A macroeconomia permite ter uma visão ampla de um mercado e seus indicadores impactam as decisões de investimentos. Entenda como essa relação acontece.
As decisões econômicas e até políticas de um país influenciam a vida de todos os habitantes. O aumento da inflação, por exemplo, gera a elevação geral de preços, que diminui o poder de compra. Mas nem sempre é perceptível quais são os impactos da macroeconomia no mercado financeiro.
Os investimentos em renda fixa e variável podem gerar ganhos ou perdas conforme as características gerais do cenário econômico do país. E esse é exatamente o foco do estudo dessa área de conhecimento.
Por isso, entender o impacto das variáveis macroeconômicas no seu portfólio de investimentos ajuda a diversificar a carteira e potencializar a rentabilidade. Afinal, fica mais fácil fazer uma leitura acertada e definir os rumos a tomar para os próximos meses. Acompanhe o artigo para saber mais!
O que é macroeconomia?
A macroeconomia é uma ciência que analisa amplamente a economia de um país, considerando aspectos regionais e relações internacionais. Ela examina o desempenho, estrutura, comportamento e tomadas de decisão governamentais, utilizando uma abordagem agregada. Ao estudar grandes indicadores, como renda, produtos, preços, emprego, moeda e taxas, a macroeconomia identifica tendências que orientam políticas públicas e econômicas.
Quem criou o conceito de macroeconomia?
John Maynard Keynes é reconhecido como o criador da macroeconomia devido à sua abordagem durante a Grande Depressão de 1929. Antes desse período, a teoria de autorregulação de mercado de Adam Smith prevalecia. No entanto, a crise revelou a necessidade de intervenção, levando Keynes a propor a intervenção governamental em sua obra “A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”. Isso o tornou conhecido como o pai da macroeconomia.
Como surgiu a macroeconomia?
Oficialmente, a macroeconomia surgiu com a Grande Depressão, em 1929. Foi nesse período que se percebeu a necessidade de limitar o livre mercado para evitar consequências mais graves. Assim, Keynes criou um livro no qual mostrou como atingir o equilíbrio e a eficiência a partir de uma visão mais ampla do contexto.
Qual é o objeto de estudo da macroeconomia?
A macroeconomia estuda dados econômicos e indicadores ao longo do tempo, incluindo inflação, Produto Interno Bruto e taxa Selic, que são reflexos da economia de um país. Esses indicadores influenciam decisões para melhorar a qualidade de vida da população e afetam investimentos.
Por exemplo, o aumento do IPCA pode reduzir a rentabilidade de aplicações financeiras, enquanto o aumento da taxa Selic aumenta geralmente os ganhos na renda fixa. O PIB indica perspectivas econômicas, impactando resultados no mercado financeiro.
A macroeconomia analisa a economia de um país na totalidade, fornecendo percepções cruciais.
Qual a importância da macroeconomia?
A macroeconomia é vital para compreender a economia de um país em toda a sua extensão, permitindo antecipar movimentos nos mercados nacional e internacional.
Essa visão abrangente orienta as políticas de orçamento e influencia decisões governamentais sobre o uso de impostos. Além disso, os indicadores macroeconômicos são fundamentais para investidores ao escolher ativos financeiros estrategicamente, impactando tanto estratégias de longo prazo quanto de curto prazo.
A macroeconomia visa entender como elementos específicos afetam a realidade econômica e os efeitos dessas mudanças no desenvolvimento nacional.
Quais são os 4 objetivos da macroeconomia?
1. Promover o crescimento econômico e a redução do desemprego
A macroeconomia visa promover o crescimento econômico sustentável e a redução do desemprego. Além disso, alcança um aumento constante na produção de bens e serviços, proporcionando oportunidades de emprego.
2. Manter o equilíbrio entre “exportações e importações” do país
Refere-se à diferença entre exportações e importações de bens e serviços. A macroeconomia mantém um equilíbrio saudável para evitar déficits excessivos nas transações internacionais, promovendo a estabilidade econômica.
3. Preservar o saldo na conta de capitais para atrair investimentos
Relaciona-se com a entrada e saída de capital financeiro de um país. A macroeconomia alcança um equilíbrio na conta de capitais, buscando atrair investimentos estrangeiros e preservar a estabilidade financeira.
4. Manter a estabilidade de preços para ter uma economia saudável
Reflete a variação controlada dos níveis de preços na economia. A macroeconomia mantém a inflação em níveis moderados, assegurando a estabilidade dos preços para promover um ambiente econômico saudável e previsível.
Esses aspectos são analisados de acordo com uma abordagem ampla, que considera os conjuntos de indicadores econômicos e sua relação com outros índices da economia.
Portanto, nenhum indicador tem uma ênfase específica. Caso contrário, os detalhes seriam analisados, o que descaracterizaria a visão holística proposta pela teoria macroeconômica.
Quais são os agentes da macroeconomia?
Os agentes da macroeconomia incluem empresas, mercado, famílias, Estado e o restante do mundo. Entre as instituições públicas envolvidas, destacam-se o Banco Central do Brasil, Ministério da Economia e Receita Federal.
O Ministério da Economia elabora políticas econômicas e cuida do orçamento, enquanto a Receita Federal lida com fiscalização e política tributária.
O Banco Central, por meio do Copom, define a taxa de juros. Os agentes do Estado são fundamentais na macroeconomia, mas empresas e famílias também têm impacto, impulsionando a economia com consumo, investimento e contribuição para o PIB.
Quais as divisões da macroeconomia?
5 divisões da estrutura de análise da macroeconomia
- Mercado de bens e serviços: define o nível de produção agregada e de preços.
- Mercado de trabalho: determina o nível de emprego e de salários a partir da existência de mão-de-obra.
- Mercado monetário: analisa a inflação, a demanda e oferta de moedas e a taxa de juros.
- Mercado de títulos: avalia agentes econômicos superavitários e deficitários.
- Mercado de divisas: confere a movimentação de recursos em importações e exportações.
Quais são os principais indicadores macroeconômicos?
Produto Interno Bruto (PIB)
O Produto Interno Bruno (PIB) consiste na soma das riquezas produzidas no país e é um dos principais indicadores da macroeconomia. Ele é impactado por todas as outras variáveis e mostra se a economia da nação está boa ou em recessão (quando o índice cai).
Inflação
Inflação se refere ao aumento geral de preços que diminui o poder de compra. No Brasil, é medida pelo IPCA. A alta desse índice pode levar ao aumento da taxa de juros (como forma de controlar os valores de produtos e serviços), desemprego, desvalorização da moeda e elevação do custo das importações e da especulação financeira.
Taxa de juros
A taxa de juros Selic é um indicador relevante da macroeconomia por estimular ou frear o consumo. Ela interfere em muitas variáveis, sendo praticamente impossível não citá-la. Serve como instrumento de política monetária, por controlar a inflação, mas sua elevação tem outros impactos.
Câmbio
O câmbio é definido pelo mercado, conforme a lei da oferta e da procura. Em alguns casos, o Banco Central interfere nessas negociações fazendo compra ou leilão de dólares para equilibrar os preços e evitar um descolamento muito grande.
A taxa de câmbio interfere no PIB devido ao comércio exterior. Assim, a balança comercial pode registrar mais importações do que exportações e vice-versa, conforme essas flutuações.
Consumo
O consumo depende de outros indicadores macroeconômicos e tem relação com a confiança do consumidor. Ou seja, quanto mais positivo estiver esse cenário, mais as pessoas tendem a comprometer seu orçamento. Isso porque as expectativas são positivas.
Nível de desemprego
O número de pessoas sem ocupação formal é uma variável importante para a macroeconomia, porque reduz o consumo. Afinal, as pessoas não têm dinheiro para comprar e adquirem apenas o básico para a subsistência.
Quais indicadores macroeconômicos impactam os investimentos?
Os indicadores macroeconômicos que afetam os investimentos incluem taxa de juros, inflação, câmbio, PIB, desemprego e consumo. A influência de cada indicador varia de acordo com o tipo de ativo escolhido.
A Selic, por exemplo, impacta investimentos de renda fixa e variável, incentivando a aplicação em títulos conservadores com a elevação da taxa de juros. A inflação afeta todos os investimentos, pois influencia a rentabilidade real.
O câmbio impacta ganhos em investimentos no exterior, enquanto PIB, desemprego e consumo afetam o desempenho de empresas e ações no mercado, podendo resultar em menor rendimento na renda variável durante crises econômicas.
Quais são as diferenças entre microeconomia e macroeconomia?
Microeconomia e macroeconomia diferem em escala de análise. A microeconomia foca especificidades, como as finanças de empresas e famílias. Já a macroeconomia é mais abrangente, analisando aspectos de um país, região ou mundo. Ambas se complementam, por exemplo, a inflação (macro) afeta o consumo (micro), o que impacta produtores e cria efeitos em cascata.
Quais as aplicações práticas da macroeconomia?
As aplicações práticas da macroeconomia são na política fiscal e política monetária. Esses dois grandes grupos ajudam a definir as decisões do governo federal, influenciando a maneira como o valor arrecadado com impostos será utilizado. Também impactam as decisões de investidores devido à influência na rentabilidade dos produtos financeiros.
A macroeconomia serve para a definição da política fiscal?
Sim. A macroeconomia serve para a definição da política fiscal, pois analisa grandes indicadores, como emprego, renda e preços. Com isso, ela dá o direcionamento de como deve ser a política fiscal para que o uso dos recursos financeiros do governo seja equilibrado entre arrecadação e gastos.
A macroeconomia ajuda a definir a política monetária?
Sim, a macroeconomia ajuda a definir a política monetária, por meio da análise de taxas de juros e inflação. A política monetária pode ser expansionista, aumentando a circulação de moedas para reduzir a taxa Selic, ou contracionista, reduzindo a oferta de moeda para aumentar os juros.
Quais são as principais teorias macroeconômicas?
As principais teorias macroeconômicas são circular da renda, da escola clássica (especialmente, o conceito da mão invisível), keynesiana, idealizada por John Maynard Keynes, e a neoclássica. Oficialmente, a principal é a de Keynes, com o lançamento da obra “A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, de 1936. Mas várias vieram antes disso e traziam abordagens diferenciadas.
Por exemplo, as primeiras foram criadas por fisiocratas e mercantilistas. Os primeiros criaram a teoria circular da renda, cujo modelo define o fluxo de bens, serviços e dinheiro a partir da relação entre empresas, famílias, governo e mais. Os segundos tiveram um conceito mais rudimentar, característico do capitalismo inicial.
Em seguida, na 1ª Revolução Industrial, Adam Smith, Walras, David Ricardo, Alfred Marshall e outros trouxeram conceitos enquadrados na escola clássica. Foi nesse momento que surgiu o conceito da mão invisível, de Smith, que basicamente abordava a autorregulação do mercado.
Essa teoria foi a principal por muito tempo, até Keynes surgir com o conceito oficial de macroeconomia. Desde então, ramificações foram criadas, como os neoclássicos, que focam mais liberdade dos mercados e racionalidades dos agentes econômicos.
Como a macroeconomia influencia os seus investimentos?
A macroeconomia influencia os seus investimentos por impactar a rentabilidade dos ativos financeiros, tanto na renda fixa quanto na variável. Afinal, as empresas, as instituições financeiras e os órgãos públicos estão vinculados à economia e respondem a esses movimentos de alguma forma.
Na renda fixa, a ação é mais direta devido à indexação pela Selic, Certificado de Depósito Interbancário (CDI) ou IPCA. Na variável, há uma influência menos direcionada, mas ela existe.
Isso porque as empresas são impactadas pelo aumento da inflação, da Selic etc. Quanto mais caro for o crédito, por exemplo, mais difícil será manter as atividades e isso interfere na produção.
Portanto, as perspectivas para os indicadores macroeconômicos precisam ser conhecidos pelos investidores. Dessa forma, é possível tomar decisões mais acertadas.
Para quem investirá no exterior, ainda é preciso agregar o câmbio e a análise da economia do país em que se está aplicando o capital. Fica claro, então, que tudo está relacionado e que essas conexões podem ser um tanto complexas.
Ainda assim, é evidente que a macroeconomia é altamente relevante e seus indicadores impactam toda a nossa vida, inclusive as decisões de investimento. Ao fazer essas análises, você tem uma chance maior de ver o seu portfólio ter uma boa rentabilidade.
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Resumindo
A macroeconomia é uma ciência que analisa o comportamento econômico de um país, região ou do mundo amplamente. Para isso, são utilizados indicadores específicos que abordam produtos, renda, níveis de preço, taxa de juros, estoque de moedas, taxa de câmbio e balança de pagamentos.
A diferença de macroeconomia e microeconomia é a escala de análise. A primeira é mais ampla e aborda a economia nacional, regional ou global em sentido amplo. A segunda verifica detalhes e as finanças de entidades menores, como famílias, empresas e pessoas.
O principal objetivo da macroeconomia é estudar a economia de um país a partir de seus dados, indicadores e as relações entre eles. Dessa forma, é possível definir políticas monetária e fiscal, que afetam toda a sociedade e a realidade econômica da nação.