No penúltimo mês de 2020, o mercado econômico vivenciou altos e baixos provocados por diversos fatores. Entre os mais expressivos, podemos destacar 4: as eleições americanas, o avanço das vacinas contra o COVID-19, as novas ondas de contágio pelo mundo e as questões fiscais domésticas.
1. ELEIÇÕES AMERICANAS
As eleições do EUA não só atraíram atenção da internet, como provocou grande euforia no mercado. A vitória do democrata Joe Biden apaziguou parte das incertezas e proporcionou dias de calmaria e valorização da moeda brasileira.
Ao longo dos primeiros cinco dias de novembro, a moeda americana acumulou queda de 3,4%. Apenas no dia cinco de novembro, dois dias após as eleições, o Dólar registrou queda de 1,92%.
Ou seja, aqui no Brasil, a derrota de Donald Trump, ainda que seja apenas um reflexo momentâneo, trouxe positividade. No entanto, também aumentaram as preocupações acerca da relação entre os Estados Unidos e o nosso país.
A Política Ambiental brasileira é um dos fatores mais dissonante da postura do novo presidente norte-americano. E Biden já havia reforçado este ponto em debate, dizendo que se o Brasil não parar de queimar a Amazônia, “vai enfrentar consequências econômicas significativas”.
2. AVANÇOS DAS VACINAS
Outro tema internacional com viés positivo, as vacinas têm apresentado resultados e um cenário de esperança aos mercados. As primeiras solicitações para uso de imunizantes contra a Covid-19 já foram encaminhadas às autoridades de vários países, incluindo o Brasil.
Alguns dos países mais ricos do mundo apostaram em uma carteira variada de vacinas – material de diferentes laboratórios. Inclusive, as populações de alguns, como Estados Unidos e a Inglaterra, devem começar a receber as primeiras doses já nas próximas semanas.
Vale lembrar que nesta segunda-feira (30), último dia de novembro, a equipe da Anvisa, enviada à China, iniciou a visita de inspeção à fábrica da vacina Coronavac.
O objetivo é avaliar se a farmacêutica Sinovac, fabricante dos insumos utilizados pelo Instituto Butantan na produção da vacina no Brasil, segue normas internacionais de boas práticas, que são necessárias para a aprovação e registro do imunizante contra a COVID-19.
3. NOVAS ONDAS DE CONTÁGIO
Apesar da positividade observada em relação às vacinas, as novas ondas de contágio se mantém no centro das discussões.
Nos Estados Unidos e na Europa, principalmente, os números voltaram a crescer e a possibilidade de novos isolamentos despertou tensão entre o mercado, a população e os governantes.
No entanto, a despeito do que se acusava sobre Joe Biden em campanha, o chefe da comissão de aconselhamento de combate ao coronavírus do democrata, o médico Vivek Murthy, descartou lockdown nacional contra o coronavírus.
Com isso, diminuiu-se o temor de novo fechamento das economias, o que poderia gerar no mercado um clima maior de incertezas e o aumento da volatilidade.
4. QUESTÕES FISCAIS DOMÉSTICAS
Voltando os olhos aos temas domésticos, as discussões referentes às questões fiscais seguem sem um desfecho. E sobre o tema, destacamos a declaração do diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, em 6 de novembro:
- “A desvalorização do câmbio no ano passado foi relacionada a taxas de juros mais baixas. Vemos isso com fundamento e não como ruído. É um real um pouco mais desvalorizado, é isso. Mais recentemente, eu vejo a desvalorização mais como uma questão fiscal. O câmbio tem reagido mais ao sabor da questão fiscal, e pouco a juros”.
Ou seja, além de interferir diretamente na dívida pública, as questões fiscais, conforme declaração do Kanczuk, tem influenciado a dinâmica da variação cambial.
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