e mental dos profissionais no ambiente organizacional. A aplicação se dá com o uso de equipamentos e métodos para elevar produtividade, conforto e bem-estar. Pode ser dividida em três áreas: ergonomia física, cognitiva e organizacional.
Os 7 tipos de ergonomia são:
– ergonomia física;
– ergonomia cognitiva;
– ergonomia organizacional;
– ergonomia operacional;
– ergonomia participativa;
– ergonomia de correção;
– ergonomia de conscientização.