Na última semana as ações da Petrobras fecharam em queda, movimento que se repetiu na abertura do mercado nesta segunda-feira, 22, respondendo às declarações do presidente Jair Bolsonaro e a mudança em seu comando.
Na última quinta-feira, 18, o presidente Bolsonaro sinalizou que haveria uma intervenção na estatal, sobretudo na sua política de preços de combustíveis. Em uma rede social, ele declarou:
“Eu não posso interferir, nem iria interferir na Petrobras. Se bem que alguma coisa vai acontecer na Petrobras nos próximos dias. Você tem que mudar alguma coisa. Vai acontecer.”
A partir desta sinalização, realizada na noite de quinta-feira, as ações da empresa se desvalorizaram e fecharam em queda de mais de 7% no horário regular de negociações na Bolsa brasileira no dia seguinte, na sexta-feira.
A mudança de comando na Petrobras e a queda de suas ações no encerramento da última semana vieram acompanhadas de uma série de relatórios de bancos e corretoras revisando suas previsões para o resultado da companhia na Bolsa.
As revisões foram para resultados negativos, com analistas estimando que as ações da empresa tenham forte queda nesta segunda-feira no mercado brasileiro.
Já nos EUA:
- • Na sexta, no ‘after market’, ou seja, após o fechamento do mercado, as ADRs chegaram a cair 15%.
- • E nesta segunda-feira, 22, caem mais de 10%.
Diante dos movimentos citados acima, o Mercado abriu esta semana com forte volatilidade. Para os economistas que acreditam que as últimas notícias marcam um rompimento entre o governo e a Petrobras, e que estamos prestes a viver um novo “Joesley Day”, o dia será marcado por muita incerteza.
- Mas o que significa Joesley Day?
- É uma menção ao momento em que a bolsa sofreu forte queda e se recuperou na sequência.
Após as declarações acerca da intervenção da empresa, na sexta-feira Bolsonaro indicou o General Joaquim Silva e Luna para substituir Roberto Castello Branco na presidência da estatal. Essa mudança já deu sinais de que não foi bem recebida pelo mercado e hoje a expectativa é de queda de até 2,5% da Bolsa.
Importante salientar que, apenas com a fala do presidente da República antes do anúncio de Silva e Luna à frente de companhia, as ações preferenciais da Petrobras, negociadas na B3, já haviam caído 6,62% na sexta-feira.
Nesse momento as opiniões se dividem
- • Há aqueles que acham que esse momento marca um rompimento entre o governo e o mercado;
- • Outros acreditam que se trata de um movimento similar ao “Joesley Day”, marcado por alta volatilidade, mas uma recuperação sequencial.
No entanto, independente das próximas consequências, podemos ter certeza de que a gestão da Petrobras mudará sob o comando de General Joaquim Silva e Luna e que cada vez mais a estatal terá dificuldades de variar o preço do combustível pelo valor do câmbio e petróleo.
E, com certeza, essa segunda-feira não será mais uma. O dia terá um peso bem importante sob a ótica política e econômica.