LCI e LCA: o que são, diferenças e rentabilidade

Você entende quais são as diferenças entre LCI e LCA? Neste post, explicamos o que são esses investimentos e os principais detalhes dessas operações financeiras.

Existem vários investimentos de renda fixa no mercado financeiro brasileiro. Dois dos principais são LCI e LCA. As Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio são boas alternativas de aplicação financeira, porque aliam segurança e rentabilidade.

Voltadas para qualquer perfil de investidor que foque o longo prazo, especialmente, esses investimentos estão em alta. Tanto é que a LCA registrou quase o dobro de pessoas aplicando seu capital nessa modalidade. Essa elevação se deu entre o final de 2020 e o primeiro trimestre de 2022. Quando consideradas apenas as pessoas físicas, a alta foi de 17%, chegando a 10,4 milhões de pessoas.

Então, o que caracteriza a LCI e a LCA? Quais são suas diferenças e como são suas rentabilidades? Vamos explicar melhor neste artigo para você tomar a decisão certa. Confira!

O que é LCI?

LCI é a sigla para Letra de Crédito Imobiliário. Esse é um dos títulos de renda fixa de emissão privada. Ele é expedido por instituições financeiras com o objetivo de custear operações do setor de imóveis.

Portanto, esse investimento funciona como se você fizesse um empréstimo ao banco. Em troca, recebe a rentabilidade previamente acordada na data de vencimento preestabelecida.

De modo geral, toda LCI e toda LCA funcionam de maneira similar a um Certificado de Depósito Bancário (CDB). Portanto, apresentam rentabilidade pré ou pós-fixada e um vencimento predefinido. Nos EUA, o título da renda fixa do mercado americano mais similar seria o Certificate of Deposit (CD).

O que é LCA?

LCA é a Letra de Crédito do Agronegócio. Também é um título de renda fixa emitido por bancos e instituições financeiras. O capital captado serve para financiar operações do agronegócio.

O funcionamento é muito semelhante ao da LCI. Portanto, também tem uma relação próxima com o CDB e os CDs americanos. Porém, é importante considerar o que é melhor entre renda fixa e variável.

Afinal, cada pessoa tem um perfil de investidor diferente — e esse é um ponto relevante a considerar. No entanto, qualquer que seja a sua realidade, a verdade é que vale a pena ter parte do seu patrimônio investido na renda fixa.

Nesse momento, você pode escolher entre os melhores investimentos para saber se investir no exterior vale a pena ou se é válido optar por alguma aplicação financeira nacional. De toda forma, existem várias alternativas de renda fixa e renda variável — e algumas das mais indicadas são LCI e LCA.

Quais são as diferenças entre LCI e LCA?

Ainda que sejam muito parecidas — por isso, costumam ser abordadas em conjunto —, também existem diferenças entre a LCA e a LCI. A principal é o foco da aplicação financeira. Enquanto a primeira capta recursos para o agronegócio, a segunda é voltada para o setor imobiliário.

Portanto, o grande fator de diferenciação é o lastro. As LCIs estão vinculadas na carteira de empréstimos do setor de imóveis. Por isso, esses títulos podem ser emitidos por: 

  • bancos;
  • sociedades de crédito imobiliário;
  • associações de poupança e empréstimo;
  • companhias hipotecárias.

Por sua vez, as LCAs são voltadas para o agronegócio e os participantes dessa cadeia. Isso faz com que os empréstimos concedidos a cooperativas e produtores rurais sejam o lastro principal.

Aqui, estão incluídos os financiamentos relativos a beneficiamento, comercialização e industrialização de insumos, produtos agropecuários, máquinas e implementos. Ainda vale a pena reforçar que a rentabilidade, o valor para aplicação e outros detalhes podem mudar de acordo com o título.

Quais são os tipos de LCI e LCA?

Apesar do lastro diferente, os tipos desses investimentos são os mesmos. Eles dependem da rentabilidade definida em contrato. Veja quais são as possibilidades!

1. LCIs e LCAs prefixadas

LCIs e LCAs prefixadas são aquelas com rentabilidade já definida no momento da aplicação. Por exemplo, 3,5% ao ano. Por isso, você sabe quanto vai receber na data de vencimento.

De modo geral, é uma opção válida para quem deseja ter ainda mais segurança. Isso porque nenhuma situação do mercado vai interferir nos seus ganhos. Porém, é importante avaliar quais são as perspectivas econômicas.

Nesse contexto, o melhor momento para escolher uma LCI ou LCA prefixada é em situações de queda futura da taxa Selic, que regula os juros básicos da economia. Ou seja, quando o índice estiver alto e com tendência de baixa, essa rentabilidade é a mais recomendada.

2. LCIs e LCAs pós-fixadas

Aqui, a LCA e a LCI têm rentabilidade atrelada a um índice econômico. Esse indexador definirá quanto será obtido na data de vencimento. Portanto, se ele tiver um bom resultado, você ganha mais.

Normalmente, esses títulos variam de acordo com o Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Esse índice se altera conforme as operações de empréstimos feitas entre os bancos. Por isso, seu resultado fica um pouco abaixo da Selic. De modo geral, se a taxa básica de juros cair, esse indexador também apresenta um resultado menor.

Portanto, as LCIs e LCAS pós-fixadas são mais recomendadas para situações em que a Selic tende a aumentar com o passar do tempo. Ou seja, ela está baixa agora e vai ser elevada nos próximos meses e anos.

3. LCIs e LCAs híbridas

Por fim, os investimentos com rentabilidade híbrida são aqueles que oferecem um índice fixo e outro que varia de acordo com um indexador. Nesse caso, costuma-se utilizar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Ele mede a inflação oficial brasileira. Por isso, sempre oferece um ganho real. Afinal, você tem o rendimento fixo e mais a variação da inflação. Por exemplo, IPCA + 3,5% ao ano.

Essa é uma alternativa válida para qualquer situação. Afinal, você sempre terá um ganho acima da inflação.

Como funciona o rendimento de LCI e LCA?

O rendimento varia de acordo com o tipo de LCI ou LCA escolhido. De toda forma, existem algumas questões a observar. A maioria desses títulos tem baixa liquidez. Isso significa que o resgate dos valores só pode ser feito no momento do vencimento da aplicação financeira. Portanto, é impossível fazer qualquer saque antecipado, exceto em situações que já estejam com essa previsão na contratação.

Nos casos em que a liquidez é maior e o resgate pode ocorrer em outros momentos, você deve atentar ao chamado período de carência. Esse é um intervalo de tempo em que é proibido fazer o saque.

Por exemplo, a carência é de 90 dias. Assim, você investe hoje e só poderá fazer o resgate depois desse prazo. Com o término desse período, é possível sacar o dinheiro acrescido de juros a qualquer momento.

No entanto, esse resgate será proporcional. Por isso, você não receberá o valor total esperado, mas sim aquele relativo à quantidade de dias em que o capital ficou aplicado. Além disso, haverá a influência da marcação a mercado.

Esse é um fenômeno de precificação diária que considera a atualização dos valores da aplicação financeira. Portanto, é uma espécie de atualização ao valor presente do ativo. Isso significa que seu preço pode aumentar ou diminuir com frequência.

Esse processo acontece de acordo com diferentes fatores. Por exemplo: 

  • oferta e demanda;
  • liquidez;
  • perspectivas de alta ou baixa na Selic;
  • variação do CDI;
  • inflação;
  • acontecimentos políticos e do mercado externo.

Portanto, se você resgatar o capital antes do tempo, ganhará o proporcional mais o efeito da marcação a mercado. Dessa forma, poderá receber um pouco mais ou um pouco menos do que o esperado.

O que acontece se o resgate ocorrer no prazo?

Nesse caso, você receberá o rendimento previamente acordado. Se a rentabilidade for prefixada, será aquele índice já definido. Caso seja pós-fixada, depende da variação do indexador. Portanto, muda de acordo com a economia.

Nos tipos híbridos, a rentabilidade sempre será a parte fixa mais a variável. Portanto, também é impossível saber quanto você vai ganhar, mas o retorno será melhor quanto mais altos forem os resultados do indexador.

Quais são os riscos desses investimentos?

Os investimentos em LCI e LCA são bastante seguros. Tanto é que fazem parte da renda fixa. Além disso, são protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Dessa forma, você tem até R$ 250 mil por CPF/CNPJ e banco segurado em caso de falência do emissor.

Ainda assim, existem alguns riscos. O principal deles é o de crédito, que se refere a uma potencial impossibilidade da instituição financeira pagar o rendimento da aplicação. Ou seja, o emissor entra em falência e você não recebe o que tem direito. Nesse caso, tem a chance de acionar o FGC.

De toda forma, é possível minimizar os riscos. Para isso, basta escolher um emissor com alta nota de rating. Essa é uma análise que verifica a confiabilidade da instituição financeira. Portanto, quanto maior for a pontuação, menor é o risco de falência.

Outra possibilidade é pesquisar opções de investimento no exterior. Elas tendem a oferecer um bom rendimento, por a aplicação ser feita em dólar ou euro. Essas moedas são mais fortes do que o real. Portanto, há uma boa possibilidade de você alcançar uma excelente rentabilidade.

Agora, se ainda assim você quer investir em LCI e LCA, saiba que essas alternativas são interessantes para quem deseja aplicar seu capital na renda fixa. Dessa forma, é possível formar seu patrimônio e construí-lo aos poucos, especialmente se você focar na diversificação de investimentos.

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Resumindo

O que é LCI e LCA?

LCI e LCA são investimentos de renda fixa. São títulos privados emitidos por bancos que servem para financiar atividades dos setores imobiliário e agronegócio, respectivamente.

Quanto rende LCI e LCA?

Isso depende da rentabilidade definida no momento da contratação. Ela pode ser prefixada, pós-fixada ou híbrida.

Qual o risco da LCI e LCA?

O maior risco é o de falência da instituição financeira e a consequente falta de pagamento. No entanto, esses são investimentos seguros, inclusive protegidos pelo FGC.

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