Inflação 2022: fechamento de 2021 e expectativa para o ano

Diante de um cenário econômico bastante conturbado devido à pandemia e ao aumento dos preços, todo mundo está de olho no que vai acontecer com a inflação em 2022. Você provavelmente consegue sentir o peso da inflação no seu bolso cada vez que vai ao mercado.

Esse aumento da inflação não é exclusividade do Brasil, pelo contrário, ele vem acontecendo no mundo todo. Entretanto, o país vem se destacando, já que exibe uma das maiores inflações do G20, ficando atrás apenas da Argentina e da Turquia. Prever exatamente o que vai acontecer é praticamente impossível, mas ficar de olho nas projeções para esse ano pode te ajudar a se preparar melhor. Confira a seguir quais são essas projeções.

Qual a inflação acumulada de 2022?

O índice brasileiro que mede a prévia da inflação é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e fechou 2021 em 10,42%. Esse é o maior IPCA registrado no país desde 2015, quando ele chegou a 10,71%. Por outro lado, ele também ficou bem acima do IPCA de 2020, que ficou em 4,23%.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os principais responsáveis pelo aumento do IPCA foram os transportes, que tiveram uma alta de 21,35%. Logo atrás, estão a habitação (com um aumento de 14,67%) e os artigos para residências (que ficou em 12,18%).

Dentre as categorias que mais estão pesando no bolso do consumidor estão os alimentos e a energia. Ainda, os preços de alguns itens dispararam principalmente devido à falta de insumos para produzi-los, como foi o caso de alguns eletrodomésticos e produtos eletrônicos.

Por exemplo, o mundo está passando atualmente por uma crise na produção de chips, devido à falta de matéria-prima. Essa escassez se deve ao fato de que, durante a pandemia, houve uma queda brusca no consumo de produtos, o que fez com que muitas reduzissem a sua produção e outras até mesmo fechassem.

Com a pandemia mostrando sinais de melhora, a economia voltou a ser movimentada. Entretanto, as empresas não conseguiram acompanhar esse ritmo e a falta de muitos insumos, como os chips, vêm sendo sentida. Ou seja, os produtos eletrônicos ainda devem continuar caros até que essa produção seja normalizada.

Por enquanto, a inflação de 2022 está estimada em 5,03%. Mas, esse é um número que pode mudar ao longo do ano. Principalmente porque esse é um ano de eleições presidenciais, caracterizadas por muita instabilidade no mercado financeiro. Por isso, a inflação de 2022 poderá ser muito diferente disso.

Como fechou a inflação em 2021?

A inflação média projetada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) para o ano de 2021 para países emergentes, como é o caso do Brasil, foi de 5,5%. Já para os países que possuem economias mais desenvolvidas essa projeção havia sido de 2,8%.

Entretanto, a inflação brasileira fechou o ano em 10,06%, ou seja, muito acima da média prevista pelo FMI. Claro que isso não foi exclusividade do Brasil, a Rússia e o México, que também fazem parte do grupo de países emergentes, também tiveram inflação acima da média prevista, com 8,4% e 7,37%, respectivamente. 

Até mesmo os Estados Unidos, um país com economia desenvolvida, e a principal potência mundial, fechou 2021 com a inflação acima da projetada pelo FMI, com 6,8%. 

Olhar para os índices de inflação dos países que compõem o G20 é fundamental para entender como está a economia global. Além disso, também permite entender como está o otimismo ou o pessimismo do mercado mundial. Isso porque, o G20 é formado pelas maiores economias mundiais, concentrando 80% do PIB do mundo, 75% do mercado e 60% da população global.

Qual o IGP-M de dezembro de 2021?

Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) fechou 2021 com uma inflação de 17,78%. Por alto que ele possa parecer, ainda ficou menor do que no ano anterior (2020) que estava em 23,14%.

Olhando apenas para o mês de dezembro, o IGP-M variou em 0,87%, ficando 0,02% acima do índice de novembro. Entretanto, quando comparado com dezembro de 2020, ele ficou 0,96% abaixo.

Como falamos anteriormente, por mais que as projeções para  a inflação para 2022 sejam mais otimistas, é muito difícil ter certeza do que irá acontecer. Por isso, é fundamental ficar de olho nas previsões e nas análises financeiras feitas mensalmente e trimestralmente. Somente desta forma você conseguirá se preparar para enfrentar a crise, seja na sua empresa ou nas suas finanças pessoais.

Como tirar o valor da inflação?

É natural que muitas pessoas pensem que a inflação nada mais é do que o aumento do preço dos produtos e serviços. Essa é, na verdade, uma das consequências da inflação. A inflação é definida como expansão monetária que ocorre por meio de oferta de crédito. Com isso, a moeda é desvalorizada e a tendência é que os preços aumentem e até mesmo sofram reajustes frequentemente.

Além disso, a lei de oferta e demanda também deve ser considerada, afinal, quando os consumidores estão mais dispostos a comprar algo, a tendência é que o valor desses itens aumentem. Ou seja, com a inflação aumentando, ao mesmo tempo que o dinheiro compra menos do que comprava antes, as pessoas ficam com medo e acabam comprando um pouco mais, afinal, elas não sabem como estará o preço no próximo mês. E isso faz com que o preço aumente ainda mais.

O que pode afetar a inflação do Brasil em 2022

O clima na economia mundial ainda é de muita incerteza. Como vimos acima, a previsão para a inflação em 2022 é de 5,03%, mas não há garantias de que o índice será realmente esse. Isso porque, são vários os fatores que influenciam na variação do valor da inflação. Veja alguns:

  • Pandemia: em 2022, a pandemia continua sendo um dos principais fatores que mexem com a economia. O avanço das vacinas é um ponto positivo. Por outro lado, o surgimento de novas variantes ligam o sinal de alerta. 
  • Crescimento do PIB: tudo isso interfere, é claro, no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil. A expectativa média de mercado hoje é de uma alta de 0,36% do PIB em 2022;
  • Eleições presidenciais: 2022 também é ano de eleições presidenciais, que costumam tornar o mercado mais instável;
  • Desvalorização do real: Estudo da Austin Rating mostra que o Real foi uma das que mais se desvalorizaram em 2021 no mundo. Economistas acreditam que essa é uma tendência para 2022;
  • Taxa selic: a taxa selic pode interferir diretamente no aumento do consumo (com a variação da taxa de juros;
  • Normalização de oferta de insumos no mundo: se a oferta de insumos aumentar, as fábricas conseguem atender à demanda. Como no caso dos chips, que citamos acima. 

Resumidamente, a inflação de 2022 deverá continuar alta, afinal, ainda há mais gente consumindo do que produzindo. Portanto, os próximos meses ainda terão produtos e serviços com preços mais altos até que a oferta seja normalizada.

Quer entender melhor sobre como ficará a economia brasileira em 2022? Confira como vai ficar o real em 2022.

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