Os green bonds podem ser uma excelente opção para aumentar sua carteira de investimentos e ainda melhorar as questões ambientais de onde você vive.
Aviso legal: este artigo não faz recomendações de investimento, apenas traz explicações sobre os green bonds.
Há quem oriente que investir não é uma opção, mas sim uma necessidade. Afinal, estamos falando de colocar o seu dinheiro para trabalhar para você. Não somente visando a valorização e recebimentos de juros, há investimentos em que existe a possibilidade de contribuir para um mundo mais sustentável. Esses são os green bonds.
Esse tipo de investimento é recente, com a primeira emissão feita em 2007. Já no Brasil, o primeiro título verde foi emitido pelo BNDES em 2017. Em um mundo preocupado com sustentabilidade, a expectativa é de crescimento de green bonds no mercado internacional.
Acompanhe a leitura e entenda como funciona esse tipo de investimento!
O que são green bonds?
Green bonds ou “títulos verdes” funcionam como títulos financeiros comuns. Porém, há um diferencial: o dinheiro arrecadado é usado apenas para custear projetos sustentáveis e de impacto ambiental positivo. Assim, é possível ter retorno financeiro, investindo de forma sustentável.
Entre as iniciativas contempladas pelos green bonds, estão os investimentos de eficiência energética, renovável, poluição e uso sustentável de recursos naturais.
Semelhante aos demais títulos de investimentos, os chamados “títulos verdes” têm também propósito rentável. Os investidores desse tipo de título financiam produtos sustentáveis com a esperança de receber retorno financeiro paralelo ao impacto ambiental positivo.
Para popularizar os green bonds, os governos, muitas vezes, lançam vantagens para os investidores que aportarem dinheiro nesse produto. Entre os incentivos estão a isenção de impostos e créditos fiscais.
Produtos com “selo verde” de investimento:
- CRA – Certificado de Recebíveis do Agronegócio;
- CRI – Certificado de Recebíveis Imobiliários;
- Debêntures;
- Debêntures de Infraestrutura;
- FIDC – Cotas de Fundo de Investimento em Direitos Creditórios.
Quem emitiu o primeiro green bond?
O primeiro green bond da história foi emitido pelo Banco Mundial, em 2008, demonstrando ao mundo a possibilidade de atrelar sustentabilidade com rentabilidade. No Brasil, a primeira emissão de green bond foi em 2015, em um projeto da empresa BRF de € 500 milhões.
Segundo a Natural Intelligence, em 2021, os títulos verdes movimentaram US$ 85 bilhões no Brasil, com 11 emissões naquele ano.
Por quase 10 anos, esse mercado de green bonds cresceu lentamente. O estopim da alavancagem ocorreu quando o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Organização das Nações Unidas (ONU), apoiaram esse investimento.
Como emitir um green bond?
A emissão de um green bond é feita a partir de etapas como elaboração do projeto, certificação e emissão do título, oferta e, por fim, os relatórios de pós-emissão.
Passo a passo para emitir um green bond:
1. Pré-emissão e elaboração do projeto
A pré-emissão e elaboração do projeto é a etapa que analisa o mercado, estuda os riscos e as oportunidades da operação. As instituições criam o produto que conserva ou soluciona os problemas ambientais e o submetem à Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), e ao Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).
Além disso, é nessa fase que um planejamento de avaliação externa é feito, com o intuito de garantir a transparência do projeto.
2. Certificação
O título precisa ser analisado e certificado por uma avaliação externa. O objetivo é assegurar que os recursos aportados serão transferidos para projetos verdes, com indicadores de impacto determinados.
3. Emissão e oferta
Um órgão intermediador, como bancos, corretoras, agências financeiras ou corporações credenciadas, emite o título e o oferece aos investidores para captação. Nesta etapa, também são estabelecidos os prazos e a frequência na qual o investidor receberá os juros.
4. Pós-emissão
Na etapa de pós-emissão dos títulos, os aportes dos investidores são monitorados. O órgão emissor tem a responsabilidade de divulgar relatórios a respeito do desempenho ambiental dos projetos financiados.
Caso um green bond descumpra o seu propósito apresentado na emissão, ele perderá a característica de sustentável e será apenas um título tradicional.
Quem são os emissores de green bond?
Os emissores de green bond são os bancos de investimentos responsáveis pela operação de títulos ESG (ambiental, social e governança). Essas instituições financeiras dialogam com empresas a respeito das oportunidades de emitir os títulos verdes para, em seguida, destinar aos investidores. A atividade não é regulada externamente, tendo autorregulação própria.
Assim sendo, esses bancos de investimento desempenham um papel de emissor de primeira mão, quando filtram operações que requerem o rótulo ESG.
Por que investir em green bonds?
Os green bonds aliam a rentabilidade com a sustentabilidade. Os recursos dos títulos verdes vão além do retorno financeiro, pois beneficiam projetos ambientais. Por exemplo, a agricultura sustentável, o controle da poluição e empreendimentos de energia renovável.
Assim, o investidor tem em mente que está ajudando o planeta com investimentos de baixo risco, que incrementam sua carteira. Além disso, detentores dos green bonds ainda têm classificações de crédito favoráveis, participam do mercado de crescimento e podem ser isentos de impostos.
Como a emissão de green bonds se relaciona com as práticas ESG?
Os green bonds se relacionam com as práticas de ESG, pois a proposta deles é custear projetos com impacto ambiental positivo. Então, os títulos verdes são considerados um instrumento financeiro ESG, pois permitem aos investidores canalizar seu capital para projetos que atendem a critérios ambientais específicos.
A emissão de green bonds é um exemplo de como as práticas de sustentabilidade ambiental podem ser integradas à estratégia financeira de uma empresa ou organização. Além disso, a emissão dos títulos muitas vezes requer que as empresas e organizações atendam a certos padrões ambientais e sociais. Isso pode levar a uma melhoria mais ampla das práticas ESG em toda a organização.
Quais são os grandes investimentos de green bonds no mundo?
8 grandes investimentos de green bonds no mundo:
- 2010: Nikko Asset – Fundo de green bonds do Banco Mundial;
- 2014: Zurich Insurance – soma US$ 2 bilhões;
- 2014: Mirova – soma 1 bilhão €;
- 2014: Banco Barclays – soma £1 bilhão;
- 2015: Deutsche Bank – soma 1 bilhão €;
- 2017: Natixis emitiu a primeira parcela verde específica em um título garantido por hipoteca comercial;
- 2021: CIBC SQUARE 141 Bay – US$ 780 milhões (maior empréstimo verde para construção de imóveis na história do mercado canadense);
- 2019 a 2022: MarketAxess – US$ 77 bilhões (385.000 árvores plantadas).
Gostou de conhecer mais sobre green bonds? Esse investimento sustentável pode diversificar sua carteira de investimentos e ainda ajudar o planeta.
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Resumindo
Green bonds são investimentos semelhantes aos de renda fixa a longo prazo, que alocam os recursos exclusivamente a projetos sustentáveis. Nos papéis desse investimento, estão iniciativas de eficiência energética, renovável, poluição e uso sustentável de recursos naturais, por exemplo.
A emissão de um green bond segue quatro etapas:
1. pré-emissão e elaboração do projeto;
2. certificação;
3. emissão e oferta;
4. pós-emissão.
Além do retorno financeiro e do recebimento de juros, ao investir em green bonds, o investidor sabe que o recurso aportado vai beneficiar projetos ambientais de impacto positivo.