Leilão de aeroportos: Congonhas e mais 14 terminais são leiloados hoje. Veja o que muda

Três concessionárias venceram a 7ª rodada do leilão de aeroportos realizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), nesta quinta-feira (18). Ao todo, 15 terminais foram concedidos à iniciativa privada, incluindo o de Congonhas, em São Paulo, um dos mais movimentados do país. O evento ocorreu na bolsa de valores B3. 

Os aeroportos foram divididos em três blocos: Bloco Aviação Geral, Bloco Norte II e Bloco SP-MS-PA-MG. O governo federal espera um investimento de pouco mais de R$ 7 bilhões das vencedoras nos 30 anos de concessão.

Neste artigo, vamos falar como foi o leilão de Congonhas e outros 14 aeroportos e o que muda com a concessão à iniciativa privada. Então, continue a leitura para saber tudo!

Quais concessionárias venceram o leilão dos aeroportos?

Três proponentes arremataram os blocos no leilão dos aeroportos: XP Infra IV FIP em Infraestrutura (Bloco Aviação Geral), Consórcio Novo Norte Aeroportos (Bloco Norte II) e Aena Desarrollo Internacional (Bloco SP-MS-PA-MG).

Ao todo, foram investidos R$ 2,7 bilhões pelas concessionárias no leilão dos 3 blocos.  

Quais as regras do leilão de aeroportos?

O leilão dos 15 aeroportos foi feito em 3 blocos, sendo: Bloco SP-MS-PA-MG, Bloco Aviação Geral e Bloco Norte II. A concessionária que oferecesse o maior valor de contribuição inicial mínima, vencia. Um mesmo proponente poderia arrematar mais de um bloco.

Para participar do leilão de aeroportos, a concessionária precisava comprovar experiência de processamento em pelo menos um dos últimos 5 anos. Para o Bloco Norte II, 1 milhão de passageiros e para o Bloco SP-MS-PA-MG, 5 milhões. 

Já para arrematar o Bloco Aviação Geral, o número exigido era de, no mínimo, 200 mil passageiros ou, alternativamente, 17 mil pousos e decolagens.

A próxima etapa será no dia 25 de agosto de 2022, quando serão recebidos os documentos de habilitação dos proponentes vencedores de cada bloco. A assinatura dos contratos será feita após a homologação do resultado pela diretoria da ANAC. Ainda não há uma data para isso. 

Além da contribuição inicial a ser paga na assinatura dos contratos, as concessionárias deverão fazer o pagamento de uma outorga variável sobre a receita bruta. Ela é estabelecida em percentuais crescentes calculados do 5º ao 9º ano do contrato. A partir daí, eles serão constantes até o final da concessão.

Os valores projetados para os contratos atendem uma receita estimada de R$ 15,2 bilhões para os 15 aeroportos. Ela é dividida em R$ 11,6 bilhões para o Bloco SP-MS-PA-MG, R$ 1,7 bilhão para o Bloco Aviação Geral e R$ 1,9 bilhão para o Bloco Norte II.

Por fim, as regras estabelecem investimentos mínimos de modernização nos aeroportos que devem ser feitos nos 5 primeiros anos de concessão.

Qual é a composição dos blocos do leilão?

Os blocos contemplam aeroportos dos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro e Amapá. Confira como estão divididos.

Leilão do Bloco SP-MS-PA-MG

O Bloco SP-MS-PA-MG tem um lance inicial mínimo de R$ 740,1 milhões e investimentos previstos de R$ 5,8 bilhões. Ele foi arrematado por R$ 2,45 bilhões pela Aena Desarrollo Internacional — 119,78% acima do valor de mercado. Os aeroportos que fazem parte dele são:

  • Congonhas/São Paulo (SP);
  • Campo Grande (MS);
  • Corumbá (MS);
  • Ponta Porã (MS);
  • Santarém (PA);
  • Marabá (PA);
  • Carajás/Parauapebas (PA);
  • Altamira (PA);
  • Uberlândia (MG);
  • Uberaba (MG);
  • Montes Claros (MG).

Leilão do Bloco Aviação Geral

No Bloco Aviação Geral, o lance inicial mínimo é de R$ 141,4 milhões e investimentos previstos em R$ 552 milhões. Ele foi arrematado pelo valor mínimo, ou seja, R$ 141,4 milhões — 0,01% acima do valor de mercado. A concessionária será o XP Infra IV FIP em Infraestrutura. Dois aeroportos fazem parte dele, sendo:

  • Campo de Marte/São Paulo (SP);
  • Jacarepaguá/Rio de Janeiro (RJ).

Leilão do Bloco Norte II

O Bloco Norte II tem um lance inicial mínimo de R$ 56,8 milhões e investimentos previstos em R$ 875 milhões. Ele foi arrematado por R$ 125 milhões pelo Consórcio Novo Norte Aeroportos — 119,78% acima do valor de mercado. Os dois aeroportos que fazem parte são:

  • Belém (PA);
  • Macapá (AP).

Segundo a ANAC, esses 3 blocos concentram cerca de 15,8% do total de tráfego de passageiros do país. Ou seja, mais de 30 milhões de passageiros por ano. 

O que muda com o leilão de Congonhas e demais aeroportos?

Veja o que muda com o leilão de Congonhas e outros 14 aeroportos:

1. Previsão de aumento de voos comerciais em Congonhas

Segundo um estudo do governo federal, a previsão é que o Aeroporto de Congonhas chegue a 44 voos comerciais por hora. Atualmente, ele tem 40 espaços para pouso, sendo 32 para voos comerciais e 8 para táxis aéreos ou aeronaves particulares.

2. A receita dos aeroportos deve aumentar com mais voos

Com a privatização e o aumento do número de voos, a expectativa é que a receita dos aeroportos aumentem. Afinal, as empresas aéreas e os passageiros pagarão mais tarifas.

3. Valor das passagens aéreas tende a cair

Especialistas afirmam que os preços das passagens tendem a cair. Com o aumento da capacidade de voos, as companhias aéreas terão a chance de expandir o atendimento e vender mais bilhetes. O mesmo pode valer para os demais aeroportos, não só Congonhas. Afinal, o investimento é obrigatório.

Entretanto, essa diminuição do valor das passagens não é garantida, pois vai depender da concorrência entre as empresas.

Como vimos, um dos maiores e mais movimentados aeroportos do Brasil foi a leilão nesta quinta-feira (18), junto com outros 14. O seu bloco foi arrematado pela Aena Desarrollo Internacional pelo valor de R$ 2,45 bilhões. Com os 15 aeroportos leiloados, o tráfego nacional privatizado deve passar de 90%.

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Resumindo

Quais aeroportos vão a leilão na 7ª rodada em 2022?

Ao todo, 15 aeroportos foram leiloados em 18 de agosto de 2022:
– Congonhas/São Paulo (SP);
– Campo Grande (MS);
– Corumbá (MS);
– Ponta Porã (MS);
– Santarém (PA);
– Marabá (PA);
– Carajás/Parauapebas (PA);
– Altamira (PA);
– Uberlândia (MG);
– Uberaba (MG);
– Montes Claros (MG);
– Campo de Marte/São Paulo (SP);
– Jacarepaguá/Rio de Janeiro (RJ);
– Belém (PA);
– Macapá (AP).

Quantos aeroportos já são privatizados no Brasil?

Em agosto de 2022, 15 aeroportos foram privatizados, totalizando 59. Antes disso, 44 aeroportos já eram gerenciados pela iniciativa privada no Brasil:
– São Gonçalo do Amarante (RN) – Inframérica;
– Brasília (DF) -Inframérica;
– Campinas (SP) – Aeroportos Brasil Viracopos S.A;
– Guarulhos (SP) – GRU Airport;
– Confins (MG) – BH Airport;
– Galeão (RJ) – RioGaleão;
– Florianópolis (SC) -Floripa Airport;
– Fortaleza (CE) – Fraport Brasil S.A.;
– Porto Alegre (RS) – Fraport Brasil S.A.;
– Salvador (BA)- Concessionária do Aeroporto de Salvador S.A.;
– Recife (PE) – Aena Desarrollo Internacional;
– Maceió (AL) – Aena Desarrollo Internacional;
– João Pessoa (PB) – Aena Desarrollo Internacional;
– Aracajú (SE) – Aena Desarrollo Internacional;
– Campina Grande (PB) – Aena Desarrollo Internacional;
– Juazeiro do Norte (CE) – Aena Desarrollo Internacional;
– Cuiabá (MT) – Consórcio Aeroeste Aeroportos S/A;
– Sinop (MT) – Consórcio Aeroeste Aeroportos S/A;
– Rondonópolis (MT) – Consórcio Aeroeste Aeroportos S/A;
– Alta Floresta (MT) – Consórcio Aeroeste Aeroportos S/A;
– Vitória (ES) – Zurich Airport;
– Macaé (RJ) – Zurich Airport;
– Manaus (AM) – Vinci Airports;
– Tabatinga (AM)- Vinci Airports;
– Tefé (AM) – Vinci Airports;
– Rio Branco (AC) – Vinci Airports;
– Cruzeiro do Sul (AC) – Vinci Airports;
– Porto Velho (RO) – Vinci Airports;
– Boa Vista (RR) – Vinci Airports;
– Goiânia (GO) – CCR Aeroportos;
– Palmas (TO) -CCR Aeroportos;
– Teresina (PI)- CCR Aeroportos;
– Petrolina (PE) – CCR Aeroportos;
– São Luís (MA) – CCR Aeroportos;
– Imperatriz (MA) – CCR Aeroportos;
– Curitiba (PR) – CCR Aeroportos;
– Foz do Iguaçu (PR) – CCR Aeroportos;
– Londrina (PR)- CCR Aeroportos;
– Bacacheri (PR) – CCR Aeroportos;
– Navegantes (SC) – CCR Aeroportos;
– Joinville (SC) – CCR Aeroportos;
– Pelotas (RS) – CCR Aeroportos;
– Uruguaiana (RS) – CCR Aeroportos;
– Bagé (RS) – CCR Aeroportos.

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