A cotação do dólar tem nesta quarta-feira (15/1) um cenário externo mais favorável, com a dissipação do risco de guerra no Iraque. Entretanto, internamente fatores como os números ruins do setor de serviços, as dificuldades com a reforma tributária e o uso de reservas para controlar a volatilidade das cotações.
O Dólar americano fechou a terça-feira cotado a R$ 4,1329, após ter começado o dia em R$ 4,1438. O Euro fechou o dia em R$ 4,5993, após ter iniciado o pregão em R$ 4,6179. A moeda americana abriu esta quarta-feira cotada a R$ 4,1322 e o Euro abriu o dia cotado a R$ 4,5992.
Agenda de hoje
No exterior os indicadores mais relevantes são, por ordem cronológica, a balança comercial e a produção industrial da Zona do Euro referentes ao mês de novembro, o índice de atividade da indústria dos Estados Unidos e a publicação do Livro Bege.
No Brasil, a agenda será composta da divulgação dos dados do comércio varejista referente ao mês de novembro, além do fluxo cambial semanal.
Perspectivas para o dia
Real x Dólar
Conforme havíamos falado em outras oportunidades, essa seria uma semana cheia de volatilidade cambial, a moeda brasileira poderia apresentar movimento erráticos e isso poderia dificultar as estimativas. Nesta quarta-feira não será diferente, pela valorização da moeda brasileira está a dissipação de parte da especulação chegada após os ataques dos Estados Unidos no Iraque.
Pela desvalorização da moeda brasileira jogam:
- os números da economia doméstica referente ao último trimestre do ano – cabe lembrar que o setor de serviços apresentou recuo no mês de novembro e o setor varejista apresentou desempenho aquém das expectativas;
- as declarações de membros do Congresso Nacional, acerca da ampla dificuldade em aprovar uma reforma tributária robusta ainda este ano;
- e a continuidade da política de diminuição das reservas internacionais por parte do Banco Central.
Neste sentido, nesta quarta-feira a possibilidade de valorização da moeda brasileira brasileira é maior que as forças contrárias.
Real x Euro
A despeito do superávit comercial de novembro ter sido marginalmente menor que o projetado pelos analistas, o número foi relativamente positivo, principalmente na comparação interanual. A produção industrial também veio abaixo das expectativas, mas veio positiva e, para finalizar, cresce a expectativa de um ano com políticas fiscais expansionistas, principalmente após a divulgação do resultado primário por parte da Alemanha.
Apesar do ano fraco, a maior economia da Zona do Euro conseguiu manter as contas públicas em ordem e com isso pode se permitir se arriscar para além da política monetária expansionista. O movimento do Euro deve ser análogo ao movimento do dólar em relação ao Real nesta quarta-feira.
André Galhardo é economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, professor e coordenador universitário nos cursos de Ciências Econômicas. Mestre em Economia Política pela PUC-SP, possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, com passagens pelo setor público.