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Juros americanos: entenda como funciona FED e qual a taxa de juros nos EUA

O Federal Reserve (Fed), Banco Central dos Estados Unidos, decidiu no dia 18 de setembro, cortar a taxa de juros em 50 pontos-base. Com o corte a taxa sai dos atuais 5,50% para o correndo 4,75% – 5,00%.

Na reunião anterior, em 30 de julho de 2024, o Fed havia optado pela manutenção da taxa, assim como havia feito desde o segundo semestre de 2023. Esse corte da taxa básica de juros já era amplamente aguardada pelo mercado a despeito do forte ritmo de atividade econômica local.

Com a persistência inflacionária e a atividade econômica ainda em ritmo acima do desejado, ainda pairam dúvidas sobre os próximos passos do Fed, no entanto, os gráficos de pontos do Federal Reserve sugerem novos cortes em novembro e dezembro.

A decisão desta quarta-feira está dentro da expectativa do mercado. O cenário prospectivo mudou muito nos últimos meses e o próprio Fed já tinha dado pistas sobre o corte através de falas públicas e comunicados.

O que é taxa Fed?

A taxa de juros americanos Fed é uma das principais ferramentas utilizadas pelo governo para orientar a economia e servem como base de cálculo para diversas modalidades de investimentos e crédito, tais como:

  • Empréstimos bancários de curto prazo;
  • Hipotecas;
  • Empréstimos para automóveis;
  • Dívida corporativa, entre outros.

Quando as taxas Fed sobem, os investimentos empresariais e gastos dos consumidores também ficam mais caros. Isso também pode ser percebido com a desaceleração da economia e a redução da inflação no país.

O que é FOMC e Fed?

A FOMC (Federal Open Market Committee) é um órgão ligado ao Fed (Federal Reserve), que estabelece a taxa básica de juros dos EUA. Durante as reuniões do comitê, são traçadas as melhores estratégias para a política monetária do país para que o Fed possa executar um bom controle econômico.

Para atender a política econômica, seja ela expansionista ou contracionista, o FOMC define três taxas da economia dos EUA:

  • Taxa básica de juros: utilizada para definir o pagamento de juros do governo sobre as operações de captação de dinheiro do mercado e regular o custo do crédito;
  • Taxa de redesconto: refere-se a quantia cobrada pelo governo para conceder empréstimos aos bancos comerciais;
  • Taxa de depósito compulsório: diz respeito ao percentual a ser depositado de maneira compulsória pelos bancos em forma de reserva financeira de suas operações.

O FOMC é formado por 17 membros participantes, sendo 5 suplentes, que se reúnem oito vezes ao ano. Para que uma medida seja aprovada pelo comitê a maioria dos 12 integrantes votantes devem aceitá-la.

Fed – Federal Reserve

O FED (Federal Reserve) foi criado em 1914, é o banco central dos Estados Unidos. A principal função dessa instituição é formular a política monetária no país, assim como regulamentar e supervisionar o seu sistema bancário.

O Fed é administrado por um Conselho de Governadores ou Board of Governors e possui duas funções essenciais, são elas:

  • Regular as atividades dos bancos visando a manutenção da saúde do sistema bancário;
  • Controlar a oferta de moeda no país, ou seja, a quantidade de dólares disponível na economia.

Quando sai a taxa de juros americana?

A nova taxa de juros norte-americana será definida em novembro de 2024, conforme calendário divulgado pelo FOMC.


Na quarta-feira, 18 de setembro, o Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, comunicou o corte da taxa básica de juros para o patamar de 4,75% e 5,00%.

O Fed declarou que segue monitorando a situação da taxa de inflação e o comportamento da economia do país a fim de tomar a melhor decisão no que diz respeito ao uso da política monetária.

Nesse sentido, considerando os sinais de desaceleração da economia e o cenário relativamente benigno para a inflação, esperamos por mais cortes ao longo do último trimestre deste ano.

Qual a taxa de juros atual nos EUA?

A taxa de juros americana foi novamente reduzida em 50 bps para em 4,75% e 5,00% na reunião encerrada no dia 18 de setembro. Este foi o primeiro corte de juros desde 2020.

A expectativa agora é de que o Fed opere novos cortes de juros nas próximas reuniões, amparado pelos sinais inequívocos de que a economia norte-americana está perdendo parte da tração apresentada ao longo dos últimos anos.

Até onde vai o ciclo de cortes de juros dos Estados Unidos?

A próxima reunião do Fed será entre os dias 5 e 6 de novembro de 2024, quando a nova decisão será divulgada. O mercado começa a desenhar uma nova fase do ciclo monetário nos EUA para 2024, que depende indiscutivelmente de sinais mais evidentes de desaceleração econômica e queda da inflação.

Considerando o atual ritmo da atividade econômica e a evolução dos índices de preços, novos ajustes devem ser feitos nas reuniões marcadas para os meses de novembro e dezembro, bem como ao longo de 2025.

Apesar das expectativas em torno de novas reduções de juros nos Estados Unidos, cabe mencionar que dois dos nove dirigentes do FOMC (equivalente ao nosso Copom) projetam que a inflação estará em 4,75% e 5,00% no final de 2024, ou seja, para dois dos nove membros não haverá mais cortes de juros este ano.

Quais os efeitos da taxa Fed no Brasil?

A redução das taxas de juros dos Estados Unidos em patamar não afeta apenas o cenário econômico dos Estados Unidos. O corte dos juros americanos também reflete na economia brasileira, que pode se beneficiar da entrada de recursos estrangeiros, sob forma de investimentos produtivos ou para a compra de ativos financeiros. Essa leitura pode ser agudizada considerando que o Brasil possui hoje uma das taxas reais de juro mais altas do mundo.

Como uma parcela grande dos investidores projetava um corte mais brando de juros, de 0,25%, o corte de 0,50% pode contribuir para um movimento de valorização da divisa brasileira.

Além disso, considerando os últimos números vindos dos Estados Unidos, Europa e China, devemos ter novas rodadas de cortes de juros dos países do hemisfério norte, o que, em tese, poderia contribuir para um movimento mais sólido de valorização da moeda brasileira.

Quais os efeitos da queda da taxa Selic?

A taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) é aplicada sobre as operações de empréstimos nas instituições financeiras que utilizam títulos públicos como garantia. Os principais efeitos da elevação no mercado são:

  • Elevação dos juros cobrados em financiamentos, empréstimos e cartões de crédito;
  • Diminuição do consumo;
  • Redução da inflação (isso não se dá de forma automática).

Portanto, acompanhar a taxa Selic é importante para analisar o cenário econômico brasileiro atual. Afinal, esse indicador também reflete qual a projeção da inflação dos próximos meses, bem como o juros real do Brasil. Este último, indica qual o valor máximo de juros, acima do valor da inflação, que investidores estão dispostos a pagar para investir no nosso país.

FAQ – Perguntas Frequentes

O que é a taxa Fed?

A taxa Fed é uma ferramenta utilizada pelo banco central dos Estados Unidos para orientar a economia. Também serve como base de cálculo de diversas modalidades de crédito e investimentos, como empréstimos, dívidas corporativas, entre outras.

Qual é a taxa de juros no Brasil?

A taxa básica de juros no Brasil é chamada de Selic, que atualmente está em 10,75% ao ano. A taxa, estipulada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central, é utilizada como instrumento de controle da inflação no país e reflete diretamente em todas as taxas de juros do mercado financeiro, como em financiamentos, empréstimos e aplicações financeiras.

Quais os efeitos da taxa Fed no Brasil?

A manutenção da taxa de juros pelo Fed em níveis elevados pode provocar diversos efeitos na economia brasileira. Os mais evidentes são: a saída de investidores que buscam maior rentabilidade e segurança e, consequentemente, uma maior tendência de desvalorização da divisa brasileira em relação ao dólar.

André Galhardo

Economista-chefe da Análise Econômica, professor e coordenador universitário nos cursos de Ciências Econômicas. Mestre em Economia Política pela PUC-SP, possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, e é autor do livro “O Salto do Sapo: a difícil corrida brasileira rumo ao desenvolvimento econômico.”

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