Machu Picchu: guia completo para sua viagem pela cidade do Peru

Machu Picchu é uma cidade mística regada de segredos. Por isso, atrai a atenção de muitos turistas. Confira o que torna esse lugar tão famoso e quanto custa viajar para lá.

O seu primeiro contato com o assunto Machu Picchu, provavelmente, foi nas aulas de História, não é mesmo? Para quem se interessa pelo passado, esse é um tema cheio de teorias. Além disso, essa cidade peruana faz fronteira com o Brasil, e abriga uma das mais belas maravilhas do mundo.

Como Machu Picchu costuma atrair muitos turistas brasileiros, preparamos este guia completo sobre o local. Neste artigo, preparamos tudo o que você precisa saber antes de viajar para a Velha Montanha, como a cidade também é conhecida. Boa leitura!

Qual a história de Machu Picchu?

A cidade de Machu Picchu foi construída no começo do século XV, em torno de 1420, a pedido do 9º imperador Inca, Pachacutec. Na época, os trabalhadores utilizaram, principalmente, pedras para construir o local que fica a 2,4 mil metros de altitude. Historiadores acreditam que o objetivo era garantir a proximidade com os deuses, já que os Incas eram muito religiosos.

Até o início do século XX, Machu Picchu, que significa “Velha Montanha”, foi considerada a cidade perdida dos Incas, porque a sua localização exata ainda era desconhecida. Sabia-se apenas que o lugar estava no chamado “Caminho Inca”, um trecho de túneis perfurados em rochas que conectava todo o Império Inca por cerca de 40 mil km.

Machu Picchu era composto por casas, templos, santuários, cemitérios, praças e aquedutos nos séculos passados. Também recebia a prática de agricultura e pecuária, tendo a lhama e a alpaca como os animais populares da região, pois eram a base da economia do povo quíchua.

Há diversas teorias sobre as técnicas de engenharia e arquitetura Inca. Afinal, as pedras das suas construções apresentam um encaixe, praticamente, milimétrico. Algo considerado muito moderno para a época. Historiadores também acreditam que os habitantes praticavam diversos cultos em Machu Picchu.

Por estar em um local difícil acesso, sob uma montanha de granito, os indícios históricos apontam que os colonizadores espanhóis não descobriram a lendária cidade. Entretanto, há registros de dizimação da Civilização Inca em outras regiões durante a colonização.

Com abismos com 400 m e uma área de 1 km², Machu Picchu era importante para os Incas, pois unia os Andes ao Rio Urubamba. Após ficar escondido por cerca de 400 anos, hoje é considerado um sítio arqueológico.

Quem descobriu Machu Picchu?

Hiram Bingham (Honolulu, 1875 — Washington, 1956) descobriu Machu Picchu, em 24 de julho de 1911. Ele foi arqueólogo, acadêmico, militar e senador norte-americano. 

A descoberta aconteceu durante uma expedição na Cordilheira dos Andes, quando Bingham  coletou vasos e objetos de cobre para estudos posteriores. Nos anos seguintes, o explorador retornou ao local para estudar as construções, com financiamento da Universidade de Yale e da revista National Geographic.

A partir disso, foram produzidos vários artigos, ensaios e um livro que serviu de inspiração para o personagem Indiana Jones.

Em 1948, a cidade Inca foi aberta para visitas públicas. Naquele ano, foi construída a primeira trilha de acesso à cidade sagrada dos Incas, permitindo que turistas de todo o mundo pudessem visitar o local.

Desde então, o turismo no local tem crescido exponencialmente, sendo um dos destinos turísticos mais populares do Peru e da América do Sul. Nos últimos anos, o governo peruano implementou medidas para limitar o número de visitantes diários e proteger a cidade dos danos causados pelo turismo excessivo.

Em 1983, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) declarou Machu Picchu como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Qual a melhor época para ir para Machu Picchu?

Entre maio e setembro, durante a temporada de seca, é a melhor época para viajar a Machu Picchu. Evita-se, assim, os grandes volumes de chuva dos dias mais quentes de primavera e verão. O período da manhã é o melhor para as visitas por ser menos movimentado. Também é interessante observar julho e agosto, férias no Brasil e na Europa, respectivamente.

Do 5º ao 9º mês do ano as temperaturas são mais baixas. Durante o dia, a média do inverno fica na casa dos 20°C em Machu Picchu. Ao anoitecer, esse número cai para 5°C e pode beirar os 0°C na madrugada. Isso acontece porque a cidade mais próxima, Cusco, onde turistas costumam se hospedar, está a 3,4 m de altitude.

Junho e julho são os meses mais firmes, o que garantirá que você aprecie os encantos da região, sem se preocupar com um guarda-chuva. Maio, agosto e setembro são as épocas em que há menos circulação de turistas.

Qual o valor de uma viagem para Machu Picchu?

O valor de uma viagem para Machu Picchu fica em torno de R$ 3.800 por pessoa, considerando 7 dias. Esses valores incluem as opções mais econômicas para passagens aéreas, outros deslocamentos, hospedagens, refeições e seguro viagem. 

Os gastos são calculados com base em um planejamento. Você deve considerar o tipo de hospedagem, sua alimentação e da sua família, locomoção e quantos passeios pretende fazer. Além disso, vale ter em mente a antecedência ou a época em que a passagem será comprada, caso consiga valores promocionais.

Vamos listar algumas opções, com preços de 2023, para auxiliar na sua viagem para Cusco, a 66 km de Machu Picchu.

Valores de uma viagem para Machu Picchu:

1. passaporte: primeira via R$ 257,25. Segunda via, sem apresentar a anterior, R$ 514,50;
2. passagem aérea: saindo de São Paulo, os valores para ida e volta podem chegar a R$ 2.400;
3. hospedagem diária: Cusco tem opções econômicas, com diárias de R$ 40 a R$ 70. Em hotéis estrelados, há valores a partir de R$ 800;
4. trem de Cusco até Machu Picchu: ida e volta entre R$ 723,06 e R$ 5164,70, por pessoa;
5. ônibus até a entrada do parque de Machu Picchu: R$ 123,95, ida e volta;
6. refeições em Cusco: almoço e jantar, de R$ 60 a R$ 80;
7. seguro viagem: varia segundo o prazo. Para 7 dias, o valor médio é de R$ 90.

Quanto tempo é possível ficar dentro de Machu Picchu?

O limite de permanência é de 4 horas para os visitantes que adquirirem entradas somente para trilhar as ruínas de Machu Picchu. Esse tempo chega a 6 horas se você visitar também a montanha de Huayna Picchu. Caso inclua a montanha Machu Picchu no trajeto, o tempo limite é de 8 horas. Antes, era possível permanecer até 6 horas na cidade em um turno do dia. 

Assim, é possível controlar o turismo desenfreado e preservar as ruínas Incas da região. A compra dos passeios pode ser feita no site oficial do Ministério da Cultura do Peru. Para aproveitar a experiência da melhor forma, é recomendável contratar um guia turístico.

Os turistas também precisam considerar o tempo de caminhada de uma ruína para a outra, que pode levar 1 hora.

Quanto tempo dura uma visita guiada em Machu Picchu?

A visita guiada básica em Machu Picchu costuma durar 2 horas e meia, enquanto uma opção mais detalhada pode chegar a 4 horas. A melhor forma de realizar as visitas é contratando um guia turístico. Assim, você terá a oportunidade de conhecer os principais templos, terraços, ruas, praças, edifícios e monumentos. 

O tempo de uma visita guiada pode variar conforme a profundidade de exploração que você deseja fazer. Geralmente, ela é realizada em grupos de até 20 pessoas. Um guia local fica responsável por explicar a história, a importância cultural e as principais construções de Machu Picchu.

Na visita guiada básica, os visitantes conhecem os pontos mais famosos de Machu Picchu, como Templo do Sol, Pedra Intihuatana, Templo das Três Janelas e Praça Sagrada. Já em uma visita mais detalhada, há a oportunidade de explorar áreas menos conhecidas e templos menores.

Independentemente do tipo escolhido, Machu Picchu é um lugar importante e sensível. Por isso, é necessário respeitar as suas regras de preservação, como não tocar nos monumentos, não descartar lixo e não alimentar os animais locais.

Além disso, leve água e protetor solar, especialmente se a visita for feita durante a alta temporada, quando o sol pode ser forte e o clima seco.

Por que a cidade Machu Picchu é famosa?

A cidade de Machu Picchu é famosa por sua geografia própria, arquitetura avançada e engenharia complexa. Foi construída no século XV, pelos Incas. Com cerca de 30% da sua estrutura original preservada, é um dos sítios arqueológicos mais conservados da América Latina.

A edificação do local é motivo de intriga até os dias atuais. Os blocos de pedra de granito cortados com excelência, a fim de se encaixarem sem nenhum tipo de argamassa, chamam a atenção. Essa técnica é conhecida como Ashlar.

Um interessante muro e uma escadaria dividem a cidade em zonas rural e urbana. A construção de um fosso para escoamento da água das chuvas também é um ponto importante do local. 

A zona rural apresenta terraços próprios, que eram destinados ao cultivo e armazenamento de alimentos. Já na zona urbana, encontram-se construções voltadas para funções administrativas, políticas e religiosas.

O que tem de misterioso em Machu Picchu?

O principal mistério de Machu Picchu é Ashlar, pois as rochas das construções foram cortadas para se encaixar, perfeitamente, umas nas outras. Não há nada que ligue as pedras, além do próprio encaixe. Isso confere beleza e resistência à cidade, garantindo que ela resistisse a fortes abalos sísmicos. 

Outros mistérios estão relacionados ao tempo em que o local permaneceu oculto, à mão de obra utilizada em sua construção e por que a cidade foi erguida.

Quais são as curiosidades de Machu Picchu?

A sua construção foi para monitorar a economia e refugiar o líder Inca

A teoria mais aceita é que Machu Picchu foi construída para monitorar a economia dos povos conquistados e para refugiar o líder Inca e sua comitiva durante ataques. Há hipóteses sobre a cidade ter recebido cultos secretos e sido uma escola de astronomia e agricultura.

O pico Huayna Picchu, que pode ser visitado por qualquer um, seria um ponto estratégico para observações astronômicas, conectado à cidade por uma escadaria íngreme. Entre os turistas, prevalece a sensação de que há uma energia mística presente no lugar.

Acredita-se que o imperador Pachacutec queria que o local servisse como um retiro real para retornar às origens dos Incas. Há especulações de que Machu Picchu foi um convento para as Virgens do Sol, mulheres que serviam nos templos e eram oferecidas em rituais de sacrifício.

O povo Inca habitou a cidade por cerca de um século

Os Incas habitaram Machu Picchu por cerca de 100 anos, desde 1.500. Eles construíram um vasto império que se estendia por toda a cordilheira dos Andes, incluindo territórios em países como Peru, Colômbia, Equador, Bolívia, Chile e Argentina.

Os Incas foram uma civilização indígena que se desenvolveu na região dos Andes, principalmente no atual território do Peru, entre os séculos XIII e XVI. Eles ficaram conhecidos pela habilidade que tinham em engenharia e arquitetura, criando sistemas de irrigação sofisticados, estradas e pontes que conectavam seu vasto império.

Os Incas também ficaram famosos por sua religião e rituais complexos, incluindo a adoração ao deus do Sol, Inti. Porém, a chegada dos conquistadores espanhóis, em meados do século XVI, marcou o fim do Império Inca. 

A conquista espanhola trouxe doenças e conflitos armados que enfraqueceram a estrutura política e social dos Incas, permitindo que a civilização fosse invadida e destruída.

O nome original de Machu Picchu seria Huayna Picchu

O nome original da cidade seria “Huayna Picchu” ou, apenas, “Picchu”, segundo estudos do historiador peruano Donato Amado Gonzales e do arqueólogo norte-americano Brian S. Bauer. Já o termo “Machu Picchu” foi criado pelos moradores locais que se referiam à montanha que se destacava na paisagem como “Machu Picchu” ou “Montanha Velha”.

O nome original de Machu Picchu ainda é incerto e objeto de debate entre os pesquisadores. No entanto, uma teoria é que a cidade tenha sido chamada de “Llaqtapata”, que significa “cidade nas alturas”.

O termo Llaqtapata foi registrado em alguns documentos coloniais espanhóis, mas não se sabe se ele se referia, especificamente, a Machu Picchu.

O povo que habitava Machu Picchu abandonou o local

O povo de Machu Picchu abandonou o local cerca de um século após sua construção, graças ao avanço dos colonizadores. As tropas do espanhol Francisco Pizarro dizimaram populações da região, mas jamais encontraram a “Velha Montanha”, segundo registros históricos.

Nos anos seguintes, a cidade foi apelidada de “perdida” pelos habitantes que surgiram próximos da região. Há também teorias que sugerem que a cidadela foi abandonada por razões políticas e econômicas, como a instabilidade política e a escassez de água e outros recursos naturais.

Machu Picchu continua fechada?

A entrada para Machu Picchu foi reaberta em 15 de fevereiro de 2023 após um acordo entre poderes e representantes locais. O objetivo foi retomar as atividades cultural, econômica e turística da região. O local foi fechado em 21 de janeiro e permaneceu assim durante 3 semanas, graças à onda de protestos no Peru, que iniciou em dezembro de 2022.

A justificativa do Ministério da Cultura para o fechamento foi de garantir a segurança dos turistas, além da preservação dos 30% do patrimônio histórico original. As manifestações se concentraram, principalmente, no sul do país e começaram após o Congresso Peruano derrubar o presidente Pedro Castillo. 

Como se preparar para a altitude Machu Picchu?

Para encarar a altitude de Machu Picchu:

1. pratique atividades físicas antes de embarcar;
2. faça um check-up e avalie a sua saúde com seu médico;
3. use o seu primeiro dia em Cusco para descansar e fazer passeios leves;
4. alongue-se e pratique a respiração antes e após as suas caminhadas;
5. hidrate-se e alimente-se de forma equilibrada;
6. evite pratos mais pesados, sobretudo durante os seus primeiros dias de viagem;
7. não faça longas caminhadas ao comer muito;
8. monitore seu ritmo e evite esforços desnecessários;
9. avise o seu guia caso sinta algum desconforto;
10. use os equipamentos corretos para as trilhas.

Além da altitude, é importante se preparar para o clima local, que pode ser bastante variável e causar desconforto em algumas pessoas.

Independentemente dos desafios, uma viagem para Machu Picchu é uma experiência enriquecedora, que permite conhecer de perto uma cultura fascinante e paisagens únicas. Além disso, a atração é muito concorrida, especialmente durante a alta temporada (de maio a setembro). Por isso, é necessário adquirir os ingressos com antecedência.

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