Mercado Futuro: o que é, como funciona e como investir

Investir no mercado futuro permite diversificar seus investimentos ao comprar e vender contratos que garantem a negociação de ativos, como grãos ou moedas, em uma data futura a um preço definido hoje. Isso ajuda a proteger contra variações inesperadas nos preços e oferece a chance de lucrar com essas mudanças de mercado.

Mas como funciona na prática? E qual a diferença para o mercado à vista? Neste post, nós explicamos os principais detalhes sobre o mercado futuro, desde como ele opera até os tipos de contratos e corretoras que participam. Continue lendo e saiba mais!

O que é o mercado futuro?

O mercado futuro é um tipo de mercado financeiro onde as pessoas compram e vendem contratos que prometem negociar ativos, como milho, petróleo, moedas ou índices, como taxas de juros, em uma data futura, por um preço definido hoje. Em vez de comprar o próprio ativo, como uma tonelada de soja, os investidores compram ou vendem esses contratos que garantem a transação no futuro. A principal vantagem é que esses contratos ajudam a fixar os preços, permitindo que tanto compradores quanto vendedores se protejam contra variações de preços inesperadas no mercado.

Qual a diferença do mercado futuro para o mercado à vista?

A principal diferença entre os mercados futuro e à vista é que, no mercado à vista, a compra e venda dos ativos são feitas para entrega imediata – ou seja, a negociação e a liquidação ocorrem no mesmo momento. Já no mercado futuro, os contratos são acordos para comprar ou vender ativos em uma data futura específica, com um preço definido no presente.

Qual a diferença de mercado futuro e opções?

Enquanto no mercado futuro há um contrato obrigando as partes a comprar ou vender um ativo no futuro, a um preço acordado, no mercado de opções o contrato dá ao comprador o direito – mas não a obrigação – de comprar ou vender o ativo a um preço definido, até uma data específica. Isso significa que, no mercado de opções, o risco é menor para o comprador, que pode optar por não exercer a opção se as condições de mercado forem desfavoráveis.

Quando foi criado o mercado futuro?

O mercado futuro surgiu no século XIX, com a fundação da Bolsa de Chicago (CBOT) em 1848, iniciando as operações modernas de contratos futuros. No Brasil, o mercado futuro começou em 1917 com a criação da Bolsa de Mercadorias de São Paulo para negociar contratos futuros de algodão. Em 1991, essa bolsa fechou um acordo com a Bolsa Mercantil & de Futuros, fundada em 1985 e focada em contratos financeiros. Em 1997, a BM&F consolidou-se como o principal centro de negociação de derivativos da América do Sul, após um acordo com a Bolsa Brasileira de Futuros (BBF).

Como funciona o mercado futuro?

No mercado futuro, o investidor se compromete a comprar ou vender um ativo a um determinado preço e prazo, estabelecidos em um contrato futuro. Durante a vigência do acordo, a bolsa de valores realiza ajustes diários nos seus investimentos, que refletem a diferença entre o valor negociado inicialmente e a cotação diária do ativo. O encerramento ocorre quando o contrato chega ao vencimento ou é fechado antes do prazo. Nesse momento, são calculados os resultados acumulados dos ajustes diários, determinando o lucro ou o prejuízo final do investidor.

Quem fiscaliza o mercado futuro?

O mercado futuro no Brasil é fiscalizado pela B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) e pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A B3 administra e supervisiona as negociações de ações, derivativos e outros ativos financeiros. A CVM, por sua vez, tem a função de regulamentar, desenvolver, disciplinar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários e derivativos, atuando contra fraudes e manipulações no mercado e garantindo que os investidores tenham acesso a informações sobre os valores mobiliários negociados.

Qual o risco do mercado futuro?

Como todo investimento, o mercado futuro tem alguns riscos. Por exemplo, a alavancagem elevada pode aumentar tanto os lucros quanto as perdas. Já o risco de mercado, ou sistêmico, envolve fatores macroeconômicos e políticos que afetam os preços dos ativos. Ainda há o risco de liquidez, que se refere à dificuldade de encontrar compradores ou vendedores para suas posições em certos momentos​, tornando um desafio converter o investimento em dinheiro rapidamente.

A alavancagem elevada do mercado futuro permite controlar posições maiores do que o capital investido, mas um movimento adverso pode resultar em perdas que superam o investimento inicial. O risco de mercado inclui condições econômicas e eventos inesperados que podem causar grandes oscilações nos preços dos ativos subjacentes, afetando negativamente os investidores. Já o risco de liquidez pode fazer com que seja difícil fechar posições a preços desejados durante períodos de baixa liquidez, resultando em perdas adicionais​.

Quais são os tipos de mercado futuro?

Juros

Os contratos futuros de juros permitem negociar taxas de juros futuras. Esses contratos são utilizados principalmente para gestão de risco, especulação e arbitragem. No Brasil, o contrato futuro de DI (Depósito Interfinanceiro) é um dos mais populares, visto que permite aos investidores se protegerem contra variações nas taxas de juros de curto prazo.

Moedas

Os contratos futuros de moedas são instrumentos financeiros para negociar a taxa de câmbio entre duas moedas em uma data futura. Esses contratos são amplamente utilizados por empresas que têm receitas ou despesas em moedas estrangeiras e desejam se proteger contra a volatilidade cambial. Por exemplo, uma empresa que exporta produtos para os Estados Unidos pode usar contratos futuros de dólar para garantir que receberá uma taxa de câmbio específica no futuro. Além da proteção cambial, esses contratos também são usados para especulação, permitindo que os investidores lucrem com as flutuações das taxas de câmbio​​.

Índices

Os contratos futuros de índices permitem que os investidores negociem a expectativa de desempenho de um conjunto de ações ou outros ativos agrupados em um índice. No Brasil, o contrato futuro do Índice Bovespa (Ibovespa) é um dos mais populares na B3 e representa a performance das ações mais negociadas na bolsa brasileira, oferecendo uma visão abrangente do mercado.

Commodities

Os contratos futuros de commodities permitem que investidores negociem ativos físicos como café, soja e milho Além desses, o mercado futuro de commodities inclui contratos para uma variedade de outros produtos, como petróleo, ouro, algodão, trigo, açúcar, entre outros.

Café

O contrato futuro de café é amplamente negociado na B3 e representa um ativo crucial para o Brasil, um dos maiores produtores e exportadores de café do mundo. Investidores podem usar esses contratos para se proteger contra oscilações nos preços do café, que podem ser influenciados por fatores climáticos, safras e demanda global​​.

Soja

O contrato futuro de soja é uma commodity agrícola importante para a economia brasileira, e sua demanda global pode causar grandes variações de preço. Produtores e consumidores de soja utilizam contratos futuros para estabilizar seus custos e receitas​​.

Milho

Os contratos futuros de milho são muito importantes, considerando o papel dessa commodity na produção de etanol. Assim, sua negociação no mercado futuro ajuda os agricultores a garantir preços favoráveis para suas colheitas, protegendo-se contra a volatilidade do mercado.

Corretoras para operar mercado futuro

Como investir em mercado futuro?

  1. Escolha uma corretora que ofereça operações no mercado futuro;
  2. cadastre-se na corretora escolhida e abra uma conta de investimentos;
  3. transfira dinheiro para sua conta na corretora para começar a operar;
  4. escolha o tipo de contrato futuro que deseja negociar, como juros, moedas, índices ou commodities;
  5. estabeleça o preço, quantidade e data de vencimento do contrato futuro;
  6. realize a compra ou venda do contrato futuro na plataforma da corretora;
  7. monitore os ajustes diários realizados pela Bolsa de Valores;
  8. decida quando encerrar a posição, seja no vencimento do contrato ou antes, e realize a apuração dos resultados.

O que é arbitragem no mercado futuro?

A arbitragem no mercado futuro é uma estratégia que visa lucrar com diferenças de preços entre os mercados futuro e à vista. Arbitragistas compram um ativo em um mercado onde está subvalorizado e o vendem onde está supervalorizado, aproveitando a diferença sem assumir grandes riscos.

Qual a tributação do mercado futuro?

A tributação do mercado futuro no Brasil segue as mesmas regras aplicadas aos investimentos em ações. Para operações de curtíssimo prazo, conhecidas como Day Trade, a alíquota de Imposto de Renda (IR) é de 20% e incide sobre o ganho 1% do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF). Para operações de curto prazo, que começam em um dia e terminam no outro (Swing Trade), a alíquota é de 15% e o IRRF é de 0,005% sobre a soma algébrica dos ajustes diários positivos, apurada ao encerrar a posição.

Como declarar mercado futuro no Imposto de Renda?

  1. Selecione a opção “Bens e Direitos” no menu no programa da Receita Federal;
  2. utilize o código 47, que se refere a “Mercados Futuros”;
  3. declare todos os contratos futuros negociados, independentemente de terem gerado lucro ou prejuízo, informando posição (compra ou venda) e os valores envolvidos;
  4. apure os ganhos (15% sobre os ganhos de operações normais e 20% sobre day trades);
  5. o imposto devido deve ser pago mensalmente por meio de um Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF);
  6. consolide na declaração anual as informações dos ganhos e tributos já pagos ao longo do ano.

Mercado futuro é uma opção para proteção contra volatilidade

Investir no mercado futuro é uma maneira estratégica de proteger seu capital e aproveitar as flutuações de preços. Com diferentes tipos de contratos e possibilidades de arbitragem, ele oferece oportunidades tanto para proteção quanto para especulação. No entanto, é preciso compreender os riscos e a tributação envolvidos para tomar decisões informadas.

Quer mais opções para gerenciar seus investimentos internacionais? Conheça os serviços da Remessa Online e descubra como simplificar suas transferências financeiras com segurança.

Resumindo

Quem regula o mercado futuro?

O mercado futuro no Brasil é regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). A CVM estabelece normas e fiscaliza as operações, enquanto a B3 administra e supervisiona os mercados onde os contratos futuros são negociados.

O que é mercado futuro e como funciona?

O mercado futuro é um ambiente onde se negociam contratos para comprar ou vender ativos em uma data futura, a um preço definido no presente. Funciona começando com a compra ou venda do contrato, estabelecendo o ativo, preço e quantidade. Durante o período do contrato, a Bolsa de Valores realiza ajustes diários com base na diferença entre o valor negociado e a cotação atual. No encerramento, seja no vencimento ou antes, o lucro ou prejuízo é calculado pela soma dos resultados diários dos ajustes.

Crédito das imagens: Envato Elements

Related posts

Brasil x Venezuela: Onde assistir ao vivo, horário e escalações do jogo das Eliminatórias

Conta PJ Itaú: como abrir, custos e vantagens

De Olho no Câmbio #303: Moeda brasileira volta a perder força à espera do governo